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Debates na esquerda | Esquerda em Debate e Diálogos da Luta Negra encerram temporada

O Esquerda em Debate, programa do Esquerda Diário e do Ideias de Esquerda, apresentado por Diana Assunção encerra sua segunda temporada com a participação de 11 convidados, entre intelectuais, ativistas e militantes da esquerda e do movimento negro. Nessa segunda temporada o programa contou com um novo quadro de entrevistas, o Diálogos da Luta Negra apresentado por Marcello Pablito e com a participação de Letícia Parks que entrevistaram intelectuais, ativistas do movimento negro e da esquerda que são referências para os debates teóricos políticos e práticos da luta contra o racismo e o capitalismo em âmbito nacional e internacional.

sexta-feira 14 de julho de 2023 | Edição do dia

Desde sua primeira temporada o Esquerda em Debate buscou ligar a reflexão teórica e política e o papel da intelectualidade nos desafios de organização da classe trabalhadora e dos setores oprimidos buscando contribuir com debates e reflexões acerca das principais questões políticas da atualidade para enfrentar a crise capitalista com uma saída independente dos trabalhadores, sem confiança nas instituições do regime e na conciliação de classes representada pela Frente Ampla de Lula/Alckmin.

Estreamos a segunda temporada do programa Esquerda em Debate, entrevistando Jorge Luiz Souto Maior(https://l1nq.com/SoutoMaior), professor da faculdade de direito da USP que apresentou o Manifesto contra a Terceirização e a Precarização do Trabalho que já têm mais de 5000 assinaturas de intelectuais, ativistas e entidades estudantis e de trabalhadores. Nesse programa Jorge Souto Maior e Diana Assunção debateram relação entre o avanço do neoliberalismo no brasil e o aprofundamento da terceirização do trabalho, nos governos FHC mas também durante os primeiros governos do PT, contando com a conivência das centrais sindicais e como a Reforma Trabalhista aprofundou enormemente a precarização do trabalho. Posteriormente ao programa o Manifesto contra a Terceirização e a Precarização do trabalho foi lançado na USP com a presença de centenas de pessoas.(https://l1nq.com/ManifestoPrec). Como entrevistados nessa temporada tivemos a participação de Carolina Catini(https://l1nq.com/CarolinaCatini), pesquisadora e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas para debater a situação da educação hoje no Brasil e os caminhos para enfrentar a precarização e desmonte do ensino nas escolas e universidades. A defesa da Educação é um tema muito importante da situação nacional e passa pelo enfrentamento à burocracia sindical nos sindicatos que são um obstáculo para a mobilização e uma saída política independente do governo de Frente Ampla e das instituições capitalistas como o Judiciário e o Congresso Nacional. E para contribuir com essas discussões participaram Flávia Bischain e Maíra Machado(https://encr.pw/FlaviaMaira), que estão encabeçando a chapa na oposição combativa nas eleições de um dos maiores sindicatos da América Latina, a APEOESP. O sindicato de uma categoria que esteve no centro dos ataques da extrema-direita e segue sofrendo com a reforma do Ensino Médio. Em 2023, ano que marca 10 anos das jornadas de junho de 2013, um momento que mudou a situação política no Brasil com manifestações massivas nas ruas de diversas capitais do país colocando à luz do dia o fracasso da estratégia de administração do capitalismo encabeçado pelo PT de Dilma Rousseff. Conversamos com Plínio de Arruda Sampaio Jr(https://encr.pw/PlinioJr), professor aposentado do Instituto de Economia da Unicamp e Editor do site Contrapoder, para debater o significado destas manifestações à luz da atual situação política do Brasil e da esquerda. Em meio a luta dos povos originários contra o Marco Temporal entrevistamos Raquel Tremembé(https://encr.pw/RaquelTremembe), do povo Tremembé do Maranhão e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas. Como parte do debate e intercâmbio internacionalista conversamos com Daniela Cobet(https://encr.pw/DanielaCobet), dirigente do Revolution Permanente, organização irmã do MRT que foi entrevistada diretamente da França sobre os recentes processos de luta no país e a atuação dos revolucionários e da esquerda neste processo. Daniela Cobet falou sobre a situação do movimento na França a partir da recuperação da luta de classes no país desde 2016 e o papel das direções sindicais e do neo reformismo no conflito atual. Comentou também sobre o papel da Rede pela Greve Geral, impulsionada pelo Revolution Permanente, organização fundada no final do ano passado, apresentando a tradição que buscam encarnar na França.

