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IMPEACHMENT | Parlamentares lançam Frente contra o impeachment

Foi lançada hoje (30) na Câmara dos deputados, em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia, com a presença de deputados, senadores e representantes de movimentos sociais da base do governo petista, que são contrários ao processo de impeachment, que tramita na casa.

Marcella CamposProfessora de SP, membra da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

quinta-feira 31 de março de 2016 | Edição do dia

Com cerca de 100 pessoas e ao coro de “não vai ter golpe e vai ter luta”, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), discursou seguindo o tom do governo e do PT de que a luta era em defesa da democracia que, segundo ele, corre risco já que “um conjunto de derrotados insatisfeitos” querem impedir que “a presidente exerça o mandato". Também tentou justificar as pedaladas fiscais dizendo que mais de 16 governadores também utilizaram a manobra.

Participaram do evento outras lideranças do PT e de partidos ligados ao governo, como a líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM) e até mesmo representantes da oposição contrários ao impeachment, como o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Mais uma vez o PT se utiliza de fraseologias contra o golpe e de que vai ter luta, para tentar se ligar ao sentimento legitimo de diversos setores da população que são contrários ao impeachment e ao avanço da direita. Dizem que defendem a democracia, mas sem dizer que é essa democracia que permite que o próprio governo Dilma desfira diversos ataques aos trabalhadores e que os ajustes para dar uma resposta a crise econômica sejam feitos apenas tirando dos direitos dos trabalhadores e preservando os altíssimos lucros dos empresários e sem tocar na dívida pública que beneficia o imperialismo.

Frentes parlamentares como essa, com a maioria de políticos que em diversos momentos estão juntos nos escândalos de corrupção com os que querem o impeachment, só conseguirão derrotar essa ferramente reacionária se for na base de acordos e manobras entre seus partidos burgueses e que certamente cairá sobre a cabeça dos trabalhadores em forma de mais ataques.

Se as centrais sindicais e os movimentos sociais da base aliada ao PT querem ser sérios na luta contra o impeachment que rompam com o governo e construam um movimento de trabalhadores que coloque de pé um plano de luta para barrar não só o impeachment reacionário da direita, mas também para lutar contra os ajustes e ataques aos trabalhadores que o governo do PT vem aplicando. Com um movimento como este é possível ainda avançar no questionamento desta democracia dos ricos, impondo uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que acabe com os privilégios dos eleitos pelo povo, fazendo com que todos os cargos políticos e de funcionários de alto escalão sejam revogáveis e que seus salários sejam iguais o de uma professora.




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