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"QUE TODO POLÍTICO GANHE IGUAL A UMA PROFESSORA" | Estudantes da Letras-USP aderem à campanha sobre salários dos políticos

A grande adesão surpreendeu os estudantes, "Não esperávamos que fosse fazer tanto sucesso, mas faz todo sentido, pois nosso curso é hoje o mais precarizado da USP, evidenciando que é na formação dos professores que se inicia a precarização e o descaso com o ensino.

sábado 30 de maio de 2015 | 15:37

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No dia 23 de maio o Esquerda Diário lançou a campanha "Que todo político ganhe igual a uma professora". A campanha, iniciada nos atos de professores, veio no sentido de denunciar a realidade revoltante na qual se encontra a educação pública, escancarada pelas greves de professores que assolam o país, em contraste com os privilégios descarados dos governantes, que recentemente votaram por construir um shopping center dentro da câmara.

Em São Paulo, a greve dos professores que lutam por melhores condições de trabalho, aumento salarial e em defesa da qualidade do ensino para todos já ultrapassa os 80 dias, enfrentando a mais completa intransigência do governo Alckmin. A última medida do governo para tentar derrotar os professores grevistas foi cortar o ponto, deixando uma categoria marjoritáriamente feminina, sem o salário, que não chega a R$ 2.000 mas que sustenta suas famílias. A justificativa dos governantes é a de que é preciso cortar os gastos. Ao mesmo tempo, em todo o país, inclusive no Estado de SP, os políticos e funcionários de alto escalão reajustaram seu próprio salário mais uma vez, garantindo que ninguém ganhe menos que R$ 30.000, mais benefícios a perder de vista.

Na Letras, curso também marjoritariamente feminino, que forma em sua maioria professoras, estudantes que compõe a Juventude As Ruas decidiram levar a campanha aos seus colegas. A grande adesão surpreendeu os estudantes, "Não esperávamos que fosse fazer tanto sucesso, mas faz todo sentido, pois nosso curso é hoje o mais precarizado da USP, evidenciando que é na formação dos professores que se inicia a precarização e o descaso com o ensino. Além de que nós vemos a greve dos professores também como uma greve nossa, porque defende condições dignas pra nosso futuro emprego, mas acima de tudo porque é em defesa da educação pública de qualidade.", contou o estudante Nelson Neto, um dos impulsionadores da campanha.

Questionada sobre a importância da campanha, a estudante do quarto ano Jéssica Antunes, outra impulsionadora, declarou: "Essa campanha ajuda também a mostrar que esses políticos que elegemos para nos representar não têm como ter nenhuma noção do que é a nossa realidade. Vivem regados em dinheiro com os altos salários e ainda mais com a corrupção, isso ao mesmo tempo que tiram o salário do professor em greve e colocam a polícia pra reprimir os estudantes que lutam por direitos mínimos. Esses políticos-empresários que estão acabando com a educação pública não nos representam, e não podemos aceitar que vivam cheios de privilégios a nossas custas. Por isso chamamos todos a defender que todo politico ganhe como uma professora."

Na próxima semana, os estudantes esperam ampliar ainda mais a campanha, chegando a novos estudantes e professores do curso. Se você é estudante da Letras procure-os e tire sua foto, ou mande diretamente para a redação do Esquerda Diário.




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