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PRIVATIZAÇÃO | Reduzir as contas de energia ou vender a Eletrobras? Avança a privatização e a miséria na pandemia

Com a verdadeira catástrofe sanitária que assola o país, e um desemprego que bate recordes, o governo poderia atuar para diminuir as contas de energia elétrica de toda população. Mas ao invés disso, prefere avançar com a venda da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina, e assim prometem mais cenários de apagões e tragédias como no Amapá.

quinta-feira 18 de março de 2021 | Edição do dia

Foto: André Borges

A privatização da importante companhia de Energia Elétrica do Brasil, a Eletrobras, segue de vento em popa no Congresso, inclusive agora contando com os dois golpistas Arthur Lira e Rodrigo Pacheco declaradamente em apoio à venda da estatal. Agora com nova MP de relatoria do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) que prevê a capitalização da companhia, há a previsão de nova emissão de ações, processo por meio do qual a participação da União será diluída.

O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) decidiu incluir a companhia no Programa Nacional de Desestatização (PND), assim, o BNDES poderá começar as avaliações para aumento de capital, que diluirá a parte do governo ainda esse ano, após a MP ser aprovada na câmara e congresso. A previsão é que com isso, a participação do governo passe dos atuais 61% para 45%, abrindo mais espaço de decisão ao capital privado.

Com essa decisão, a privatização da Eletrobras assumiu um passo importante, e se liga a um conjunto de privatizações que estão na agenda do governo Bolsonaro, como EBC, Correios, e outras menores que também têm o processo de privatização em andamento, como CeasaMinas, Trensurb, Codesa, entre outros.

A decisão pela capitalização é similar ao que foi feito na Petrobrás nos governos do PT, o que serviu para abrir espaço para o capital estrangeiro e assim ir cada vez mais aprofundando o processo de privatização da empresa, dando um salto no governo Temer e depois com Bolsonaro.

Uma das decisões tomadas nos últimos anos atendendo aos interesses privados sob o discurso de que não havia lucro foi o fechamento da FAFEN, fábrica de fertilizantes da Petrobras no Paraná, que levou à demissão de mais de mil trabalhadores, e agora, diante do caos sanitário, o MPF e o MP do Paraná pedem que a Fafen reabra para produzir oxigênio.

Os resultados da privatização também em relação a energia elétrica podemos ver recentemente com os apagões e a tragédia que vimos no caso do Amapá, causado pela empresa privada Gemini Energy, em que foi preciso convocar a Eletrobras para socorrer o caos energético que causou um total desespero, falta de energia, água potável, comida, enquanto bairros ricos, como o da família do então presidente do senado, Davi Alcolumbre, eram alimentados por energia.

Em meio a catástrofe sanitária gerida por Bolsonaro e pelos governadores, o Brasil bate recordes de desemprego e mortes, chegando a quase 3 mil mortes diárias e a mais de 13 milhões de desempregados. Era mínimo que com a estrutura que possui a Eletrobras, que é uma empresa estatal, as contas de energia elétrica dos trabalhadores, do povo pobre, e dos pequenos comerciantes que estão sendo arruinados na pandemia, pudessem ser reduzidas e ter isenções. Mas não, toda movimentação de Bolsonaro, e do regime golpista, com Congresso, judiciário e aval dos governadores, é para seguir com os planos de privatização da empresa.

A pergunta que não cala é o que mais falta para que as centrais sindicais, dirigidas pelo PT e PCdoB, como a CUT e CTB, saiam da paralisia que estão e convoquem os trabalhadores a se organizar e a lutar contra as privatizações e reformas? Lula é reabilitado agora como possível nome que pode derrotar Bolsonaro em 2022, mas além de não dizer uma palavra contra os ataques econômicos de Bolsonaro e querer perdoar os golpistas, ainda mantém a passividade nas organizações de trabalhadores em que o PT é direção.

Assim, mostra que não querem de fato derrotar Bolsonaro, o regime golpista e seus ataques, querem encontrar um lugar próprio no regime, fazendo a população esperar 2022 vendo mais mortes, ataques e miséria, e para que depois eles mesmos possam manter as reformas e ajustes que já passaram e assim também gerir esse regime degradado. É urgente que as centrais sindicais chamem os trabalhadores a tomar essa crise nas mãos e dar uma saída de fundo para que a população não amargue mais pagar altas tarifas de energia, desemprego, miséria, e morrer ser ar pela covid.




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