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POLÍCIA | Nos últimos dez anos polícia do Rio já matou mais de 9mil pessoas, maioria jovens negros

Em 5 meses deste ano já foram 322, isso nos números oficiais. Depois de uma queda nos números registrados eles voltaram a subir diz relatório da Human Rights Watch.

quinta-feira 7 de julho de 2016 | Edição do dia

Entre 2013 e 2015, a polícia do Rio de Janeiro matou cinco vezes mais pessoas do que feriu. Uma eficiência que desmascara todo discurso de "auto de resistência". Trata-se de assassinatos policiais. Nada de balas perdidas. São muito bem achadas. Tem alvos. Negros, pobres e jovens.

Só em 2015, para cada policial morto no Rio, a polícia matou 24,8 civis. Os dados fazem parte de relatório da organização Human Rights Watch sobre execuções extrajudiciais cometidas pela polícia fluminense, divulgado nesta quinta-feira, 7. Esta relação é quase 150% o valor que a ONU considera como "alerta" para execuções. Segundo o organismo internacional, levando em consideração treinamento de policiais e o elemento surpresa dos atacantes dificilmente a proporção de mortos de um lado e outro poderia ser maior que 10 a 1, do contrário estaria sendo ocultada execuções. Eis que no Rio, nos dados oficiais (imaginemos os reais), o número beira o 25.

De acordo com a entidade, "o uso ilegal da força letal por policiais tem contribuído para o desmantelamento dos ambiciosos esforços do Estado para melhorar a segurança pública".

O relatório de nome absurdo, que escancara como não se trata de um relatório "antipolícia", mas que mesmo assim ilustra o que é impossível de esconder, chama-se "O Bom Policial Tem Medo: Os Custos da Violência Policial no Rio de Janeiro". Neste relatório é citado que mais de 8 mil pessoas foram mortas pela polícia do Rio entre 2005 e 2014. Em 2015, foram registradas 645 mortes por policiais. Trinta policiais foram ouvidos para preparar o documento, de 117 páginas.

"O Rio enfrenta um problema sério de criminalidade violenta, mas executar suspeitos não é a solução. Essas execuções colocam as comunidades contra a polícia e comprometem a segurança de todos", disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil. "Não se pode esperar que o policiamento de proximidade funcione quando a polícia continua a executar membros das comunidades que deveria proteger."

O chamado "policiamento de proximidade" no Rio é conhecido por UPP. Cara supostamente humana para o esculacho de sempre, repressão e assassinatos. Só lembrar de Amarildo, e agora do jovem Jhonata que ia comprar pipoca.

A pesquisa reconhece que o número de mortes registradas por policiais vem caindo (não há como saber se a disparidade número registrado - número real não aumentou), mas chama atenção para um aumento desses casos nos últimos anos. "Apesar de o número oficial de homicídios cometidos pela polícia, que alcançou mais de 1.300 em 2007, ter caído para cerca de 400 em 2013, o número voltou a crescer desde então, chegando a 645 em 2015 e 322 de janeiro a maio de 2016, de acordo com os últimos dados disponíveis."

O documento relata que em ao menos 64 mortes, das poucas que o relatório investigou, há "provas críveis" de que policiais tentaram encobrir "o uso ilegal da força letal". Nome polido para dizer, mataram, executaram.

A violência policial, racista, não é patrimônio dos EUA, é mais cruel ainda em nossas terras. É preciso um grande movimento que exija punição a cada policial assassino. Acabar com a impunidade e privilégios das polícias que são julgadas por seus pares e não por juri popular. Chega de genocídio!




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