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CAMPINAS | Professores de Campinas são obrigados a ir para a escola mesmo sem estudantes

Professores da rede estadual da cidade de Campinas (SP) estão sendo obrigados a comparecer nas unidades escolares mesmo diante do decreto de suspensão das aulas presenciais. O Esquerda Diário recebeu uma série de denúncias que relatam essa situação absurda.

quinta-feira 4 de março de 2021 | Edição do dia

No dia 2 de março, a prefeitura municipal de Campinas anunciou a suspensão das aulas presenciais nas escolas da rede pública e privada. O prefeito Dário Saadi (Republicanos) tomou essa ação somente após uma série de surtos em escolas na cidade e a lamentável morte de uma estudante de 13 anos rede estadual.

Veja: Aluna de 13 anos morre em Campinas por covid-19: Doria e Rossieli são responsáveis

O negacionismo de Bolsonaro e a demagogia de governadores e prefeitos, assim como de todo o regime do golpe, são responsáveis pelo aprofundamento da crise sanitária e pelo colapso do sistema de saúde. A taxa média móvel de óbitos que há 40 dias já estava superior a mais de mil mortes diárias se eleva a cada dia no país. Em Campinas são mais de 1.900 óbitos pela COVID-19 e a cidade já enfrenta fila de espera para ocupação dos leitos de UTI. Soma-se a esse cenário desesperador de tragédia o anúncio divulgado ontem de suspensão de agendamento de vacinação para os idosos diante da falta de doses.

Mesmo diante desse cenário e com o decreto que garante a suspensão das aulas presenciais nas unidades escolares da rede privada e pública do município, o Esquerda Diário recebeu uma série de denúncias de professores da rede pública estadual [e também da rede privada] que estão sendo obrigados pela equipe gestora da escola a comparecerem presencialmente nas escolas. Tal imposição é um completo absurdo e coloca a comunidade escolar em risco no pior momento da pandemia. Trata-se de uma ação alinhada aos interesses e demagogia do governador João Doria e de seu Secretário da Educação, Rossieli, que desgraçadamente querem impor o retorno às aulas presenciais a qualquer custo.

Veja também: Após escolas abertas por semanas contra alertas de professores, saúde de Campinas colapsa

O surto de covid nas escolas de Campinas logo no início de fevereiro foi um prenúncio da tragédia do plano de reabertura inseguro de Doria. Tragédia essa que levou a óbito uma estudante de 13 anos da Escola Estadual Rachel de Queiroz, no bairro Vila União, e ontem (3), após 21 dias de internação recebemos a lamentável notícia de falecimento de uma das 39 professoras do Colégio Jaime Kratz contaminada pelo covid-19 diante da reabertura.

Nós do Esquerda Diário somos totalmente contrários a reabertura insegura das aulas e o assédio dos dirigentes de ensino e diretores das unidades escolares. Quem deve decidir quando e como as aulas presenciais retornarão é a comunidade escolar junto aos trabalhadores da saúde. É urgente que se garanta testes massivos e um plano universal de vacinação com a quebra das patentes das empresas farmacêuticas que estão a lucrar, mais do que nunca, com as nossas mortes. Assim como é fundamental um auxílio emergencial real, sem nenhuma moeda de troca, para todos que necessitem diante do cenário de desemprego e miséria no país.




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