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Greve da educação RJ | Mudar os rumos da greve para derrotar Cláudio Castro e conquistar o piso

A greve segue forte e Castro intransigente, por isso, a greve não pode seguir da mesma forma. É fundamental que a base dos educadores estejam ativos na greve e busquem atuar nos comandos locais e estaduais, tomando os rumos da greve para que possamos radicalizar e mostrar nossa forma no Estado. Nessa greve nossos maiores aliados para ganhar apoio da população são os estudantes e a comunidade escolar, precisamos atuar em unidade com a comunidade escolar com ações nas regiões em defesa do pagamento do piso salarial, contra o novo ensino médio e da educação pública de qualidade. Leiam aqui as propostas do Nossa Classe Educação.

terça-feira 13 de junho de 2023 | Edição do dia

Castro mente quando diz que não tem dinheiro. Pague o Piso já!

O governador bolsonarista publicou o decreto que não dá o piso e ainda ataca o nosso plano de carreiras e salários. Usa o Regime de Recuperação Fiscal que privatizou a Cedae para achatar nossos salários. Uma afronta diante de tantos escândalos de corrupção. Foram bilhões gastos com escândalos de corrupção do Ceperj e da UERJ. Além disso, a principal fonte de financiamento da educação, o mínimo constitucional, é de 25% e durante anos o governo do estado não paga acumulando uma dívida de bilhões com a educação. Outra fonte de financiamento da educação vem da exploração de royalties e participação em gás e petróleo e tem uma lei federal e uma emenda constitucional que destina uma parte do que foi arrecadado em novos campos de petróleo para educação, essa verba de bilhões de reais não têm sido gastos com a educação. Além dos recursos do FUNDEB que tem participação do governo federal. Ou seja, está mais que comprovado que não falta dinheiro, precisamos ampliar nossa denúncia contra Castro que segue sendo blindado pela mídia que esconde nossa greve, com conveniência do MP e do judiciário, só com a força da nossa luta vamos derrotar o governador bolsonarista.

A base da categoria deve tomar a greve pelas mãos. Fortalecer o comando de greve é fortalecer a estratégia para vencer. As assembleia precisam expressar a síntese dos debates e decisões da categoria

Castro quer vencer a greve pelo cansaço sem negociar e ameaçando cortar ponto. Nossa greve está forte, mas está sendo conduzida a um impasse pela direção do SEPE, pois sua estratégia resume-se a chamar uma assembleia e ato, estamos a quase um mês assim. Assembleias lotadas em que o principal debate é o calendário, enquanto, diminuição de pautas como a retirada do NEM são feitas sem grandes debates e esclarecimento da categoria. Os grevistas passam o dia debatendo em grupos da categoria ideias de atividades, abordagens, materiais online, no entanto, isso não se expressa na maioria dos comandos locais e muito menos nas assembleias. Só depois de três semanas é que o Comando de Greve teve sua primeira reunião, mas a direção segue sem dar importância, pra essa semana a reunião será terça 13/06 e o SEPE sequer divulgou. Além disso, boa parte da direção quer um comando só para constar, com as decisões da greve sendo feitas apenas pela direção e a categoria sendo apenas consultada semanalmente sobre a continuidade ou não da greve.

Essa energia instaurada na categoria precisa se expressar nas discussões e decisões dos comandos locais, o comando estadual precisa acontecer e nas assembleias. É aí que vamos fortalecer e ampliar as ações locais em unidade com a comunidade escolar e também as ações radicalizadas as quais a categoria mais aplaude nas assembleias, e até agora o SEPE não organizou. Por isso defendemos que a greve deve ser conduzida por um comando de delegados eleitos e revogáveis em assembleias em cada escola. Junto ao SEPE, este comando deve ter força de deliberar manifestações, ações, atividades e ser parte das negociações com o governo. A categoria precisa assumir a luta nas suas mãos para fortalecer a greve.

Construir nossa greve em unidade com a comunidade escolar.

Os estudantes e seus responsáveis são nossos principais aliados nessa greve. São eles que sentem diariamente junto com os educadores os impactos do sucateamento da educação pública. A construção dessa aliança com a comunidade fortalece a nossa luta. Por isso, consideramos um equívoco importante que a pauta da revogação do NEM tenha sido tirada da pauta junto com a contratação de funcionários, essas são as pautas que mais dialogam com esse setor, quanto mais apoio e unidade construímos com a comunidade escolar, mas teremos apoio das e dos trabalhadores na sociedade. É essa unidade que a precarização muitas vezes impede no nosso cotidiano. Enquanto Castro nega seu aumento, aumentou seu próprio salário e de sua cúpula em 60%, enquanto os filhos dos trabalhadores comem ovos de mistura nas merendas por falta de verba, Castro esbanja banquetes em festas e gastou milhões em escândalos de corrupção no Cederj, UERJ e Seeduc. Para derrotar Castro e seus ataques essa greve precisa se fortalecer como uma luta de todos os trabalhadores/as e comunidade escolar.

Revogação integral do Novo Ensino Médio

A reforma do novo ensino médio é um ataque histórico à educação pública, impedindo que a juventude tenha acesso a conteúdos críticos, precarizando a formação dos estudantes e o trabalho dos professores, para atender os interesses do capital financeiro. Mas para lutarmos pela revogação total do NEM precisamos assumir que nossa greve é política e não só salarial como pretende a direção do SEPE. Devemos mostrar a situação precária da educação dos filhos da classe trabalhadora, fortalecendo nosso diálogo com a sociedade. O governo Lula-Alckmin já disse que não irá revogar o NEM, mostrando que estão do lado das fundações privadas da educação. O SEPE em seu último congresso aprovou a entrada na CNTE sem nenhuma discussão na base, defendendo que não podemos ficar isolados, até agora o que essa entidade tem feito para apoiar nossa greve, além de uma nota quase escondida em seu site? A CNTE tem circulado na categoria que a revogação do NEM depende de nós professores, para defender o plebiscito do governo que não muda estruturalmente nada neste ataque, semeando a ilusão nessa consulta fake, sem organização nenhuma da luta . Este ano já teve várias lutas da educação, mas é necessário unidade nacionalmente. A nossa greve pode ser um ponto de apoio nacional para a revogação total do Novo Ensino Médio. Contra o novo ensino médio e o arcabouço fiscal, é necessário unificar as lutas nacionalmente

O novo arcabouço fiscal de Lula e Haddad nada mais é do que um novo teto de gastos que restringe a ampliação de gastos públicos, garantindo que o governo sempre tenha que investir menos do que arrecada. Num cenário de pouco crescimento econômico, o que estará colocado são mais cortes nos investimentos estatais nos serviços públicos, ou limite para gastos mesmo no cenário de crescimento. O arcabouço é um ataque neoliberal que significará arrocho salarial. Em seu último congresso, o SEPE votou a adesão à CNTE. Agora é preciso cobrar da Confederação, que é filiada à CUT, e das demais centrais sindicais, que organizem um plano de lutas que culmine em uma paralisação nacional contra o arcabouço fiscal.

Veja o vídeo de Carolina Cacau, professora da rede estadual e militante do Movimento Nossa Classe sobre a greve!




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