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Solidariedade de classe | Metroviários de SP manifestam apoio à ocupação dos trabalhadores na fábrica da MWL

Na última terça (30), cerca de 100 metalúrgicos ocuparam a fábrica por tempo indeterminado. Nessa madrugada, metroviários e metroviárias de São Paulo estenderam uma faixa em apoio à luta desses trabalhadores que já dura 119 dias.

sábado 3 de setembro de 2022 | Edição do dia

119 dias em luta!

A situação na MWL, propriedade de empresários chineses, empresa fabricante de rodas e eixos ferroviários e produtos forjados em aço de fabricação própria, é crítica, entretanto mais crítica ainda é a situação dos trabalhadores.

Não é de hoje que os trabalhadores estão travando essa luta. A empresa teve os recursos bloqueados em razão dos atrasos no pagamento de aluguel do imóvel onde está localizada a fábrica de Caçapava.

Desde maio o Esquerda Diário acompanha a luta dos trabalhadores, que marcharam na avenida paulista até o consulado chinês reivindicando o pagamento dos salários.
A empresa, que tem lucros bilionários produzindo rodas para trens até mesmo dos EUA, está recorrentemente deixando os trabalhadores sem pagamento e realizando demissões desde o mês de maio. Além disso, os metalúrgicos estão sem receber faz 3 meses.

Além de estarem sem pagamento há 3 meses, continuam vinculados formalmente à empresa e sem perspectivas de receber as verbas rescisórias. Ainda que a justiça tenha determinado o desbloqueio de valores da empresa MWL para que seja feito o pagamento de salários dos trabalhadores da fábrica. A determinação foi feita depois que os trabalhadores ocuparam a fábrica, mas até então o dinheiro não caiu na conta dos trabalhadores, que seguem em vigília caso o pagamento dos salários não se concretize os maquinários poderão ser vendidos para que a dívida seja quitada.

Metroviários de São Paulo prestam apoio aos metalúrgicos!

Na madrugada de sexta para sábado ocorriam os momentos finais de uma batalha importantíssima para os trabalhadores de São Paulo: as eleições do Sindicato dos Metroviários.

A oposição à burocracia sindical defendia um programa de independência de classe conta a conciliação, defendia a independência de seu sindicato de qualquer governo que seja eleito e levantava a ideia chave de que “os capitalistas paguem pela crise”. Essa oposição foi a Chapa 2, que obteve uma vitória valiosa, tirando a burocracia representada na Chapa 1 do PT, PCdoB e PSB (que contava com apoio e participação também da UP) da direção.

No meio disso, expressou entre os metroviários um elemento fundamental da classe trabalhadora, a solidariedade de classe. Eles estenderam uma faixa demonstrando todo seu apoio para com a luta incansável dos e das metalúrgicas, que como estamos vendo enfrenta a empresa chinesa, o governo e os juízes com seus próprios métodos de luta e contra o absurdo de serem colocados em tal situação num momento de tanta crise que vivemos. Uma demonstração de apoio fundamental para impedir o cerco que fazem do exemplo que os trabalhadores podem dar quando lutam.

Quando os lucros não são o suficiente, os capitalistas não hesitam um segundo em parar de pagar os salários e colocar milhares de trabalhadores nas ruas. A luta dos trabalhadores trabalhadores da MWL pelo pagamento dos salários precisa se expandir por toda a região, onde trabalhadores de outras fábricas já enviaram declarações de solidariedade. É preciso exigir também que as grandes centrais sindicais, como a CUT e CTB saiam de sua paralisia, afinal em todo o país estão ocorrendo demissões e ataques como esses, portanto em todo país essas centrais deveriam organizar os trabalhadores para lutar.

Essa luta unificada é essencial para garantir que os operários não fiquem isolados, e para lutarmos para que os trabalhadores, além de serem readmitidos, consigam reverter o fechamento da fábrica. Se as empresas falam que não têm dinheiro para pagar os salários e manterem as fábricas, é preciso exigir que provem, abrindo os livros de contabilidade da empresa e dos patrões, mostrando seus bilionários lucros dos últimos anos. Com todos esses lucros seria possível manter os empregos e pagar os salários, é por isso que uma forte luta nacional precisa ser construída para exigir que as fábricas que ameaçam fechar postos de trabalho sejam estatizadas, sob controle dos trabalhadores.




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