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24J - Argentina | Mobilização massiva: continuar com novas greves, marchas e piquetes quando a lei for discutida no congresso

Há rumores de que na próxima terça-feira seria discutida a Lei Omnibus. É preciso que haja greve com manifestações e piquetes neste dia ou quando quer que a lei seja discutida no congresso! A concentração desta quarta-feira foi importante, mas tem de ser um primeiro passo no caminho para derrotar todo o ajuste de Milei, do FMI e dos patrões. A marcha foi massiva, mas poderia ter sido maior se as assembleias de preparação tivessem sido amplamente organizadas em todo o país. A greve foi também limitada pelo funcionamento normal dos transportes até às 19h. O sindicalismo combativo, organizações sociais independentes, assembleias de bairro autoconvocadas, Unidos pela Cultura e a esquerda se mobilizaram hoje em um bloco independente, propondo a continuidade das lutas até derrotar o ajuste!

quarta-feira 24 de janeiro | Edição do dia

Nesta quarta-feira à tarde, uma grande concentração tomou conta da Plaza de los dos Congresos e das ruas próximas na cidade de Buenos Aires. A mobilização foi convocada pela CGT, pela CTA; assembleias de bairro; várias organizações sindicais, sociais e políticas e fez parte de um dia de greve e protesto que ocorreu a nível nacional contra a política de ajuste do governo Milei. Houve mobilizações importantes em Neuquén, Rosário, Mendoza, Córdoba, Corrientes e muitas outras cidades.

Na Plaza de los dos Congresos, a ala sindical contou com importantes colunas de caminhoneiros, construção civil, UPCN (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Nacionais, Provinciais e Municipais), Sanidad (Federação de Associações de Trabalhadores da Saúde da Argentina), entre outros. As organizações agrupadas na UTEP (União de Trabalhadores da Economia Popular, ligada a trabalhadores informais) reuniram-se na Avenida Rivadavia. Mais abaixo, a leste, localizava-se uma coluna de La Cámpora.

Ao leste, ainda nas praças, localizava-se a coluna independente formada pelo sindicalismo combativo, organizações sociais, assembleias de bairro, Unidos por la Cultura e a esquerda. Estavam presentes o sindicato Sutna, de fábricas de pneus, a seccional Haedo do sindicato de ferroviários e a Comissão Interna de Trabalhadores da GPS e do Hospital Italiano. Estiveram juntos com grupos e ativistas de setores sindicais como funcionarismo, professores, saúde, metroviários, ferrovias, alimentação, entre outros. Ali também se reuniram organizações sociais e de desempregados independentes, como o Polo Obrero, o MST Teresa Vive e o MTR-12 de Abril, entre outros. Também se juntaram Unidos por la Cultura, um dos espaços mais proeminentes na resistência ao ajuste em curso. A Frente de Izquierda e outros grupos de esquerda também estiveram presentes.

Debilidade da paralisação e da mobilização

A greve começou formalmente ao meio-dia. Já antes dessa hora, mobilizações haviam começado em diversos pontos da cidade de Buenos Aires, no Conurbano e em diversos locais do país.

Embora ainda não sejam conhecidos números de adesão da greve, é necessário salientar que a medida esteve longe de toda a contundência necessária. Em primeiro lugar, pelo limite que o funcionamento normal dos transportes significava até às 19 horas. Isto enfraqueceu a possibilidade de os trabalhadores do setor dos transportes poderem parar e participar na marcha. Em segundo lugar, porque estabeleceu um limite para que milhões de trabalhadores que estão no setor informal e não têm direitos sindicais e trabalhistas pudessem parar. Ademais, muitas direções sindicais que não garantiram a greve, como foi evidentes no comércio, gastronomia e outros sindicatos que formam parte da CGT.

Esse mesmo limite de paralisação foi visto na mobilização. Foi, sem dúvida, uma grande concentração. Embora tenha sido massiva, muitas e muitas mais poderiam ter vindo e participado se tivesse sido garantida a paralisação total do transporte, com a única exceção daquele destinado à marcha.

Já se passaram anos desde que esta liderança sindical convocava medidas de força. Foi praticamente obrigada a fazê-lo pela intransigência do governo nacional, que se mostrou relutante em abrir diversas negociações, como havia solicitado a CGT. O peronismo aposta em usar esta força demonstrada nas ruas como forma de começar a se recuperar da recente derrota eleitoral. A presença de líderes políticos como o Governador Kicillof ou o ex-Ministro Katopodis demonstra esta intenção.

Estes limites da paralisação são parte da estratégia política visada pela liderança da CGT. Os dirigentes procuraram mostrar uma mobilização massiva que pudesse pressionar os deputados que terão que lidar com a Lei Omnibus quando esta chegar ao congresso. No discurso da breve cerimônia de encerramento, Pablo Moyano e Héctor Daer concentraram nisso suas falas, pressionando os legisladores, apontando essencialmente para o peronismo, mas também para aqueles que compõem o partido UCR (União Cívica Radical, parte da frente Juntos por el Cambio). Assim, a estratégia visa pressioná-los a mudarem seus votos e a manifestarem-se contra a Lei Omnibus. O dirigente do sindicato Sanidad afirmou: “Viemos com a Constituição na mão, que diz claramente que os direitos são progressivos e não podem voltar atrás”. Por sua vez, o representante dos caminhoneiros pediu aos “deputados que tenham dignidade e princípios”.

Contudo, esta orientação tem limites. A escandalosa discussão que ocorreu esta terça-feira à noite mostrou que o Governo e os vários setores da oposição colaboracionista estão negociando um toma-lá-dá-cá furioso, procurando chegar à aprovação da lei. Uma votação que, como já anunciado, contará com o apoio de setores do próprio peronismo.

Mas mesmo as concessões que a oposição patronal impôs ao Poder Executivo na negociação parlamentar implicam benefícios para as administrações provinciais e vários setores patronais. Segue um ajuste feroz contra os trabalhadores.

É preciso derrotar o ajuste nas ruas: greves, mobilizações e piquetes quando a lei for votada!

É necessário contar com a força dos trabalhadores para enfrentar e derrotar o plano de ajuste. Apesar dos limites impostos, a greve e a marcha mostraram a vontade de lutar de dezenas de milhares. É preciso continuar a luta contra o ajuste de Milei, até derrotá-lo .

Com esta reivindicação, marchou o bloco independente formado pelo sindicalismo combativo, organizações sociais independentes, assembleias populares, Unidos por la Cultura e a esquerda. Dar continuidade às medidas de combate implica, antes de tudo, preparar um novo dia com greve nacional, mobilizações e piquetes no dia em que a Lei Omnibus for votada no Congresso. Isso significa manter estado de alerta e mobilização, pois a lei poderá ser discutida já nesta quinta-feira.

O PTS - Frente de Izquierda participou da mobilização como parte do bloco independente, com a presença dos seus principais líderes políticos como os deputados nacionais Myriam Bregman, Nicolás del Caño, Christian Castillo e Alejandro Vilca. Também com a presença de seus reconhecidos dirigentes sindicais como Raúl Godoy, Martín Brat, Claudio Dellecarbonara, Nathalia González Seligra, Vanina Mancuso, entre outros. Além disso, ressaltou a necessidade de continuar a luta, distribuindo massivamente panfletos com essas propostas!




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