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POVO INDÍGENA | Pawana Crody Kariri Xocó concedeu entrevista ao Esquerda Diário.

Representantes do povo indígena Kariri Xocó estiveram ontem (25/04) na Escola Estadual José Maria Matosinho, Campinas (SP), para apresentarem sua cultura, etnia e, principalmente, debater com os estudantes a luta do povo indígena.

Livia Tonelli Professora da rede estadual em Campinas (SP)

terça-feira 26 de abril de 2016 | Edição do dia

O povo indígena Kariri Xocó, está localizado no município de Porto Real do Colégio (AL), na região do baixo São Francisco. O nome remonta a mais recente fusão, os kariri de Porto Real do Colégio (AL) / os Xocó da ilha de São Pedro (SE).

Atualmente, os Kariri Xocó, estão em luta pela retomada e demarcação de parte de suas terras que foram invadidas por fazendeiros. Diversas manifestações e jornadas de lutas, como a vinda para São Paulo, buscam dar visibilidade a esta questão.

A terra do povo Kariri Xocó foi demarcada em 1993. Entretanto, em 2000, novos estudos apontaram para a necessidade de expansão dessa área. Seja pela relação de ancestralidade e/ou pela necessidade efetiva de sobrevivência de seu povo.

Fazendeiros da região iniciaram uma ofensiva contra o povo kariri Xocó. E em meio a uma tentativa de acordo os fazendeiros não cumpriram com sua parte. “A comunidade indígena “abriu mão” num “acordo” de parte das suas terras, acreditando que isso agilizaria os processos de indenização, porém isso não aconteceu”, informação dos Kariri Xocó.

Em 2006 foi declarada e demarcada como “posse permanente” do povo kariri Xocó a área que reivindicavam, 4.419 hectares de terra, via portaria ministerial nº 2.358 de dezembro de 2006. Logo, os fazendeiros entraram na justiça pedindo anulação dessa portaria ministerial. Ainda que negada pelo procurador Rodrigo Tenório, esses fazendeiros recorram a outras instâncias e hoje o processo tramita em Recife (PE).

O tempo passou e nenhuma ação efetiva foi tomada para que essas terras fossem reintegradas. O povo kariri Xocó desde o início de 2015 vem manifestando sua indignação e reivindicando o que lhe é de direito.

Diante da crise política de nosso país e o avanço do golpe institucional os direitos da classe trabalhadora e setores oprimidos ficam mais fragilizados. A bancada ruralista - que defende os interesses do agronegócio, e, portanto, responsável direta pelas centenas de mortes e expulsões forçadas dos povos indígenas – é a mesma que vota “SIM” pelo processo de impeachment. Não temos nenhuma crença que o governo do PT está disposto a oferecer o que é de direito aos povos indígenas. Os treze anos do Partido dos Trabalhadores a frente do governo evidenciou o pouco caso para essas questões. A nomeação de Katia Abreu para o Ministério da “Agricultura” é apenas uma das muitas expressões que poderíamos mencionar aqui não só como afronta, mas também como irresponsabilidade consciente direcionada aos setores oprimidos.

Mas também não depositamos nenhuma confiança que esse setor reacionário de direita atenderá qualquer reivindicação e/ou direito dos povos indígenas. Ao contrário, a direita reacionária que infla com este golpismo institucional, está disposta e preparada não só para reprimir toda e qualquer forma de resistência como também rifar direitos historicamente conquistados.

O Esquerda Diário apoia a luta do povo Kariri Xocó.

Pela efetiva demarcação das terras indígenas.

Contra a PEC 215 e o extermínio do povo indígena.

Maiores informações sobre o povo Kariri Xocó:
http://www.karirixoco.com.br/2006/index.php
https://www.facebook.com/apoiokaririxoco/?fref=ts




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