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Movimento Operário | Conheça e construa o Movimento Nossa Classe

Apresentamos aqui as principais ideias do Movimento Nossa Classe, agrupação impulsionada pelo MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) e independentes, que atua em diversos estados do país, com trabalhadoras e trabalhadores efetivos e terceirizadas, das categorias de professores, metroviárias, petroleiros, trabalhadores de universidades, bancárias, operários industriais, trabalhadoras da limpeza, entregadores de aplicativo, dentre outras categorias. Batalhamos diariamente contra todos os ataques patronais e dos governos capitalistas, buscando construir uma alternativa da nossa classe, sem conciliação, contra toda opressão e exploração! Chamamos todas as trabalhadoras e trabalhadores a conhecerem e construírem Nossa Classe com a gente.

quarta-feira 1º de maio | Edição do dia

Você que é trabalhador(a) sabe que a crise capitalista está sendo jogada em nossas costas. Trabalhamos cada vez mais e recebemos cada vez menos, deixando todo nosso salário nos alugueis e nos mercados quando compramos alimentos. Os patrões querem que nossa vida seja assim, mais explorada, em que nosso tempo seja apenas para trabalhar e se preparar para o trabalho, em que mulheres, negros e LGBTQIAP+ estejam sempre oprimidos e nos piores postos de trabalho.

Para responder a essa situação, defendemos que existe uma única saída: a organização e mobilização da nossa classe com independência dos governos capitalistas e dos patrões. Por isso, apostamos no caminho apontado pelos professores do Ceará, se mobilizando e atropelando a burocracia traidora que está à frente de seu sindicato para enfrentar o governo. Apostamos no caminho que vem mostrando os técnicos administrativos das federais em greve de norte a sul do país, e no caminho mostrado pelas professoras da educação básica e servidores públicos pelo país, pelos metroviários de SP que fizeram greves contra a privatização dos serviços públicos no ano passado e inúmeras outras categorias que se levantam em luta. Confiamos na força da nossa classe para fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise!

A independência de classe e a confiança em nossas próprias forças

A extrema direita bolsonarista de Tarcísio, Zema, Castro, Ratinho Jr., é a cara mais bárbara desse projeto que busca aprofundar a precarização das nossas vidas. Em São Paulo, Tarcísio e seu aliado Nunes vêm promovendo privatizações, cortes na educação, confisco salarial, repressão e um verdadeiro banho de sangue da juventude negra no litoral paulista com as chacinas escandalosas. Essa política da extrema direita é fortalecida pela conciliação de classes do governo de frente ampla de Lula-Alckmin.

Depois de viver um golpe institucional em 2016, reforma trabalhista, da previdência e do ensino médio, além de 4 anos de um governo reacionário, misógino e de ataques como de Bolsonaro, estamos diante de um governo de frente ampla, liderado pelo PT, com setores da burguesia para manter a agenda do capital financeiro privatista, também seguindo o projeto que faz com que a crise seja descarregada na classe trabalhadora.

É por isso que dizemos que a conciliação fortalece a extrema direita. Isso se expressa graficamente quando vemos Lula abraçado com Tarcísio de Freitas (Republicanos), fornecendo verba para seus projetos de privatização (10 bilhões, ⅓ das verbas concedidas pelo BNDES aos governadores estaduais, vão para Tarcísio), facilitado também pelo arcabouço fiscal de Haddad, além de manter todas as reformas e proibir até mesmo manifestações contra o golpe de 1964 para se conciliar com os militares. É uma prioridade da nossa classe lutar pela revogação das reformas e do legado do golpe, e também do neoliberal arcabouço fiscal, que está impondo zero reajuste salarial às categorias do funcionalismo a fim de pagar a fraude dos especuladores financeiros e leva a corte de recursos na educação e outros direitos. Neste ano de eleições municipais, também vemos o PSOL, que já é parte desse governo, buscando reproduzir a frente ampla nacional em SP, com Boulos aliando-se com Marta Suplicy, ex-secretária do atual prefeito de São Paulo e da extrema direita, Ricardo Nunes. Marta é apoiadora do golpe de 2016 e da reforma trabalhista. Nessa frente, o próprio Boulos disse que “se bobear Lula traz até Tarcísio”. No Recife isso já aconteceu com o PSOL fechando um bloco parlamentar que abriga o Partido Republicanos de Tarcísio e o PSB da oligarquia Arraes.

