×

Denúncia | Trabalhadores terceirizados da Unicamp são obrigados a trabalhar com os pés queimados e sem proteção contra material infectado

quinta-feira 11 de maio de 2023 | Edição do dia

1 / 1

Na última semana, o Esquerda Diário recebeu uma série de denúncias sobre as condições de trabalho do setor terceirizado da limpeza da Unicamp, contratados pela empresa terceirizada Guima Conseco.

Trabalhadores relatam falta de EPI’s: estão tendo que trabalhar com os pés queimando no asfalto porque não recebem uma bota adequada para trabalhar nas áreas externas, não recebem uniformes e protetor solar para ficarem horas embaixo de sol, a empresa não fornece luvas para descarte seguro, fazendo que as trabalhadoras do hospital descartem objetos, possivelmente infectados, com luvas de pano e há relatos que a empresa não repõe as botas, de maneira que elas perdem a aderência ao chão, e os trabalhadores se machucam escorregando no chão.

Além disso, as trabalhadoras mães, que são maioria entre as terceirizadas, são impedidas de levarem seus filhos ao médico e não têm acesso ao Cecom (Centro de Saúde da Comunidade) e à creche, o que evidencia como os terceirizados são excluídos da comunidade universitária, já que mesmo limpando todos os dias esses hospitais, não têm sequer direito a ser atendidas por ele. Alguns contam que não têm local para descanso e são obrigados a diluir os produtos de limpeza em água, ou seja, um dos maiores hospitais do país, na Unicamp, higieniza seus espaços com produtos diluídos em sua metade em água! Por último, são várias as denúncias de assédio moral por parte das chefias, de falta de funcionários, desvio de função e sobrecarga de trabalho.

Essas denúncias se somam a tantas outras dentro do ambiente universitário da unicamp que nós do Esquerda Diário já viemos denunciando como as das trabalhadoras da empresa, Soluções que administra os restaurantes universitários, mostrando que não são casos isolados, mas sim parte de um projeto neoliberal que descarrega a crise capitalista na classe trabalhadora desde os governos do PT, onde a terceirização triplicou (de 4,1 milhões em 2005 para 12,7 milhões de terceirizados em 2013) e se aprofundou com o golpe de 2016 e suas reformas, como a trabalhista e a lei de terceirização irrestrita.

Atualmente, o governo Lula-Alckmin se nega a revogar essas reformas que precarizam a vida da juventude e da classe trabalhadora e permitem que esse projeto burguês, porta de entrada para o trabalho análogo à escravidão, avance e dentro da Unicamp a reitoria de Tom Zé, que se auto declara democrática, faz vista grossa aos abusos das empresas terceirizadas contra seus funcionários e prefere perseguir, abrindo sindicância, os manifestantes que participaram do ato contra a Feira de Universidades Israelenses.

Tudo isso mostra que a nossa luta contra a terceirização e precarização do trabalho deve se dar independente dos governos e através da aliança da classe trabalhadora, com a juventude e setores oprimidos. Por isso o MRT e o Esquerda Diário está impulsionando o Manifesto contra a Terceirização e a Precarização do Trabalho, redigido por Ricardo Antunes (professor de Sociologia da Unicamp), Jorge Souto Maior (professor de Direito da USP), Diana Assunção (fundadora do Pão e Rosas no Brasil) e Valdete Souto Severo (professora de Direito da UFRGS), como uma forte campanha pelo fim da terceirização, revogação integral de todas as reformas. O manifesto pode ser assinado no link: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR131427




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias