As terceirizadas e terceirizados da Criart, empresa que presta serviços de limpeza para a UFRN, deram um grande exemplo, tanto para outros trabalhadores como para estudantes, de como lutar por seus direitos, que é o caminho da mobilização, da luta, protestando fortemente, sem esperar passivamente da reitoria ou dos patrões que os seus direitos serão cumpridos. Ao mesmo tempo, alguns trabalhadores ainda não receberam por insalubridade, o que demonstra que é preciso tirar as lições dessa vitória para que se possa mobilizar para garantir os demais direitos e impedir que a empresa atrase os salários nos próximos meses.
João Paulo de LimaEstudante de Ciências Sociais - UFRN
terça-feira 16 de janeiro | Edição do dia
A Criart vinha atrasando os salários, que deveriam ter sido pagos no dia 08/01, e que era referente ao 13º salário de 2023, o que corresponde ao pagamento de 90% da remuneração devida aos trabalhadores pela Criart, enquanto que os outros 10% seriam complementados pela empresa.
Enquanto alguns trabalhadores disseram ter recebido o valor integral da remuneração, outros seguem sem receber o adicional de insalubridade, o que é absurdo, já que esses trabalhadores muitas vezes lidam com um trabalho nocivo para sua saúde, tendo que lidar com lixos e dejetos, e que só escancara a precariedade da terceirização imposta pelas universidades e pelas empresas aos terceirizados.
Além disso, não é a primeira vez que a Criart e a reitoria deixam os terceirizados da limpeza sem salários. Em dezembro de 2022, em pleno natal, com familias passando fome, os trabalhadores ficaram mais de uma semana sem receber. Mas, por meio de assembleias e mobilizações fortes, esses mesmos terceirizados arrancaram seus salários. Tanto em 2022 como agora, foi a luta coletiva dos trabalhadores que demonstrou que só o enfrentamento com a reitoria e as empresas que é capaz de arrancar os direitos, o que é um grande exemplo de como lutar pelos nossos direitos, tanto para demais trabalhadores como também dos estudantes e bolsistas da UFRN, que seguem com suas bolsas atrasadas.
Nós da Faísca Revolucionária e do jornal Esquerda Diário estivemos lado a lado com esses trabalhadores, prestando-lhes apoio todos os dias desde o dia 11, indo todas as manhãs nas assembleias e nas mobilizações, usando da nossa força para fortalecer a luta enfrentando a reitoria que se mostrava intransigente em relação aos direitos dos trabalhadores, mas acreditamos que foi justamente a força coletiva dos trabalhadores que conseguiu arrancar esse direito, e nós seguiremos juntos com os trabalhadores, ombro a ombro, para as demais reivindicações e lutas dos trabalhadores da UFRN. Todo apoio!
Deixamos aqui um dos cancioneiros que não saiu da boca das terceirizadas e terceirizados durante a mobilização, e que se inspira na histórica greve dos Garis do RJ:
ACELERA CRIART
QUE EU QUERO VER
ESSE LIXO VAI FEDER
A REITORIA NÃO PAGOU NÃO
E ESSE LIXO VAI FICAR TODO NO CHÃO!
