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11A em Natal | Contra as chacinas policiais, os cortes e o Arcabouço Fiscal! Por uma luta independente de Lula-Alckmin e Fátima

O 11 de Agosto é o dia do estudante, um dia em que nacionalmente estudantes vão às ruas por direitos. Em Natal, o ato está convocado para às 14h nesta sexta-feira em frente ao Midway. Chamamos todes es estudantes secundaristas e universitários, bem como professores e trabalhadores da educação para essa importante data que poderia ser um pontapé para a elaboração de um plano de lutas desde as bases que se enfrente com o novo Ensino Médio e o Arcabouço Fiscal de Lula-Alckmin, como a Faísca Revolucionária vem defendendo desde o CONUNE. Não pode estar separado disso o rechaço às chacinas policiais que minam os sonhos da juventude negra em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia desde as mãos da extrema-direita de Tarcísio até as mãos também manchadas de sangue do petista Jerônimo Rodrigues. Nos inspiramos na força inspiradora da paralisação de terceirizados da UFRN acontecendo agora para lutar, cercando essa luta de apoio é tarefa central do movimento estudantil.

Marina EstrelaEstudante de Letras da UFRN e militante da Faísca Revolucionária

quinta-feira 10 de agosto de 2023 | Edição do dia

Às vésperas da volta às aulas na UFRN, vai ocorrer a manifestação do Dia Nacional do Estudante. Com novos ingressantes na universidade, é extremamente necessário que batalhamos por um movimento estudantil que arranque cada direito nosso através da luta, tenha clareza sobre quem são nossos inimigos e enfrente-os ombro a ombro dos trabalhadores e dos setores oprimidos. Por uma universidade a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre e com o norte de botar abaixo esse sistema capitalista de miséria. No semestre passado os estudantes da UFRN conquistaram o reajuste das bolsas através da luta, que não foram dadas de bom grado por Lula-Alckmin, tampouco pela REItoria que implementou cada corte dos governos golpista de Temer e do reacionário Bolsonaro na UFRN e descarrega a crise nas costas dos estudantes e trabalhadores.

PT e bolsonarismo de mãos dadas nas chacinas na Bahia, RJ e SP: a repressão como um pilar do Estado capitalista

Agora, os trabalhadores terceirizados da construção na UFRN estão paralisados pelo pagamento de seus salários atrasados, pelo direito a vale alimentação e condições dignas de trabalho negadas pela empresa D&L, mas também pela mesma REItoria com quem nos enfrentamos pelo reajuste. É primordial cercar essa mobilização de solidariedade e nos inspirar na disposição de luta dos trabalhadores e dos bolsistas para lutarmos contra nossos inimigos. Esse 11 de agosto não pode fechar os olhos para os terceirizados que mantêm funcionando nossas universidades e escolas que recebem títulos de excelência às custas de trabalho análogo à escravidão.

Terceirizados do canteiro de obras da UFRN vivem descaso e armazenam comida em chocadeiras improvisadas

Nossa batalha na UFRN está conectada a cada angústia e braveza demonstrada pelos trabalhadores, negros, indígenas, mulheres e LGBTQIAP+ do país, profundamente em um momento revoltante das absurdas chacinas policiais comandadas por bolsonaristas como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas também por Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia. É por Thiago, menino de 13 anos assassinado pela polícia de Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro, que nós estudantes devemos gritar nesse 11 de agosto. E aqui no RN, também por Geovane Gabriel.

Justiça por Thiago | Todo negro tem um sonho

Nesse cenário, não podemos nos esquecer que a cartilha neoliberal de ataques vem sendo seguida à risca pelo governo de frente ampla Lula-Alckmin. Nesses oito meses de governo, as reformas reacionárias que passaram desde o golpe de 2016 e particularmente nos últimos duros anos de bolsonarismo permanecem intactas: da reforma da previdência e trabalhista à reforma do ensino médio - que, mesmo com a demonstração de vasta indignação dos estudantes e professores, segue sem revogação. E mais do que apenas garantir os ataques que a burguesia conquistou, o governo vem sendo agente direto de políticas neoliberais, como é o arcabouço fiscal, um novo teto de gastos que irá significar mais ajustes em cima dos trabalhadores e da juventude. Agora, na última semana, Lula aprovou um novo bloqueio de orçamento bilionário que vai representar R$ 452 milhões a menos para a saúde e R$ 333 milhões de cortes a mais na educação, sem contar outras pastas que tiveram verba bloqueada, como a do Meio Ambiente. Paulo Guedes dorme tranquilo com essas notícias enquanto a juventude trabalhadora é expulsa das universidades por falta de permanência e a enfermagem segue sem o piso salarial garantido. Assim, fica claro como a conciliação de classes abre espaço para a direita que vem aplaudindo a sequência de novos ataques implementados sob o governo de Frente Ampla.

