Em um cenário de crise que emergiu no Brasil, em que milhões estão sendo cortados da saúde, educação e demais setores fundamentais à população, a Unicamp não está fora dele, tendo como reflexo políticas como essa de cortes de bolsas de um dos setores mais precários da universidade. Porém, os estudantes desse curso não deixaram esse ataque passar barato e em assembleia realizada nesse dia 24/09 eles votaram pela paralisação de seu curso na terça-feira e, além disso, dois atos para combater a reitoria e a Transurc que agem de forma completamente intransigente, passando ataques.
sexta-feira 25 de setembro de 2015 | 00:42
Em entrevista para o Esquerda Diário, Gabrielle Azevedo estudante do primeiro ano do PROFIS, conta um pouco da situação que se deu durante o ano em seu curso e o que gerou essa mobilização.
“Entrei esse ano no Profis e logo foi passado para gente que eles estavam querendo realizar um corte de bolsas do terceiro ano, porque se recebe um auxílio do Profis que são 400 reais mais um transporte e eles queriam cortar do pessoal que fica para o terceiro ano. Porque assim, o Profis é para ser concluído em dois, mas pode ser concluído em até três. Aí, queriam cortar essa bolsa. Então, o CA fez uma reunião de gabinete com a coordenação, não passou nada para gente, esperou a bomba estourar. Quando eles realmente anunciaram que iam realizar esse corte que não era um corte, que era uma bolsa que não estava dentro do contrato pedagógico. Eles vieram falar com a gente. Ninguém se mobilizou na época, era todo mundo muito novo, éramos bixos não sabíamos direito como começar, o que fazer, não tinha muita orientação, então eles cortaram a bolsa do terceiro ano. Agora no segundo semestre, eles anunciaram que para o segundo ano para conseguir a bolsa, teríamos que passar por uma avaliação socioeconômica, é o processo seletivo lá do SAE e sabemos que apesar de ser uma inclusão tem renda que não atinge o que eles pedem. Fora isso, ontem eles anunciaram o corte de todos os passes universitários, por meio da Transurc que considera o Profis como um curso inválido, por isso não teriam o direito a meia passagem estudantil. O meu passe já está inativo e o da galera toda está inativo. Para brigar por essas três coisas, a gente resolveu montar uma paralização na terça-feira e realizar dois atos, um na TRANSURC para brigar pelo nosso passe, que é um direito nosso, não somos uma graduação, mas somos ensino superior, estamos aqui e todo mundo sabe como é difícil se manter e um ato na reitoria para perguntar sobre as nossas bolsas, cadê? Em que momento isso foi colocado e mudado. ”
Com esse cenário posto no PROFIS e as demais precarizações aos direitos estudantis como a moradia que hoje, com uma chuva pode ameaçar a vida das pessoas ali dentro por ter uma rede elétrica remendada e prédios com risco de desabamento, com corte das bolsas para a graduação, como os cortes do PIBID e outros que atacam diretamente os estudantes. Para derrotar os cortes atuais e impedir os futuros e para fazer com que a reitoria retroceda completamente nessa sua política é necessário que os estudantes da graduação se unifiquem com os estudantes em luta do PROFIS para que em conjunto arranquem da reitoria essas bolsas e as demais demandas. Por isso estar ao lado desses estudantes em seus dois atos que se realizarão na terça-feira dia 29/09 é tão importante.
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