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Educação RS | Por que ir na assembleia geral do CPERS dia 22?

Próxima sexta-feira (22), ocorrerá a assembleia geral do CPERS na Casa do Gaúcho. Assembleia marcada para depois do que seria a mesa de negociação com o governo no dia 19 e que não ocorreu, pois os deputados votaram o reajuste de fome de 3,62% no dia 12 sem resistência alguma nas galerias da ALERS ou na praça da Matriz. A proposta de Eduardo Leite foi aprovada por unanimidade e manteve aposentados e funcionários com salários congelados. Enquanto esses ataques são impostos, a precarização segue a todo vapor nas escolas, sobretudo na vida das e dos colegas contratados, aposentados e funcionários de escola.

quarta-feira 20 de março | Edição do dia

Por que a direção do nosso sindicato confiou que o governo não passaria a proposta? Por que não houve uma forte campanha salarial e política contra o NEM? Por que é importante ir na assembleia geral? É preciso unificar as lutas na educação em todo o país, os técnicos das universidades federais e servidores municipais de diversas cidades mostram o mostram o caminho.

A Assembleia Legislativa do RS protocolou a proposta de Eduardo Leite de reajuste dos professores no dia 21 de fevereiro. A previsão era para votar dia 19, quando ocorreria uma mesa de negociação com a direção do CPERS. Porém, sem a pressão da categoria de professoras e professores nas ruas, sem uma campanha salarial forte que mobilizasse a base em defesa dos aposentados e funcionários que estão com o salário congelado desde 2015, o governo encontrou um caminho livre para impor a votação. Uma manobra da direita cujo resultado foi a aprovação do reajuste miserável de menos de 4%, mantendo aposentados e funcionários sem nada.

A direção do CPERS sabia desde 21 de fevereiro da proposta de reajuste de Leite, a questão é: por que não estamos mobilizados pelo menos desde o início de março? Por que os núcleos, como 38 e 39 na capital, não foram parte de exigir isso e de apontar um caminho distinto? Conhecendo as forças de direita que compõem a ALERS, favoráveis a Eduardo Leite, somente a pressão das ruas poderia garantir um resultado diferente do que foi, uma reposição salarial maior e a extensão para aposentados e funcionários que continuam num arrocho de 9 anos. Ao mesmo tempo, o Novo Ensino Médio avança nacionalmente a galopadas e as direções sindicais mantém uma paralisia ensurdecedora frente a isso também.

Nossa categoria está adoecida e morrendo, perdemos um colega na semana passada para a depressão, endividado e em sofrimento psíquico tirou a própria vida. A responsabilidade é inteira do Estado, assim como a colega que faleceu por dengue hemorrágica. Não é possível que assistiremos nossos colegas morrendo pela precarização da vida e dos serviços públicos como na educação e continuaremos trabalhando como se nada tivesse acontecendo. Não podemos naturalizar essas mortes, a dengue é um problema de saúde pública nacional e é reflexo dos cortes na saúde. A depressão atinge nossa categoria e é uma doença silenciosa. Depois de tantas derrotas nos últimos anos, muitos colegas se desfiliaram do sindicato e foram cuidar de si buscando atendimento e medicações psiquiátricas muitas vezes, para encarar a realidade precária das escolas, o próprio endividamento e a imposição do NEM. Os contratos temporários já são mais da metade da categoria, o que também é expressão dessa profunda precarização porque estamos falando de mais da metade da categoria trabalhando sem os mesmos direitos, com o risco de ficar sem emprego.

Precisamos nos ajudar e buscar saídas coletivas, também porque muitos sequer têm acesso a serviços de saúde mental com o aumento dos descontos do IPE. É preciso convocar cada colega afastado do sindicato e das lutas para nos organizarmos pela base em cada escola, elegendo representantes a cada 50 ou 100 professores, para em primeiro lugar pressionarmos nossas direções sindicais pela construção de campanhas concretas que levem os educadores do RS junto das comunidades escolares às ruas contra o Novo Ensino Médio e pela valorização dos profissionais e da educação pública, mas também pelo emprego, pela efetivação de todas, todos e todes contratados sem necessidade de concurso pois já provaram estar em condições de assumir seus cargos, além de luta junto às comunidades escolares pela melhoria das condições de vida nestes locais.

Existem exemplos de luta na educação pelo país, como em MG e os trabalhadores da educação do município de São Paulo. É preciso unificar todas as greves com os técnicos administrativos das universidades federais que estão em greve em mais de 50 universidades pelo país. No CPERS é preciso construir a mobilização, precisamos exigir, organizados pela base que a direção do CPERS saia da paralisia e construa uma forte campanha salarial, em defesa dos aposentados e funcionários e também contra o Novo Ensino Médio, mantido pelo governo de conciliação Lula/Alckmin.

O sindicato é a única ferramenta que temos e a história do CPERS não é a história da atual direção central. Precisamos ocupar nosso sindicato e transformá-lo pela base em um lugar de acolhimento e debate estratégico. Esse lugar pode ser em cada escola do RS onde os próprios professores e funcionários podem se reunir, eleger um representante sindical e auto organizar plenárias regionais de várias escolas para debater a situação atual e qual a saída. Com isso, participar da assembleia geral é fundamental para questionarmos os rumos da luta, ou da falta de luta e mobilização e a responsabilidade da direção do CPERS nisso, senão nosso sindicato se perpetua nas mãos de burocratas cujos interesses já há muito não são os interesses da base da categoria.

Leia também: Governo-Leite aprofunda defasagem salarial de professores e impõe reajuste zero a aposentados e funcionários




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