Leia mais: Fim da lua de mel do governo Lula-Alckmin

Isso só confirma como é urgente defender a independência de classe, pois para enfrentar as privatizações, as reformas não revogadas e todos os ataques, não podemos confiar nos partidos e projetos políticos que representam os interesses da classe dominante, na justiça que nunca esteve dos lado dos trabalhadores e na burguesia, mas sim nas forças organizadas da nossa classe. Para isso, é preciso fomentar a nossa organização pela base e batalhar para retomar os sindicatos para as nossas mãos, para que sejam verdadeiramente ferramentas da nossa mobilização.

Que os sindicatos estejam nas nossas mãos e sejam ferramentas da nossa autoorganização e luta

Hoje, o que vemos são centrais sindicais e sindicatos aliados aos governos e aos interesses da classe dominante, dos patrões e seus representantes políticos. As principais centrais sindicais CUT/CTB-Força Sindical-UGT sustentam a política dos governos, contendo a indignação e disposição dos trabalhadores para que não ocorram lutas, e quando ocorrem, isolam essas lutas para não contagiar nenhuma outra categoria e nem se ligar à população. Nas poucas assembleias que existem, muitas vezes sequer podemos falar ou fazer propostas para nossa mobilização vencer. Nós, trabalhadores e lutadores, vivemos inúmeros exemplos de como nas mãos de burocracias, nossos sindicatos se distanciam de nossas demandas e interesses, mas isso não precisa e não deve ser assim!

Defendemos que os sindicatos sejam ferramentas dos trabalhadores. Que fomentem a autoorganização da nossa classe, isto é, contribuindo para que nossas categorias se organizem com a base controlando e decidindo, e assim unifiquem e coordenem as lutas, para tirar cada uma do isolamento, e enfrentar os ataques específicos e gerais, econômicos (como salários e condições de trabalho) e políticos (como projetos dos governos). Sindicatos que organizem a luta na base das categorias com assembleias e atividades que façam com que cada trabalhador seja sujeito da luta, a partir da mais ampla democracia dos trabalhadores. Sindicatos independentes do Estado, que se enfrentem com o controle que a burguesia busca impor à nossa organização através da estrutura sindical atrelada ao Estado. Batalhando contra os projetos privatistas e pela estatização sob controle operário de todos os serviços que foram privatizados.

É defendendo essas ideias que construímos o Movimento Nossa Classe e que atuamos como grupo minoritário na diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, no Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e na subsede da APEOESP de Santo André, ABC paulista, como parte da Oposição Unificada Combativa dos professores estaduais de SP. Além disso, atuamos também como ala minoritária da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Pela unidade das fileiras operárias, contra a divisão entre efetivos, terceirizados e informais!

A precarização e a terceirização do trabalho escravizam, humilham e dividem nossa classe. E a precarização tem rosto de mulher, e de mulher negra, pesando mais sobre os setores mais oprimidos da nossa classe, para aumentar a exploração. Por isso, defendemos sindicatos que batalhem contra a precarização e a terceirização, pela igualdade de direitos e salários, e pelo fim da terceirização com a efetivação de todas as terceirizadas(os) e contratados (sem a necessidade do concurso público). Nesse sentido, impulsionamos o Manifesto Contra a Terceirização e Precarização do Trabalho, junto com outros intelectuais como Ricardo Antunes (Unicamp) e Souto Maior (USP), que hoje também é uma ferramenta da luta contra o PL da Uberização do governo Lula-Alckmin.

Veja mais: Veja o forte ato contra o PL da uberização, por plenos direitos trabalhistas para os trabalhadores de app

A classe trabalhadora precisa tomar para si a defesa dos interesses de todos os explorados e oprimidos!

