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Metrô SP | Por que é fundamental um comando de greve para a paralisação do dia 28 de novembro?

Para construir, daqui até o dia 28, uma forte paralisação e avançar na adesão de novas categorias na perspectiva de uma Greve Geral em São Paulo contra Tarcísio e todos os ataques, é fundamental que as decisões sobre a luta sejam da base dos trabalhadores, e não sejam previamente restringidas aos limites do que as burocracias querem. É fundamental que quem tome a direção das rédeas da luta seja a auto-organização dos trabalhadores, ou seja, é preciso que os trabalhadores avancem em criar organismos auto-organizados.

sábado 18 de novembro de 2023 | Edição do dia

Foi enorme a força demonstrada na greve unificada do dia 3 de outubro, de trabalhadoras e trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, com adesão histórica do metrô de 100% e enorme apoio da população mesmo com as grandes mídias demonizando os trabalhadores e a greve. Esse dia podemos dizer que foi um começo de uma resposta à altura contra a guerra declarada por Tarcísio para terceirizar e privatizar os principais serviços públicos de São Paulo.

De lá pra cá, o reacionário Tarcísio sentiu a força dos trabalhadores e buscou avançar nos ataques querendo “cortar o mal pela raiz”, promovendo uma caça às bruxas no Metrô, demitindo 8 trabalhadores, e avançando também no pregão de terceirização da linha de bloqueio e atendimento no mesmo Metrô.

O nível dos ataques que estão postos na mesa por Tarcísio para favorecer o empresariado paulista é tão grande que também está fazendo com que as burocracias da CUT, CTB e UGT tenham que se movimentar de alguma forma, para manter o controle sobre a mobilização e não deixar “extrapolar”. Para ilustrar isso, temos o exemplo do próprio dia 3, em que as burocracias impediram qualquer possibilidade de continuidade da greve unificada, com acordo da maioria da direção do Sindicato dos Metroviários, tudo isso apesar da disposição que os trabalhadores demonstraram de dar continuidade à paralisação.

Disposição essa que se mantém ainda bastante forte. Não à toa, agora os trabalhadores estão discutindo uma nova paralisação dia 28 deste mês, mantendo o mesmo espírito e somando novas categorias, como a importantíssima adesão dos professores estaduais. Construir e fortalecer essa greve é fundamental, para reverter as demissões no Metrô e barrar as terceirizações e a privatização da SABESP, do Metrô, da CPTM, e demais empresas estatais, que só vão trazer mais falhas, aumentos de tarifas e outros prejuízos à população, como se vê nas linhas privatizadas da CPTM e na Enel com os apagões e a falta de energia elétrica para milhões de pessoas durante mais de uma semana.

E é aqui nesse ponto que surge a pergunta principal: Por que é fundamental um comando de greve para a paralisação do dia 28 de novembro? Como potencializar e não desperdiçar essa disposição de luta dos trabalhadores e dos metroviários em particular que são a vanguarda do movimento?

Para construir, daqui até o dia 28, uma forte paralisação e avançar na adesão de novas categorias na perspectiva de uma Greve Geral em São Paulo contra Tarcísio e todos os ataques, é fundamental que as decisões sobre a luta sejam da base dos trabalhadores, e não sejam previamente restringidas aos limites do que as burocracias querem. É fundamental que quem tome a direção das rédeas da luta seja a auto-organização dos trabalhadores, ou seja, é preciso que os trabalhadores avancem em criar organismos auto-organizados.

Um passo importante e concreto nessa direção é a realização de eleição de delegados sindicais que a categoria de metroviários fará agora, com o limite dessa instância não ser deliberativa, como o Movimento Nossa Classe defendeu, junto a outros setores, em Congresso recente da categoria. Será um organismo apenas consultivo. Ainda assim será um passo muito importante para a organização de base da categoria.

Mas principalmente em momentos de luta, como agora, é muito importante que as categorias avancem para eleger um comando de delegados da greve, representantes eleitos pela base das categorias em luta, seja nas assembleias ou nas setoriais. Um comando que tenha poder de decisão, que esteja diretamente conectado com a base dos trabalhadores e possa conduzir os rumos da greve em conjunto com a diretoria do sindicato, e também preparar e convocar as assembleias, que são os espaços mais democráticos para as decisões do conjunto dos trabalhadores.

Seja em situações como a que vivenciamos de decidir a continuidade ou não da greve unificada, ou em situações de repressão do movimento, ou para organizar e avaliar a própria luta durante o dia e pensar como potencializá-la, para decidir a melhor forma de dialogar com a população etc., um comando de greve conectado com a base seria o organismo mais democrático para avaliar e tomar tais decisões junto com a diretoria do sindicato e combinado com as assembleias, ampliando a democracia de base e aumentando as chances de sucesso do movimento.

Por isso viemos debatendo com cada trabalhador e trabalhadora: o indicativo para votação de delegados para um comando de greve nas setoriais rumo à paralisação do dia 28 seria alargar a democracia de base e aprofundar a auto-organização dos trabalhadores do Metrô, dando inclusive um gigantesco exemplo para outras categorias, aumentando a perspectiva de avançar em um comando de greve unificado, para que as outras categorias também desenvolvessem seus próprios comandos e para que a base dos metroviários, ferroviários, sabespianos e professores fizessem reuniões unificadas para coordenar a luta na cidade e no estado de São Paulo.

Muitos dos metroviários se frustraram com a não continuidade da greve unificada no dia 3, não vendo motivo para não continuar unificadamente se tinha ficado demonstrada extrema potência e deixado o governador em uma situação bem defensiva.

Com um comando de greve, como estamos levantando, poderíamos nos localizar de outra forma para a construção de um forte movimento no dia 28 de novembro, para enfrentar Tarcísio com a força dos trabalhadores unificados e fazê-lo recuar nas terceirizações, privatizações e na perseguição aos lutadores apontando na perspectiva de lutar por um programa de defesa de serviços 100% estatais, gratuitos e de qualidade, com controle dos trabalhadores e da população.

Leia também: Declaração do Nossa Classe rumo à greve unificada contra Tarcísio e as privatizações




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