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Greves nas refinarias francesas: Abaixo as chantagens da Total!

Após importações, fake news e mentiras do governo Macron e da patronal, a direção da Total se prepara novamente para tentar quebrar a greve. Pouyanné, CEO da Total, quer sentar para "negociar", e chama a CGT a desfazer os piquetes para começar. Frente às chantagens e os ultimatos, os trabalhadores não cedem. Os ferroviários da SNFC e outros setores se somam ao conflito com greves a partir de segunda-feira.

quinta-feira 13 de outubro de 2022 | Edição do dia

Com já três semanas da greve na Exxon e duas na Total, o movimento do setor petroquímico em luta pelos seus salários continua. Frente às ameaças do governo da imposição sob penalização judicial de funcionamento mínimo aos grevistas da Exxon, nesta quarta-feira, os grevistas responderam aumentando a greve na quinta-feira.

Na refinaria TotalEnergies de Donges, o anúncio fez a situação explodir. Desta forma, a segunda refinaria do país em volume de produção (mais de dez milhões de toneladas de petróleo passam por esta fábrica a casa ano), até agora alheia ao movimento, se une à luta. Uma extensão da greve que poderia fazer a situação girar consideravelmente à favor dos grevistas.

“Encerrem os piquetes”: a chantagem da Total para debilitar a correlação de forças

Neste contexto, a parte da direção da TotalEnergies, tem como movimento chave lançar chantagens e ultimatos aos grevistas. Em um comunicado publicado na última terça-feira, a direção anunciava: “uma reunião de negociação e troca amanhã a tarde” antes de detalhar suas condições. As condições eram: “os sindicatos representativos no marco do Socle Social Comum (aqueles que aparecem como negociantes no acordo coletivo) que não tenham participado no movimento de greve atual”, assim como a CGT com a condição de que “acabe com os piquetes das instalações antes do meio-dia de amanhã”.

Ou seja, a Total chama a negociar com os sindicatos que os elegem, que casualmente são os que não convocaram a greve. Por outro lado, com o ultimato à CGT, a direção ta Total busca pressionar para interromper a greve e assim debilitar a correlação de forças construída pelos grevistas após mais de duas semanas.

Diante da chantagem, não ceder

A manobra tem vários objetivos. O primeiro é estender a semente da dúvida no seio dos grevistas agora que o movimento sobre uma enorme pressão política do governo e das patronais da Total e Exxon Mobile. O segundo é quebrar a greve. Ceder, Ceder um pingo de terreno aos patrões para obter uma negociação muito hipotética não apenas enfraqueceria a correlação de forças para negociar, mas também a própria dinâmica da greve.

Como na Exxon na última terça-feira, a chantagem vergonhosa pelas negociações poderia ser um prelúdio de firmar um acordo com os sindicatos traidores pelas costas dos grevistas.

Portanto, a manutenção da greve e da correlação de forças é uma questão decisiva. Mais ainda, quando os primeiros serviços mínimos obrigatórios foram impostos a quatro grevistas da Exxon Mobile em Gravenchon e parece que a medida poderia ser estendida nos próximos dias aos trabalhadores da Total.
Repressão, chantagem: o governo, total e Exxon tem medo que o movimento se amplie

Na realidade, tanto para o governo como para as patronais da Total e Exxon, a situação é alarmante. A greve dos trabalhadores da petroquímica pegou as classes dominantes de surpresa. A extensão do movimento de greve, nesta quarta, como marca a entrada de trabalhadores de várias gasolineiras da rede Argedis, filial da Total, que anunciaram que se somam à greve a partir da terça-feira, poderia mudar radicalmente o cenário.

Outros setores poderiam se somar ao movimento atual. No setor nuclear, a manutenção de cinco reatores está parada. Nesta quinta-feira, muitas assembleias gerais estão convocadas para decidir o próximo passo. Em Rennes, os assalariados da fábrica da Stellantis se reuniram na terça-feira. Muitas organizações sindicais se solidarizaram com os grevistas, notavelmente UL CGT em Havre e os estivadores do porto de Marsella. Os ferroviários da SNFC e outros setores se somarão ao conflito com greves a partir de segunda-feira.

Neste sentido, ainda que uma grande pressão esteja sendo exercida sobre a base, uma jornada de greve interprofissional parece ser preparada para a próxima semana, o 18 de outubro. Ainda que esta poderia ter novamente a forma de uma greve “fragmentada” de 24 horas, ainda assim seria um importante ponto de apoio para impor uma verdadeira jornada de greve com capacidade de bloquear a economia do país, em aliança com os trabalhadores das refinarias. Enquanto isso, a luta destes trabalhadores tem demonstrado que a forma de lutar por salários é a greve indefinida, e que agora mais do que nunca, não se deve ceder.

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