Os capitalistas se utilizam das opressões para intensificar a exploração do trabalho e a divisão no interior da classe trabalhadora. Não à toa, as mulheres, os negros e os LGBTQIAP+ são a maioria dos trabalhadores, mas estão nos piores postos de trabalho. Por isso, é preciso combater o machismo, o racismo e a LGBTfobia. Defendemos salário e direitos iguais entre homens e mulheres e negros e brancos, a legalização do aborto, para que nenhuma mulher mais morra por abortos clandestinos, o fim da violência policial que assassina a juventude negra e um plano de emergência contra a violência de gênero. Assim como sabemos que são os setores oprimidos que mais sofrem com as condições de vida que o capitalismo impõe, defendemos uma reforma urbana e agrária em nosso país, garantindo terra e moradia para todes! As terceirizadas são em sua maioria mulheres e negros, portanto lutar contra a precarização do trabalho e da vida também passa por defender que a luta contra o machismo, racismo e LGBTfobia sejam encampados desde os sindicatos como uma luta de toda a classe!

A burguesia busca conter o potencial transformador e revolucionário da luta da classe trabalhadora, e para isso alimenta o corporativismo nos sindicatos e organizações dos trabalhadores, e a ideia de que nos dividimos em “categorias” que devem lutar cada uma pelos seus interesses. Ao contrário, lutamos pela unidade de toda a nossa classe na luta, e em especial contra a fragmentação e divisão entre os setores que ocupam serviços ou posições estratégicas ou que têm melhores condições de organização sindical e os amplos setores mais precarizados e menos organizados da nossa classe. Batalhamos também para que a nossa classe se coloque, e possa ser reconhecida, como a defensora dos interesses dos demais setores explorados e oprimidos da população. Vemos a importância disso em cada greve dos metroviários que mostram que os trabalhadores são os únicos que podem defender o transporte de qualidade e para toda a população, das professoras que se colocam na linha de frente da defesa da educação; dos petroleiros quando enfrentam a espoliação dos bens naturais comuns e a destruição do meio ambiente a serviço do lucro; das trabalhadoras da saúde quando mostram que é nossa classe que arrisca suas vidas enfrentando as pandemias e defende o atendimento da população contra a precarização. Nossa classe precisa buscar se aliar com o povo pobre e oprimido, mostrando que é a única que pode defender seus interesses!

A classe trabalhadora é uma e sem fronteiras!

Se os capitalistas atuam de forma global, investindo em diversos países, incentivando golpes e ataques aos trabalhadores, nós também temos que nos articular de forma internacional para enfrentar os ataques capitalistas. Somos trabalhadores e trabalhadoras internacionalistas porque nossa classe é uma e sem fronteiras, com toda solidariedade ao povo palestino, lutamos contra o massacre levado adiante pelo Estado de Israel, defendendo todas as mobilizações que trabalhadores e estudantes fazem e contra toda perseguição aos que defendem e se solidarizam com o povo palestino. Pela ruptura imediata das relações entre Brasil-Israel, defendendo a perspectiva de lutar por uma Palestina Livre, Operária e Socialista, do rio ao mar! Assim como somos contra toda política imperialista que, em base ao militarismo e mecanismos como dívidas públicas, aprisionam e exploram os países oprimidos aos interesses dos países imperialistas. Nos apoiamos na força que as mobilizações na Argentina mostraram contra o governo de extrema direita de Milei!

Como diria o grande revolucionário russo Leon Trotski, “se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!”. A classe trabalhadora, como classe produtora de tudo o que existe, já mostrou na história ser capaz de reorganizar a vida humana em base à solidariedade e à cooperação de todos, em oposição aos valores mesquinhos do individualismo e da competição meritocrática, próprios da ideologia capitalista. Por isso sabemos que nossa classe precisa lutar por uma sociedade livre de toda exploração e opressão, uma sociedade superior ao capitalismo, e bem distante da deturpação feita pelo stalinismo. Para isso, a classe trabalhadora internacionalmente vai precisar colocar de pé sua própria ferramenta política.

Chamamos todos, todas e todes trabalhadores a se unir conosco nessa batalha internacionalista, socialista e apaixonante de tomar em nossas mãos os rumos das nossas mobilizações e do futuro. Venha fazer parte do Nossa Classe!




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