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TEMER NO FANTÁSTICO | Temer quer Empresários e Trabalhadores unidos para que os trabalhadores paguem pela crise

Juan ChiriocaRIO DE JANEIRO

terça-feira 17 de maio de 2016 | Edição do dia

O recentemente empossado governo golpista do Michel Temer ainda nem cumpriu uma semana de mandato e está correndo para acelerar o avanço da maior quantidade de ataques possíveis aos trabalhadores e os setores mais precarizados ao mesmo tempo em que fortalece seus esquemas de corrupção e os das famílias tradicionais e setores mais reacionários da elite brasileira: Picciani no Ministério dos Esportes, Maggi "Motoserra de Ouro" e sua quadrilha de ex-policiais no Ministério da Agricultura, ou Mendonça Filho e seu programa tucano para a pasta da Educação.

No governo interino de Temer fortalece-se a corrupção e também a demagogia e os discursos desvergonhados fartos de falso brilho e armadilhas contra os trabalhadores. Pois no domingo passado, 15/05, o golpista Temer foi convidado para o programa "Fantástico" da também golpista Rede Globo.

Para começar, o peemedebista reconhece que assume o governo no planalto central com uma baixa aprovação popular, num regime político cada vez mais apodrecido e por isso questionado, situação que é vista pelo imperialismo e sua imprensa como um ponto negativo para uma expressa implementação dos ajustes sem risco de um explosivo auge da luta de classes.

Na entrevista ao Fantástico inclusive uma apresentadora com uma linha editorial como a da Rede Globo fez com que o golpista Temer expusesse no seu discurso todas as contradições e o verdadeiro caráter reacionário e hostil aos trabalhadores que se ocultava por trás das demagogias que levaram ao afastamento da Dilma.

Continuando no mesmo espírito de "não fale em crise, trabalhe!", afirmou que o país precisa de uma "pacificação". Para conseguir se equilibrar, Temer prega a necessidade de "unificação do país", o que para ele significa o país do consenso, do pensamento único, "da unificação dos partidos políticos, dos empregadores com os trabalhadores, enfim, um esforço conjunto da sociedade brasileira para que nós possamos sair da crise em que nós nos achamos”. Unificação que na prática e na realidade significa empregadores e trabalhadores unidos mas pelos interesses dos empregadores.

Numa tática tão antiga quanto a luta de classes, Temer apresenta o projeto de super ajustes, e os interesses das elites como interesses por cima das classes, "estamos todos no mesmo barco". O "esforço conjunto" que apela Temer é na verdade o esforço do conjunto da classe trabalhadora para garantir a continuidade dos lucros e dos privilégios dos empresários. Como se numa situação de crise, sair desta não significasse na prática ajustes que lançam a crise sobre as costas dos trabalhadores.

Alta verborragia demagógica do presidente interino e golpista quando afirma que " uma das minhas prioridades (...) é exatamente a atenção com os mais carentes, com os mais pobres. Nós não podemos abandonar aqueles que têm dificuldade de vivência e sobrevivência". Diz que com essa preocupação vai manter os programas sociais como o Bolsa Família que nas próprias palavras do pemedebista são para garantir a "possibilidade de sobrevivência" dos mais desprotegidos, mas por outro lado avançam velozmente "ajustes", verdadeiros ataques à classe trabalhadora, mais precarização aos setores já muito precarizados.

Ronaldo Nogueira, novo Ministro do Trabalho apresenta como "modernizadoras" um pacote de medidas para precarizar e explorar mais o trabalhador brasileiro com reformas na CLT e a generalização do trabalho terceirizado incluindo a terceirização das atividades-fim.

Não dá para acreditar nem em uma vírgula das palavras que saem da boca do golpista Temer. Ontem, segunda-feira 16, o presidente interino junto com os ministros da Casa-Civil, da Fazenda e o já mencionado Ministro do Trabalho, reuniram-se com algumas das centrais sindicais como a UGT, Força Sindical e outras das mais pelegas centrais sindicais brasileiras e anunciaram a criação de um grupo de trabalho para discussão da reforma da previdência social. Outro dos ataques do acelerado programa de "ajustes" do governo do PMDB contra a classe trabalhadora.

Sobre a ausência de mulheres no governo, Temer minimizou o questionamento. Afinal, tem mulheres repartidas por ai em diversos outros cargos menores pois os cargos de ministro já foram repartidos entre a elite reacionária de conspiradores do golpe institucional.

Por último a educação, pasta onde na situação atual encontra-se o principal inimigo a vencer do governo golpista: a juventude. Temer promete dar solução aos problemas da educação ainda que refere-se só a qualidade do ensino e não ao tamanho da crise na educação. De certa forma até dá para concordar com as palavras de Temer sobre educação: "as escolas são federais, estaduais, municipais. O que deve haver é um conjunto, um esforço federativo para que nós venhamos a resolver esse problema”. E já estamos vendo esse esforço no país.

Mais de 70 escolas estaduais ocupadas no Rio de Janeiro junto com a greve dos professores da rede estadual, mais de 40 escolas estaduais ocupadas no Ceará, mais de 20 no Rio Grande do Sul, o movimento secundarista que continua em luta em São Paulo, A Universidade do Estado do Rio em greve e as Universidades Estaduais Paulistas que se levantam com uma forte luta em defesa da educação pública com o Sindicato dos Trabalhadores da USP na cabeça são o esforço nacional necessário para responder à crise colocada no país. São estas lutas as que mostram o caminho tanto para combater os ajustes como para enfrentar ao governo Temer e impor pela força da luta da juventude e dos trabalhadores uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para discutir e dar uma resposta aos anseios dos setores oprimidos no Brasil.




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