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Venezuela | Repudiamos nova tentativa do governo Maduro de intervir judicialmente no PCV

O governo Maduro avança para um novo ataque bonapartista contra o Partido Comunista da Venezuela (PCV), buscando retirar sua legalidade, visando as próximas eleições presidenciais. Para isso, ele realiza a velha tramitação de intervir via Superior Tribunal de Justiça (TSJ). Tal medida antidemocrática deve ser categoricamente rejeitada.

sábado 29 de julho de 2023 | 20:36

Fotografia: manifestação de protesto em frente ao TSJ em 13 de julho, repudiando a medida arbitrária. A LTS estava presente.

A proscrição de partidos ou a desqualificação de candidatos e organizações políticas é uma prática comum do governo Maduro, em função de sua permanência no poder. Uma prática que ocorre simultaneamente com a violação de outros direitos democráticos elementares, como o direito de protesto, greve, organização sindical, entre outros.

A verdade é que esta medida faz parte das manobras autoritárias utilizadas pelo governo Maduro para desenhar as eleições à sua medida, para habilitar e desabilitar à vontade, tanto a direita como a esquerda, como bem entender. Um governo capitalista caracterizado por aplicar ajustes que destruíram salários, direitos trabalhistas e condições de vida dos trabalhadores como nunca antes, operando um curso de reprivatização e entrega ao capital transnacional, acompanhado de coerção e repressão à trabalhadores e comunidades, chegando a ter mais de uma centena de trabalhadores presos por lutar ou por recusar às corrupções da casta governante.

No recente ataque que pretendem dar ao PCV, realiza-se toda uma montagem onde um grupo de pessoas encabeçadas por Henry Parra, alguns ex-militantes do PCV e outros militantes do partido do governo, PSUV e Somos Venezuela -colateral do partido do governo-, apresentaram um recurso perante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para solicitar que esse tribunal imponha uma nova diretiva temporária ao PCV. É uma situação em que a única organização política que permaneceu legalmente à esquerda do governo é o PCV, e com isso busca tirá-lo da arena eleitoral, pois teme que amplos setores do chamado chavismo crítico e da esquerda em geral se organizem em torno dele.

O governo de Maduro está agindo conforme às necessidades do momento, proscrições e desqualificações que às vezes atingem a oposição dos patrões pró-imperialistas, como vimos recentemente no caso da reacionária e direitosa María Corina Machado, e outras atingem aqueles que se opõem à esquerda, como de fato está tentando fazer atualmente tentando arrancar a legalidade do PCV .

Desde a Liga dos Trabalhadores pelo Socialismo ( LTS ), promovida pelo La Izquierda Diario, repudiamos o novo passo bonapartista reacionário do governo contra o PCV, que pretende, via TSJ, intervir naquele partido e impor uma diretiva para tirar sua legalidade e impedi-lo de concorrer às eleições. É por isso que também participamos ativamente do protesto vigília em frente ao Supremo Tribunal de Justiça, juntamente com outras organizações e ativistas de esquerda, no dia 13 de julho, onde repudiamos essa tentativa antidemocrática.

Se antes o governo Maduro não buscava tirar a legalidade do PCV, era porque este partido o vinha acompanhando, seja como parte do Pólo Patriótico instituído pelo PSUV, seja como organização individual, até as eleições presidenciais de 2018, quando apoiou eleitoralmente Maduro, distanciando-se abertamente apenas no final de 2020.

Tempos atrás, quando o Marea Socialista teve a possibilidade de requerer à legalidade, foi negado “porque sim”, por pura decisão política de impedi-los de ter uma figura jurídica. O PSL foi, como tantos outros, vítima das condições impostas para a renovação da legalidade eleitoral, que só favorecem os grandes aparatos burgueses, fossem eles opositores ou o PSUV. Mesmo quando partidos chavistas e de centro-esquerda, como a REDES (de Juan Barreto), conseguiram superar as condições restritivas, ainda assim foram impedidos de renovação.

Quando o APR surgiu no final de 2020, em torno dos partidos críticos ao chavismo, o governo realizou uma ofensiva de intervenções judiciais desses partidos (Tupamaro, UPV, PPT) para impedi-los de concorrer às eleições; política que atualmente continua com as tentativas de arrancar a legalidade do PCV. Quando Eduardo Samán quis se candidatar a prefeito de Caracas em 2021, usaram contra ele o recurso de inabilitação política.

Mais uma vez apelamos à defesa dos direitos democráticos, rejeitando todas as restrições às liberdades democráticas e as proscrições políticas. Chega de intervenção do Estado nas organizações políticas. Rejeitamos este novo ataque bonapartista e reacionário contra o PCV.

A matéria original pode ser lida aqui.




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