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Luta dos trabalhadores | Fazer do dia 03/10 no Rio de Janeiro um passo adiante contra as privatizações e pela unificação das lutas

Enquanto em São Paulo está marcada uma paralisação de diversas categoria, lutamos para organizar pela base uma greve geral contra o bolsonarista Tarcísio e suas privatizações, é necessário lutar para que as paralisações estudantis e de trabalhadores bem como o ato das estatais federais aqui no Rio de Janeiro sejam também um marco para a unificação das lutas da classe trabalhadora.

sexta-feira 29 de setembro de 2023 | Edição do dia

O dia 03/10 pode ser um dia importante para a luta da classe trabalhadora no país e é necessário batalhar para que também, aqui no Rio de Janeiro, seja um ponto de apoio a nacionalizar essa luta e avançar em sua coordenação. A juventude e os trabalhadores em São Paulo marcam o terreno com greves que já estão em curso ou votadas para iniciar neste dia. Nesse dia os estudantes, trabalhadores e professores da USP que já encontram-se em greve se encontrarão nas ruas com os bastiões estratégicos da nossa classe com as greve do Metrô e trens da CPTM e trabalhadores da Sabesp (estatal de águas). A juventude da USP que toma as ruas aos milhares batalha por mais professores na universidade mais prestigiosa do país e denuncia a privatização e precarização impostas pelo governador bolsonarista Tarcísio. Já os metroviários, ferroviários e sabespianos lutam contra as privatizações destas estatais.

No país há chamados para um dia de paralisação de servidores federais, já havendo chamados para paralisação de um dia na UFF e UFRJ que estão em luta pelo seu acordo coletivo, há chamado de paralisação do sindicato de servidores federais da saúde no estado (SINDISPREV-RJ) que coloca em pauta a privatização velada da transferência do Hospital dos Servidores do Estado à EBSERH e defende a pauta o piso da enfermagem. Os estudantes da UERJ em, reunião de 14 centros acadêmicos, também votaram paralisar as aulas no mesmo dia colocando em pauta a continuidade da luta por suas demandas de permanência estudantil, solidariedade aos grevistas em São Paulo e a luta por justiça às vítimas de violência do Estado, chamado esse que já foi ratificado em assembleia do Serviço Social desta universidade na quinta-feira dia 28/09. No mesmo dia, sem paralisação, está sendo organizado um ato das estatais no Rio de Janeiro convocado pelas federações e sindicatos de petroleiros, eletricitários e moedeiros (da Casa da Moeda).

Para esse dia se converter em uma inflexão na luta contra as privatizações e para unificar todas categorias, unificar estudantes e trabalhadores é preciso dar continuidade aos melhores exemplos do que já vem acontecendo em São Paulo bem como superar alguns entraves políticos para unificação das lutas.
Tarcísio tenta se alçar como uma figura da extrema-direita, não tanto por discursos homofóbicos e outros elementos reacionários do bolsonarismo, mas por promover um ofensivo plano neoliberal de privatizações e quebrar as lutas dos trabalhadores, precarizar saúde, educação básica e superior.

Já se passaram aproximadamente nove meses (09) após a posse do presidente Lula, e como previsto em um governo de conciliação, não foi feita nenhuma ação concreta para desfazer a crueldade que o Governo Bolsonaro fez com os trabalhadores e estudantes durante seu mandato, pelo contrário, estamos vendo alianças do atual governo com a extrema direita como por exemplo, o Governador Tarcísio de São Paulo, e o presidente Lula que usa o seguinte termo “ Pelo bem do Brasil “ para justificar tal aliança. Essa aliança passou pela atuação conjunta pela reforma tributária, que segue onerando mais aos trabalhadores e agora chega ao absurdo de fortalecer Tarcísio com privatizações no novo PAC que será lançado em cerimônia junto ao bolsonarista, como confirmado por toda grande mídia, por exemplo neste link. O PAC inclui uma série de privatizações, especialmente em São Paulo, mas agora estes ataques contam com um nome mais bonito, PPP, parceria público privada. Entre elas estão obras no Porto de Santos, túnel no Guarujá, trem entre São Paulo e Campinas, todas com elevado financiamento público para favorecer empresas privadas, como pode ser ler em muitas matérias da grande mídia, como esta no link a seguir.

Para além destas privatizações veladas como PPP, o governo do PT segue realizando privatizações “tradicionais”, como vimos em diversos setores da Petrobras, tais como o Norte Capixaba, Sergipe, Rio Grande do Norte e diversas plataformas e campos de produção. Subsidiárias da Petrobras, como a TBG e PBIO, tiveram sua privatização “suspensa” mas não cancelada, continuando na prateleira aguardando pressão de capitalistas nacionais e imperialistas. No sistema metro-ferroviário, o governo Lula-Alckmin ameaça privatização dos sistemas de metrô de Porto Alegre e Recife. A derrota de Tarcísio e suas privatizações e precarização da saúde e educação podem ser um ponto de apoio para que os trabalhadores avancem contra seus governos estaduais e as privatizações ainda em curso no governo de conciliação de Lula.

