O governo conservador nacionalista da Hungria anunciou na quarta-feira, 18, os preparativos para construir uma cerca de quatro metros de altura ao longo de sua fronteira com a Sérvia para impedir a imigração ilegal.
domingo 21 de junho de 2015 | 23:00
“A Hungria não pode esperar mais”, declarou em Budapeste o ministro de Relações Exteriores Péter Szijjártó à imprensa, explicando que a cerca de alambrado terá aproximadamente 175 quilômetros.
Com ao redor de 53 mil pessoas registradas neste ano, a Hungria é um dos países europeus com mais imigrantes irregulares, segundo exigências legais europeias, em sua maioria procedentes do Oriente Médio e de Kosovo.
Szijjártó acrescentou que o governo ordenou ao Ministério do Interior que tome medidas de preparação daqui até o dia 24 de junho, mesmo que não tenha especificado a data de início da construção.
“A Hungria não desrespeita nenhuma de suas obrigações legais, nem acordos internacionais”, destacou o ministro, e lembrou que outros países da União Europeia também “defendem suas fronteiras” com alambrados.
Szijjártó se referiu às fronteiras que tem com Grécia, Bulgária e Turquia e que “cidades espanholas no norte da África também se defendem assim, diante da pressão migratória”.
O ministro destacou que no âmbito europeu “o caminho para a solução parece longo”, ao mesmo tempo que advertiu que “a Hungria não pode esperar mais” por ser “o país mais afetado da UE”.
O governo húngaro, há algumas semanas, lançou uma controvertida campanha racista contra a imigração. Primeiro, enviou a todas as residências do país um questionário no qual pede a opinião dos cidadãos sobre a imigração ilegal, com perguntas que, segundo os críticos, sugerem uma vinculação direta entre esse fenômeno e o terrorismo.
Além disso, foram fixados nas ruas cartazes em húngaro advertindo os imigrantes que devem respeitar a cultura e as leis do país, e que não podem tirar o emprego dos residentes locais.
Os países da UE discutem há semanas como frear a onda migratória vinda da África e do Oriente Médio que chega ao continente através do Mediterrâneo e dos Balcãs. Toda uma política migratória que reforça ainda mais as medidas racistas e xenófobas dos distintos governos europeus contra os imigrantes.
O controvertido primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, qualificou como “uma loucura” a proposta europeia de criar um sistema de cotas para repartir entre os países da Europa os imigrantes que buscam asilo político.
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