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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER | Estupro coletivo nas redes, estuprador confesso no gabinete: chega de naturalizar a violência!

Estupro. A estatística mais recente é de 47.646 por ano. São aproximadamente 130 por dia. Quase 6 por hora. Um a cada quase 11 minutos. Os dados são de 2014 e dizem respeito apenas aos casos que são denunciados à polícia. Segundo o IPEA, apenas 10% dos casos são denunciados, o que pode elevar ao escandaloso número de 476 mil estupros por ano no Brasil!

quinta-feira 26 de maio de 2016 | Edição do dia

Se esses dados ainda não foram assustadores o suficiente, há ainda pesquisas que mostram que cerca de 15% dos estupros no país são coletivos, que em até 40% dos casos há drogas envolvidas e em 70,1% as vítimas tinham menos de 18 anos.

Essa semana, uma jovem carioca entrou para todas essas estatísticas, mais de 30 vezes. O caso repugnante veio à tona através do próprio “planejador” do estupro coletivo, que postou um vídeo em seu twitter onde mostra a jovem de 17 anos após ter sido estuprada por mais de 30 homens, inconsciente e machucada, e ainda ouve-se risadas de vários homens ao fundo.

Ao mesmo tempo em que essa chocante notícia se espalha, nosso novo ministro da Educação, Mendonça Filho, para completar sua lista de ataques à educação, recebeu ninguém menos que Alexandre Frota, estuprador e racista assumido, junto a seu grupo de direita, Revoltados OnLine, para darem “sugestões” para a política educacional brasileira. Claro que essas sugestões, as quais o governo golpista está aberto, dizem respeito a como cercear a liberdade de ideias em sala de aula e perseguir professores que fugirem ao ensino da ideologia dominante. Essa mesma ideologia dominante que naturaliza estupro coletivo, dando a segurança para que o estuprador confesse em rede pública, fazendo piada e deboche com a vítima.

Ou seja, no mesmo dia em que a realidade da absurda violência contra a mulher grita em nossas caras novamente, as mulheres são mais uma vez atacadas com os planos do governo golpista. Se nos 13 anos de governo PT, sendo 5 anos com uma mulher na presidência, as estatísticas seguem mostrando como a violência contra a mulher é alarmante e a Lei Maria da Penha totalmente insuficiente para o combate à essa violência, essas duas semanas de governo golpista mostram a que veio Michel Temer com seus ministros, e que, mais uma vez, os setores oprimidos da sociedade serão os primeiros a sofrer com os reacionarismos e conservadorismos dessa direita golpista.

Sobre esses escândalos, Carolina Cacau, coordenadora do CASS da UERJ e militante da Faísca, declarou que “se eles vêm com Alexandre Frota, com projetos como escola sem partido e escola sem ideologia de gênero, prontos para naturalizar ainda mais a cultura do estupro e toda violência que as mulheres sofrem diariamente, nós mulheres não nos calaremos e também vamos para cima. A gente precisa retomar a Primavera das Mulheres, organizar toda essa indignação que hoje tomou conta das mulheres para gritar que não aceitaremos continuar compondo essas estatísticas. Está na ordem do dia reocupar as ruas para mostrar que não vamos mais aceitar nenhum estupro a mais, nenhuma mulher a menos. Que vamos jogar nossas forças para não apenas barrar esses projetos educacionais conservadores que avançam com o governo golpista, como vamos exigir educação sexual em todas as escolas, que sirva também para educar aos jovens para que aprendam que o corpo das mulheres pertence somente à elas!".

Rita Frau, militante do Pão e Rosas e da Executiva Nacional do MML, disse que “é urgente que todos os movimentos de mulheres organizem um grande repúdio a esses absurdos ocorridos. A Marcha Mundial de Mulheres, que esteve ao lado do governo PT durante todos esses anos e se calou frente aos ataques desse governo às mulheres, como sua negativa de legalizar o direito ao aborto, precisa romper sua subordinação ao PT e colocar em movimento uma forte luta independente contra os estupros e todas as violências contra as mulheres, e também para arrancar nossos direitos. Nos espelhemos nas mulheres Argentinas, que estão chamando para o próximo dia 3 de junho uma grande marcha para dar continuidade à campanha #NiUnaMenos, que mostra que na Argentina também as mulheres não aceitarão mais nenhuma mulher assassinada pelo machismo!".

Deixamos aqui também toda nossa solidariedade à jovem que foi vítima dessa brutalidade, sobre a qual ainda há poucas informações sobre seu estado de saúde física e psicológica. Exigimos a imediata punição a todos os estupradores e envolvidos nessa barbárie! Basta de estupros e violência! Nenhuma a menos!




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