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RATING DE CRÉDITO | Agência Fitch se reúne com governo para avaliar economia

A equipe da agência de classificação de risco Fitch esteve nesta terça-feira, 22, em Brasília para colher informações sobre o País para avaliar um possível rebaixamento da nota de crédito do Brasil.

terça-feira 22 de setembro de 2015 | 23:48

O Planalto e a equipe econômica tentam evitar que a agência siga o entendimento da Standard and Poor’s (S&P), que no início do mês tirou do Brasil o grau de investimento.

A esperança é de que não haja um rebaixamento do grau de investimento pela Fitch já que a agência precisaria rebaixar a nota do Brasil duas vezes para retirá-lo do grau BBB, que representa o selo de bom pagador.

Além de reuniões no ministério da Fazenda, a equipe da Fitch se reuniu ontem com o ministro Augusto Nardes, relator de processo que avalia as contas do governo Dilma Rousseff em 2014, para colher informações sobre as irregularidades apontadas pela corte nas áreas fiscal e orçamentária. Na reunião, de quase uma hora, Nardes e sua equipe apresentaram detalhes sobre as 15 distorções que podem resultar numa inédita rejeição do balanço apresentado pela União à corte, entre elas as chamadas "pedaladas fiscais".

A decisão da agência pode levar em conta o desarranjo nas contas do governo, explícito nos pareceres já divulgados pelo tribunal, e incertezas em relação ao futuro das política econômica e fiscal. Temendo um novo revés vindo das agências, Dilma pediu ao Congresso hoje que apreciasse os vetos a projetos que podem aumentar as despesas do governo em ao menos R$ 127,8 bilhões até 2019. A manutenção dos vetos seria, na avaliação do governo, uma sinalização positiva ao mercado.

Participaram do encontro com Nardes os diretores da Fitch Shelly Shetty, Rafael Guedes e Erich Arispe. Eles procuraram saber também como funciona o processo de avaliação das contas e o calendário a ser cumprido até o desfecho, previsto para outubro. Técnicos do TCU devem entregar até a semana que vem parecer conclusivo sobre o balanço de 2014, com a análise da defesa entregue pelo governo. Depois disso, possivelmente na primeira quinzena de outubro, Nardes levará o processo para apreciação do plenário. Cabe a ele apresentar um voto pela aprovação ou a rejeição das contas, que poderá ser seguido ou não pelos colegas A recomendação do TCU é enviada ao Congresso, ao qual cabe julgar as contas do governo.

Já a alta cúpula do Ministério da Fazenda apresentou à equipe da Fitch um quadro econômico e fiscal "realista" e ao mesmo tempo "confiante", segundo uma fonte. O governo sabe que, depois da perda do grau de investimento pela Standard & Poor’s (S&P) há duas semanas, a situação especificamente com a Fitch é de pessimismo cauteloso.

A mensagem passada a Fitch é de que o pacote fiscal, enviado hoje à tarde pelo governo ao Congresso Nacional, é a agenda mais importante do governo, na área econômica, até o fim do ano. Caso seja bem sucedido, o pacote poderá zerar o rombo orçamentário de 2016 e até produzir um pequeno superávit fiscal.

O fato de, no último dia 10, a Standard&Poor’s (S&P) ter rebaixado as notas faz com que a presidente Dilma tenha agora que mostrar serviço como verdadeira serva dos bancos internacionais. Isso porque períodos de crise podem afetar a flexibilidade de instituições financeiras e bancos nacionais no que diz respeito à concessão de empréstimos, a partir de decisões do governo.

Entretanto, até o último semestre, os lucros dos grandes bancos estavam em uma crescente significativa. Se, por um lado, isso já significa demissões e precarização nas agências bancárias, por outro, as iniciativas do governo federal devem demonstrar que o padrão se manterá e que o Brasil apresenta segurança de investimento.

Trata-se de aparentar estabilidade econômica às custas dos trabalhadores, o que significa cada vez mais cortes, sendo que os da última semana somam 26 bilhões, e mais demissões, aliadas a condições de trabalho cada vez mais precárias.




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