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29M | "O ’Fica em casa’ não é pra nos proteger da pandemia, é pra conter as mobilizações", diz Marcello Pablito

Trabalhador da USP e dirigente nacional do MRT comenta as posições de Quaquá e do diretório do PSOL de Pernambuco contra as manifestações do 29M.

sábado 29 de maio de 2021 | Edição do dia

Acontecem hoje as primeiras manifestações convocadas oficialmente pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos desde o início da pandemia da covid-19. Inicialmente, era um dia de luta contra os cortes orçamentários que ameaçam inviabilizar universidades federais, como a UFRJ e outras. Mas a revolta não só contra este ataque, como também contra as mais de 450 mil mortes causadas pela pandemia, pelo negacionaismo de Bolsonaro e a demagogia dos governadores, além da fome e da carestia de vida e das reformas e privatizações, se transformou em um grito de “fora Bolsonaro”, entoado em 85 cidades brasileiras e também no exterior.

Para Marcello Pablito, trabalhador da Universidade de São Paulo (USP) e dirigente nacional do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), “é um absurdo que não só as centrais sindicais queiram transformar nosso dia de luta em um mero dia de pressão sobre a CPI da covid, mas, como se não bastasse isso, gente como o Quaquá, ex-prefeito de Maricá e vice-presidente do PT, e o diretório do PSOL de Pernambuco estejam se colocando contra que a juventude os trabalhadores tomem as ruas hoje pra lutar contra os todos os ataques que nos estão sendo impostos por esse regime golpista!”

Pablito ressaltou que tanto os protestos do Black Lives Matter, nos EUA, quanto os dos povos paraguaio e colombiano, mais recentemente, provam que não é a luta dos trabalhadores que causa contaminação e mortes, e sim as políticas dos governos, que se aproveitam da situação de pandemia para descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores e do povo, que continua trabalhando e se expondo ao vírus dia após dia. “Como dizem os nossos irmãos de classe colombianos, se vamos às ruas contra o governo, é porque ele é mais perigoso que o vírus. Ao invés disso, as direções das centrais querem que façamos uma verdadeira quarentena política, deixando passar os ataques e as mortes diárias pelo coronavírus e a fome, enquanto eles se preparam pra eleger Lula em 2022 ou mesmo pra transferir o poder pro reacionário general Mourão, através do impeachment, deixando intactos todos os pilares do regime do golpe, como os militares e o STF. O ‘fica em casa’ delas e da Globo não é pra nos proteger, é pra conter as mobilizações!”

Segundo Pablito, a esquerda combativa precisa exigir das centrais como a CUT, a CTB e a UNE um plano de lutas nacional que não acabe neste dia 29, pra por abaixo Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, inimigos da nossa classe. E, nesta perspectiva, nós do MRT defendemos que a única saída de fundo pra crise que estamos vivendo é impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que possa revogar todas as reformas, na perspectiva da luta por um governo da classe trabalhadora, de ruptura com o capitalismo.




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