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ISRAEL | Caetano e Gil se apresentam em Israel

Ignorando os inúmeros apelos sociais de fãs e inclusive de artistas como Roger Waters, músico da banda Pink Floyd e ativista pela causa palestina, Gilberto Gil e Caetano Veloso se apresentaram nesta terça-feira em Tel Aviv.

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

quarta-feira 29 de julho de 2015 | 00:00

Uma ano depois do massacre de mais de 2300 palestinos, em sua maioria civis, mulheres e crianças, pelas forças militares israelenses na chamada "Operação Margem Protetora", Caetano abre o show em Tel Aviv dizendo terem preferido “o diálogo em lugar do ‘não’”, em resposta aos pedidos de boicote feitos à dupla.

Sem diálogo, porém, permanece a vida de milhares de palestinos que têm sido expulsos de suas terras compulsoriamente pela política exterior do Estado de Israel, apoiada pelos Estados Unidos e com a complacência das grandes potências e da maioria dos Estados mundiais.

Cerca de 80% da população da Faixa de Gaza depende de ajuda para sobreviver; 57% das famílias não tem acesso a alimentação regular e 90% da água, cuja entrada é controlada pelo exército de ocupação de Israel, é inapropriada para consumo. Com uma das maiores taxas de desemprego do mundo, 40%, a economia desta prisão a céu aberto, cercada pelos exércitos egípcios e israelenses, está completamente paralisada.

Não bastasse essa política de pressão do governo israelense em construir moradias em terras reconhecidamente palestinas, a política de repressão e conflito permanente vitima a cada ano milhares de palestinos.

Caetano chegou a dizer que achava inaceitável a ocupação, para logo em seguida completar que “isso é coisa pequena, porque eu sou brasileiro, visitante, cantor”.

Gilberto Gil, que reconheceu que “as questões envolvendo as dificuldades de entendimento entre os povos daqui são questões muito conhecidas hoje em dia”, foi ainda mais longe e, nesta que foi a sua nona visita a Israel, comparou o mar de Tel Aviv com o de Salvador e disse ter feito uma música em homenagem à Israel nas primeiras vezes que esteve por lá.

Contra as manobras sionistas que tentam comparar o combate à política racista e colonialista do Estado assassino de Israel com "anti-semitismo", ficamos mais próximos de artistas como Roger Waters, que se negou a apresentar em Israel, dizendo que "protestar contra a política doméstica e estrangeira de Israel, infladas de racismo, não é anti-semitismo".

Em junho, Waters escrevera uma carta a ambos artistas brasileiros, pedindo para que cancelassem seu show: "Até que todos os povos sejam livres, nós vamos fincar nossos emblemas na areia, há uma linha que não cruzaremos, não vamos entretar a corte do rei tirano".


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