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UERJ EM GREVE | Estudantes em greve da UERJ votam novamente contra o impeachment e os ajustes

Na terça feira, 19-04, após a votação da abertura do processo de impeachment pela Câmara dos deputados mais de 200 estudantes em greve da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) se reuniram em assembleia geral para discutir a conjuntura nacional e qual posicionamento político ter frente a ela e as próximas ações da greve que completou um mês e meio.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

quinta-feira 21 de abril de 2016 | Edição do dia

Na terça feira, 19/04, após a votação da abertura do processo de impeachment pela Câmara dos deputados mais de 200 estudantes em greve da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) se reuniram em assembleia geral para discutir a conjuntura nacional e qual posicionamento político ter frente a ela e as próximas ações da greve que completou um mês e meio.

Os estudantes da UERJ reafirmaram o que haviam votado numa assembleia anterior que haviam se posicionado contra o impeachment e os ajustes do governo. Votaram que a greve que luta contra os cortes na educação e pelo pagamento das bolsas e salários atrasados tem como posicionamento político claro contra o golpe institucional de domingo: Chega de golpes: contra o impeachment e o ajuste fiscal.

Este posicionamento foi resultado de um amplo debate onde se expressou um grande rechaço aos avanços da direita e seus parlamentares reacionários, suas atuações e falas no domingo, que expressaram uma profunda hipocrisia, moralismo, preconceitos, numa sessão que teve agressor de mulher dedicando voto ao Rio de Janeiro em nome da mudança, como foi o voto do Pedro Paulo. Os votos dedicados as Policias Militares, Forças Armadas e ao torturador da ditadura militar, expressam como este setor está disposto a avançar nos ataques a classe trabalhadora a juventude aos LGBT’s negros ao povo pobre e os setores oprimidos. A eles os estudantes deram recado muito claro: NÃO PASSARÃO!

Diferente da primeira assembleia que tirou um posicionamento político sobre a conjuntura nacional, nesta todas as correntes presentes expressaram suas posições e os caminhos que enxergam na conjuntura nacional. O PT e PCdoB, que são a atual gestão do DCE, foram contra que este debate sobre conjuntura ser feito dentro de uma assembleia do ME da UERJ. Fizeram uma fala tímida de apoio ao governo, mas sem defende-lo abertamente, tentando interessadamente comparar o golpe institucional que ocorre agora, com a golpe militar de 64.
Estes setores seguem sendo um freio as lutas na greve e tentam a todo momento restringir as movimentações dos estudantes a pautas estritamente econômicas.

Nesta terça-feira, suas falas mais uma vez querem pintar uma democracia que não mostra que seus partidos são o governo que além de alimentar a direita todos estes anos governando com métodos capitalistas, que através de acordos e troca de cargos nada avançou no direito das mulheres a legalização do aborto, que vetou o Kit anti-homofobia[AC1] , colocou o exército na maré e e as tropas brasileiras no Haiti, este é o governo das UPP’s. Nada foi dito sobre os cortes bilionários na educação e na saúde, sobre as reformas na previdência ou o desmonte Petrobras e a entrega do Pré Sal, como se os governos Lula e Dilma não tivessem responsabilidade sobre os avanços da direita que mostra as caras hoje.

A posição defendida por nós do MRT e construída com independentes do coletivo Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, foi de se colocar claramente contra o golpe institucional que significa o impeachment por este ser a expressão e via dos setores mais reacionários para avançar sobre a juventude, a classe trabalhadora e os setores oprimidos, para acelerar os ajustes. Não podemos aceitar que uma corja de corruptos, vários deles que sequer foram eleitos diretamente decidam por cima dos votos de milhões de brasileiros. Denunciamos o papel que o governo do PT, que apoiado nas suas burocracias sindicais e no ME foram freios históricos na mobilização e organização da juventude e dos trabalhadores. A CUT, a UNE e as burocracias ligadas ao governo não organizaram nenhuma luta seria contra os avanços da direita, pois isso passaria por questionar os próprios ajustes e acordos que o PT vem fazendo em nome da sua governabilidade, tão pouco organizarão uma luta com seriedade enquanto estiverem atreladas ao governo. Não é com showmício que se barra golpe, mas com mobilização, com os métodos dos trabalhadores, greves, piquetes. Nós defendemos que as greves em curso no Rio podem cumprir o papel de se posicionar claramente contra o golpe institucional e radicalizar seus métodos para dar uma resposta à altura dos ataques do governo.

Organizações como Brigadas Populares, PCB, RUA e independentes também se posicionaram contra o impeachment e denunciaram os cortes do governo e o papel do PT. Os independentes que falaram também expressaram sua indignação com reacionarismo do parlamento

A proposta “Chega de golpes: contra o impeachment e o ajuste fiscal” ganhou por ampla maioria da proposta defendida contra a proposta do PSTU e a CST “Fora Pezão! Greve geral para botar para fora todos eles, que obteve apenas 5 votos. Estas correntes seguem levantando a consigna do Fora Todos, negando-se a se colocar contra o impeachment alegando que isso significa ficar no campo do Fica Dilma, ignoram pelas mãos de quem este golpe está sendo orquestrado, fazendo coro diretamente aos setores de direita como a FIESP e o MBL.

A resposta contra o impeachment, que se coloque contra os ajustes e cortes, que leve as demandas dos LGBT’s, negros, dos setores mais oprimidos e do povo pobre só se dará por meio da construção e de uma luta seria que se proponha a barrar o impeachment e questionar profundamente esse governo de concessão e ajustes e os privilégios de todos os políticos que reivindicam Deus e a família enquanto aprovam cotidianamente medidas que prejudicam os trabalhadores e a juventude.

Como parte de tornar essa posição política parte efetiva da greve, parte do cotidiano, das discussões e ações da luta dos estudantes a assembleia deliberou que um novo corte de rua seja construído na quarta feira (27-04) e que tenha reivindique o pagamento imediato das bolsa e salários atrasados e que tenho como eixo político o que determinado em assembleia. Queremos parar o Rio de Janeiro contra o golpe institucional e em defesa da educação.

Foi aprovado também a construção de um encontro dos setores em luta da educação, que reúna os estudantes dos colégios estaduais ocupados, os estudantes universitários, professores e funcionários em greve, com o objetivo de debater os rumos da luta da educação e construir um plano de luta unificado pela base. Além disso a assembleia deliberou ações e atos com objetivo de reivindicar as pautas internas dos estudantes e a pauta que se refere ao passe livre.




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