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Impor justiça por Alessandra e Daniela, vítimas de brutal feminicídio: o Estado é responsável!

sexta-feira 28 de abril de 2023 | Edição do dia

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Em Outubro de 2019, em Nova Friburgo, Alessandra e Daniela foram brutalmente assassinadas por Rodrigo Marotti, que incendiou seus corpos.

Essa situação é uma máxima expressão do machismo e do capitalismo, que assassinam as mulheres. Elas se escondiam do feminicida no banheiro, pois desferia golpes com tesoura em Alessandra Vaz, sua ex-namorada e ex-sócia, quando ele impediu a única saída do cômodo com um colchão que pegava fogo. Alessandra e Daniela Mousinho, amiga de Alessandra, impossibilitadas de fugir da casa em chamas, só foram retiradas com a ajuda do vizinho. Elas saíram ainda com vida, entretanto, tiveram mais de 80% do corpo queimado e não resistiram, falecendo já no hospital. Logo após atear fogo nas duas mulheres, Rodrigo fugiu com o carro de Alessandra, mas foi preso ainda na estrada.

Sendo classificado como duplo feminicídio qualificado, o caso foi a júri popular, o que é previsto em lei em casos de crime doloso (com intenção de matar). O júri popular composto por 7 pessoas, após uma longa sessão de 12 horas, diz que não, não houve vontade livre e consciente de matar duas mulheres queimadas vivas enquanto estas fugiam de suas agressões.

Agora, o caso vai novamente à justiça, por meio de audiência online, na próxima terça-feira (09/05), para decidir se o julgamento que levou à desclassificação de duplo feminicídio qualificado para apenas incêndio resultado em morte será anulado ou não e se o caso será submetido a novo júri popular ou não.

Esse é mais um caso brutal em que duas mulheres são mortas e a justiça burguesa, que é parte desse Estado que sustenta a opressão e a exploração, apaga o caráter misógino dos assassinatos, mostrando como as vidas das mulheres são descartáveis nesta sociedade. Justiça essa que tem um processo extremamente doloroso às vítimas e aos familiares, submetendo-os a um constante reavivamento da dor da perda em luta por justiça. Um dos familiares de Alessandra expressa isso ao dizer que sente como se já tivesse enterrado Alessandra 4 vezes.

O que nos leva a reafirmar que a justiça só pode ser arrancada através da nossa luta, que não deve ter nenhuma confiança nesse Estado que é responsável por produzir situações como essas, mantendo o machismo. Por isso, o feminismo socialista do Pão e Rosas presta toda solidariedade às famílias das vítimas e se coloca lado a lado na luta por justiça. E fazemos um chamado a todo o movimento de mulheres para se somar nessa luta. Alessandra e Daniela presentes, hoje e sempre!




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