Após tantas provocações, incitações e ameaças de Bolsonaro, questionando o processo eleitoral e disseminando ódio e violência, nas últimas semanas presenciamos atentados e até mesmo assassinatos contra eleitores petistas e de esquerda. Ainda que tenham sido eventos isolados, este clima de radicalização de setores da extrema direita gerou apreensão de como seria o comportamento da base dura bolsonarista durante as eleições. Entretanto, até o presente momento, as informações são de pouquíssimos casos de provocações e incidentes da extrema direita.
domingo 2 de outubro de 2022 | Edição do dia
Bate bocas foram registradas pontualmente, não apenas pelo Brasil, mas também no exterior. Uma eleitora bolsonarista em BH foi filmada gritando contra o comunismo no Brasil. O mesmo ocorreu em Genebra e em Lisboa. Houve respostas de eleitores petistas. Mas nenhuma agressão física ou ação mais radicalizada foi presenciada até o momento. Exceto por um eleitor bolsonarista de Goiânia que foi registrado golpeando e destruindo uma urna eletrônica, sendo este até o momento o ato isolado mais agressivo contra o processo eleitoral em si.
Bolsonaro por sua vez, ao sair da seção eleitoral voltou a transmitir ambiguidade em seu discurso, mais defensivo, de que se as eleições forem limpas, irá respeitá-las, ao mesmo tempo dando por certo de que venceria no primeiro turno. Um discurso para sua própria base que vem repercutindo nas redes sociais, para gerar uma discrepância narrativa em relação a quantidade de votos que está previsto receber.
Por fim, o que vemos até o momento é um bolsonarismo controlado e condicionado ao processo eleitoral, sem grandes ameaças golpistas e radicalizações, contrastando com o alarde e ameaças que vinham sendo proferidas e gerando um clima de medo para o momento das eleições.
Ainda assim, não tenhamos dúvidas de que a extrema direita não irá desaparecer após a contagem de votos, independente do resultado. O ódio contra a esquerda e os setores oprimidos seguirá sendo disseminado e organizado pela extrema direita. Essa ameaça só poderá ser de fato derrotada na luta de classes, com a organização da classe trabalhadora junto a todos os setores oprimidos sem aliança com a direita, a patronal e seus representantes.