No Rio Grande do Norte isso se expressa na categoria da saúde que realizou uma forte greve contra os ataques de Fátima Bezerra (PT) e por melhorias nas condições de trabalho precarizado pela terceirização e pelas reformas que, como dito, vêm dos anos de golpismo e bolsonarismo, mas são mantidas por Lula-Alckmin que implementa novos ataques como o novo bloqueio que atinge diretamente a educação e a saúde. A governadora acionou o TJRN (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte), que por meio do desembargador Glauber Rêgo determinou que os trabalhadores da saúde do estado deveriam acabar com sua legítima greve, iniciada no dia 19 de julho e encerrada no dia 07 de agosto, tal como fez com a greve dos trabalhadores do DETRAN. Essa situação é a expressão a nível estadual de como a conciliação petista abre espaço para a direita, nesse caso a aliança de Fátima com as oligarquias regionais está fortalecendo o judiciário articulador do golpe institucional de 2016.

Abaixo à perseguição de Fátima e do TJRN contra os lutadores da saúde que estavam em greve!

Esse mesmo reacionário judiciário foi representado no CONUNE logo na mesa de abertura pelo ministro do STF Barroso, diretamente responsável por barrar o piso da enfermagem conquistado pela exemplar luta da categoria ano passado. Nós da Faísca fomos linha de frente de rechaçar a presença dessa figura inimiga dos trabalhadores e dos estudantes, nos enfrentando também com a direção burocrática da majoritária da UNE (UJS, Levante Popular da juventude e juventudes do PT), que orgulhosamente convidou Barroso e subordina o movimento estudantil aos governos e instituições do regime. Com isso se nega a organizar a luta contra os ataques mesmo tendo reunido milhares de estudantes para o congresso em que, na verdade, graças à inércia da majoritária, não se organizou um plano de lutas contra as chacinas, o novo ensino médio e o arcabouço fiscal, rumo ao 11 de agosto. Desde já viemos exigindo em cada universidade do país pra que a UNE rompa com essa política de subordinação dos estudantes ao governo de Frente Ampla e a sua conciliação com os capitalistas e organize imediatamente esse plano de lutas a partir do 11A, que coloque em movimento a raiva de cada estudantes contra as chacinas policiais e contra cada um dos ataques.

No Rio Grande do Norte, os maiores DCE do estado (UFERSA, UERN e UFRN) são dirigidos pela mesma majoritária da UNE que aqui dá continuidade à política do governo federal e estadual no movimento estudantil. Por isso o 11 de agosto em Natal não foi realmente organizado pelas bases através de assembleias bem construídas e com voz e voto para todes, como deveria ser o caminho para arrancarmos um plano de lutas.

Por outro lado, as organizações da dita oposição de esquerda, como Juntos!, UJC e Correnteza, dividem a direção da União Estadual dos Estudantes (UEE) com a majoritária, mas não se colocam como verdadeira oposição. O movimento Juntos! se diz independente mas é parte do PSOL, partido base do governo Lula-Alckmin. Já a UJC é ligada ao PCB que fez chapa junto do PT para a direção do sindicato de professores de São Paulo, APEOESP, o maior sindicato da América Latina, que mantém silêncio frente aos ataques da extrema-direita de Tarcísio. Por último, o Movimento Correnteza é a oposição que o governo gosta ao posar sorridente para fotos com Barroso e o próprio Lula, e é a juventude da UP que tem dirigente no mandato da deputada Natália Bonavides, que votou a favor do Arcabouço Fiscal. O Movimento Correnteza dirige diversos Centros Acadêmicos da UFRN como o CALET e o CACS, mas tampouco se utiliza desse espaço para organizar es estudantes contra os ataques e rumo ao 11 de agosto. Por isso, nós da Faísca defendemos a centralidade da refundação de uma nova tradição no movimento estudantil que seja de fato independente dos governos, patrões e reitorias e que não aceite que o futuro da juventude negra seja morrer nas mãos da polícia ou deixar sua vida em postos de trabalho extenuantes, sendo negados de estar nas universidades pelo filtro social e racial do vestibular

Nós da Faísca vamos para o 11 de agosto defender o fim de todas as polícias e a legalização de todas as drogas para que nenhuma criança mais tenha seu sonho ceifado pelo estado assassino sob a desculpa da guerra às drogas. Para que o povo negro e pobre tenha direito de estudar, somos pela ampliação das cotas étnico-raciais proporcionalmente ao número de negros e indígenas em cada estado, bem como pela implementação das cotas trans já, mas também pelo fim do do vestibular e pela estatização das universidades privadas. Por futuros (e presentes) que não sejam de fome e precarização queremos a revogação integral de todas as reformas e o fim da terceirização com a efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público. Para questionar a universidade de classes e, assim, questionar a sociedade de classes, colocando nosso conhecimento para atacar cada problema estrutural do capitalismo escravista junto com os trabalhadores enterrar para essa sociedade de exploração e opressão, venha com o bloco da faísca nesse 11 de agosto às 14h no Midway por uma universidade a serviço da classe trabalhadora e do povo pobre.




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