A denúncia de que privatizações ainda acontecem no governo Lula e precisam ser impedidas pelos trabalhadores é uma que os petroleiros poderiam estar fazendo em alto e bom som. Não faltam motivos para os petroleiros paralisarem suas atividades neste dia e tomarem as ruas fortemente. Para além das privatizações a categoria ainda sofre com uma continuidade dos ataques dos governos do golpista Temer e de Bolsonaro. Transferências compulsórias de trabalhadores gerando quebra das vidas pessoais e familiares, adoecimento e, mesmo, trágicos casos de suicídio. Há ataques ao plano de saúde e muitas outras continuidades de governos neoliberais. Outra categoria estatal federal, os Correios, sofrem também continuidade atenuadas dos longos anos de ataque, servidores federais de universidades com imensa perda salarial acumulada e realidades similares em várias outras categorias.

É preciso neste dia 03, tomar as ruas, organizar nas bases das categorias paralisações e participação nos atos, se enfrentar contra a extrema-direita e seus ataques em São Paulo e aqui no Rio de Janeiro com o governador das chacinas e do pior piso nacional da educação, Claudio Castro, mas fazer isso confiando somente em nossas forças. Não será das mãos de um judiciário comprometido com os interesses de patrões e governos que se conquistará os direitos dos trabalhadores, como tanto viram trabalhadores da educação, da enfermagem e petroleiros, nem também em um governo de conciliação de classes como o de Lula e Alckmin que mantém a herança maldita de Bolsonaro e Temer, com privatizações, com o Teto de Gastos repaginado para Arcabouço Fiscal e sem tocar as famigeradas reformas da previdência e trabalhista.

A confiança passiva no judiciário e no governo Lula é alimentada por burocracias sindicais que se negam a construir a unidade das lutas, ou quando são obrigadas a organizarem atos e paralisações como está acontecendo em São Paulo o fazem de forma pontual e tentando impedir que virem um plano consequente. É possível e necessário tomar outro modelo para atuar aqui no Rio, fortalecendo nossas batalhas e nos unificando com a juventude e trabalhadores paulistas que cruzaram seus braços.

Em São Paulo, a partir de proposta do Movimento Nossa Classe, os metroviários aprovaram em Assembleia com participação de mais de 1700 trabalhadores construir uma assembleia conjunta das categorias em greve no dia 03 para avaliar a greve e sua continuidade. Essa proposta, que batalharemos para implementar, mostra uma tentativa de organizar o movimento pela base e superar entraves que as burocracias sindicais podem tentar impor ao movimento, seja através de tentar impedir sua unificação ou seja por se contentar em uma paralisação isolada que descomprima pressão da base, mas não seja parte de uma luta mais consequente e dura para derrotar Tarcísio.

Entre os estudantes da USP foi aprovada um comando de greve com delegados de assembleias de base para melhor coordenar o movimento e expressar cada setor em luta. Entre os professores do Estado de São Paulo, setores de oposição à burocrática direção sindical do PT (dirigindo o sindicato há mais de 30 anos, recentemente apoiada por PSOL e PCB) lutam para unificar suas lutas também contra Tarcísio. Esse sindicato, o maior do país, votou um ato para semanas depois desta paralisação do dia 03 separando professores de metroviários, ferroviários e da USP. A partir da Subsede Santo André deste sindicato, onde o movimento Nossa Classe tem um papel de direção, batalhamos para reverter essa decisão e implementar um plano de lutas e unificação dando continuidade à “carta de Santo André”, um documento apoiado por mais de 700 professores, exigindo das direções sindicais um plano de lutas.

Essas medidas que batalhamos para sua aprovação e implementação podem ser um exemplo para nós no Rio de Janeiro. É possível se inspirar nessas batalhas para que a juventude tome as ruas, tal como em São Paulo, e concretize o que os centros acadêmicos da UERJ votaram, batalha que a juventude Faísca Revolucionária está fazendo para que se efetive, como aprovado recentemente em Assembléia do curso de Serviço Social.

Ainda é tempo de discutir que o chamado petroleiro feito por FUP e FNP “em defesa das estatais e da soberania” se pronuncie claramente contra as privatizações em São Paulo, que denuncie as privatizações que ainda acontecem sob Lula, que mostre que não há soberania verdadeira quando a Petrobras e todo orçamento nacional estão condicionados aos interesses dos acionistas ou aos banqueiros donos da dívida pública. Ainda é possível batalhar para que este ato também seja acompanhado de paralisações e protestos em todas unidades de trabalho petroleiras ao longo do país, e também por avançar em seu programa contra os interesses imperialistas e da burguesia brasileira que entrega recursos a Bolsa de Nova Iorque e tem uma atitude de rapina em relação aos povos indígenas e ao meio ambiente, isso passa, ao nosso ver pelas bandeiras da Petrobras 100% estatal e gerida democraticamente pelos trabalhadores com controle popular através de técnicos e ambientalistas eleitos em universidade públicas para usar todos estes vastos recursos em prol de outra relação com meio ambiente e em prol dos trabalhadores do país, e também pelo não pagamento da dívida pública. É possível também, que a partir das paralisações de São Paulo e a votação do SINDISPREV-RJ seja construído um chamado para a enfermagem a voltar às ruas pelo piso, que os professores aqui que seguem sofrendo o Novo Ensino Médio voltem às ruas, entre outras batalhas de diversas categorias nas quais não faltam motivos para cruzar os braços e ir às ruas.

É essa batalha que o Movimento Nossa Classe chama a fazermos junto em cada categoria para que também aqui no Rio de Janeiro o ato do dia 03, que inicia as 15hs na Eletrobrás, concentra-se as 16hs na Candelária e ruma depois a sede da Petrobras seja um marco.




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