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Frente ampla | PT aprova alianças com PL de Bolsonaro para 2024, aprofundando conciliação que fortalece a extrema direita

Na última segunda (28) uma resolução do Partido dos Trabalhadores decidiu não barrar alianças com o partido de Bolsonaro, o PL, para as eleições de 2024. Depois da chapa com Alckmin, o partido se prepara para candidaturas ainda mais de direita nos pleitos municipais.

sexta-feira 1º de setembro de 2023 | Edição do dia

A resolução foi publicada nesta quarta (30) e prevê que "é vedado o apoio a candidatos e candidatas identificados com o projeto bolsonarista". A proposta rejeitada tinha um adendo vedando também "o apoio ou recebimento de apoio por parte do partido ao qual Bolsonaro é filiado", mas o comando petista votou por suprimir a última frase.

O secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, que já foi candidato à prefeitura de São Paulo, quando questionado sobre o tema afirmou que não há restrição em relação ao PL, e sim ao que chamou de "projeto bolsonarista". Utilizou uma definição abstrata para encobrir o fato de que seu partido está aberto a alianças eleitorais inclusive com a extrema direita e também setores do PL mais próximos ao Centrão e tudo que há de pior na política nacional. Ele disse que se o candidato declarar que está com alguma candidatura petista, é permitida a aliança. Por trás dessa argumentação estão os interesses eleitorais do PT e negociações típicas do jogo sujo da política capitalista, assim como as que Lula vem fazendo para ampliar sua base de apoio parlamentar entre o Centrão.

A resolução também defende a reeleição de Lula para seguir nacionalmente essa política de conciliação com os inimigos da classe trabalhadora e do povo. Essas alianças nefastas não são uma novidade para o PT. Durante os primeiros governo de Lula e também no governo Dilma, a conciliação e as alianças com uma ampla gama de partidos de direita resultou, em 2016, no golpe institucional que depôs Dilma, com o vice Temer, do PMDB, tomando a frente de um governo de ataques contra os trabalhadores. Foi essa conciliação que também pavimentou o caminho para a ascensão da extrema direita, dando coesão política ao antipetismo que se radicalizada no contexto de crise de representatividade.

Nas eleições municipais de 2020, em cidades como Belford Roxo (RJ), Francisco Morato (SP), São Cristóvão (PE) e outras, o PT esteve em chapas junto ao PSL, um partido também de extrema direita, que naquele então era a legenda de Bolsonaro. Aliás, o arco de alianças do PT, sobretudo nas eleições para prefeituras, é bastante amplo historicamente. Com essa medida, estão preparando para 2024 campanhas ainda mais de direita, marcadas pela conciliação, que fortalece a própria extrema direita. Lula tende a ser um cabo eleitoral nacional importante nessas campanhas.

Enquanto isso, o PSOL busca em diversas cidades firmar chapas de frente ampla com o PT e outros setores, dando continuidade à sua integração ao governo e sua adaptação à política petista. Argumentam que isso é necessário pois a prioridade é o combate à extrema direita. Resta saber como pretendem levar à frente essa tarefa sem abrir mão de seus aliados petistas, que estão permitindo chapas com o próprio partido de Bolsonaro.

Mais do que nunca é necessário batalhar por uma política independente e da classe trabalhadora, dos oprimidos e de todo o povo pobre. As alianças com nossos inimigos só fortalecem eles e abrem espaço para que se recomponha a própria extrema direita bolsonarista. É preciso batalhar por uma alternativa política revolucionária, socialista, independente, um partido revolucionário de trabalhadores, que supere pela esquerda a experiência do PT. Essa é uma tarefa histórica do proletariado brasileiro, fundamental para abrir caminho à uma mudança radical da realidade de conjunto. Essa é uma batalha da qual o Movimento Revolucionário de Trabalhadores, que impulsiona o Esquerda Diário, se coloca como parte e convida a que se somem todos os setores que enxergam a necessidade de superação do sistema capitalista no Brasil e no mundo.




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