Diálogos da Luta Negra

Inaugurando o novo quadro do Esquerda em Debate - Diálogos da luta negra, com Marcello Pablito, entrevistamos João José Reis(https://encr.pw/JoaoJoseReis), historiador e professor doutor da UFBA, especialista no tema da escravidão e da resistência negra dos escravizados. João José Reis comentou entre outros temas muito relevantes sobre a greve negra de 1857 na Bahia e os fios de continuidade entre a Revolta dos Malês de 1835 e essa importante luta dos negros escravizados e libertos. O segundo entrevistado desse quadro foi Flávio dos Santos Gomes(https://encr.pw/FlavioGomes), professor do Instituto de História da UFRJ, pesquisador do CNPq e pesquisador nas áreas de escravidão, campesinato e pós emancipação que fez um excelente relato sobre todo o papel dos quilombos como parte da resistência negra a escravidão dando muitos dados e referências históricos para recuperar essa memória fundamental da luta do povo negro. Como parte do debate internacional sobre a luta negra, Leticia Parks entrevistou Hakim Adi(https://l1nq.com/HakimAdi), intelectual britânico e professor de História da África e diáspora africana na Universidade de Chichester, autor do livro “Pan-Africanismo: Uma história”, publicado em português em 2023 além de diversos outros livros na temática da luta negra e da diáspora africana.
Hakim Adi ressaltou entre outros aspectos como a Revolução Russa teve um papel fundamental na luta negra internacionalmente. Ainda como parte do debate internacional sobre a luta negra entrevistamos Fedo Bacourt(https://encr.pw/FeboBacout), professor de História e de Línguas e coordenador da União Social dos Imigrantes Haitianos(USIH) e ativista em defesa dos direitos dos imigrantes e refugiados que fez um forte relato sobre todo o impacto que teve sobre o povo haitiano a Minustah (encabeçada pelo Brasil sob o governo Lula). Em sua entrevista Fedo lembrou a importância da revolução haitiana declarando que o Haiti foi o primeiro país livre da escravidão e abriu as portas da liberdade para os escravos do mundo.

Encerrando a segunda temporada entrevistamos Dennis de Oliveira(https://encr.pw/DennisOliveira), jornalista e professor de Comunicação da ECA-USP, pesquisador do movimento negro e militante da rede antirracista Quilombação e difusor do pensamento de Clóvis Moura. Dennis de Oliveira apresentou entre várias outras contribuições relevantes um importante debate desenvolvido em seu livro Racismo Estrutural, uma perspectiva histórico-crítica sobre as armadilhas do identitarismo e porque o racismo não pode ser superado dentro dos limites da sociedade capitalista.

Encerramos essa segunda temporada em meio aos efeitos da crise econômica capitalista que se arrasta internacionalmente, conflitos de impacto internacional como a guerra da Ucrânia e, no Brasil, em meio à uma situação marcada pela aprovação do Marco Temporal, do Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária, a inelegibilidade de Bolsonaro. A conciliação de classes petista e a administração do capitalismo brasileiro mantém intactas todas as reformas anti-operárias, os lucros dos empresários, banqueiros e do agronegócio, os privilégios do Judiciário e das Forças Armadas enquanto aprofundam as contradições entre as expectativas no governo de Frente Ampla e a condição de precarização extrema do trabalho e da condição de vida das massas no país. Essas condições não asseguram a abertura de um novo ciclo que garanta uma estabilidade política duradoura no país, o que pode abrir espaço a futuros processos de questionamento do governo e do regime e recolocar a luta de classes e a classe trabalhadora como um fator político da realidade. Esperamos contribuir com essas ideias para que diante de situações convulsivas da luta de classes, a classe trabalhadora possa através da sua auto-organização e superando o controle das burocracias sindicais se colocar como um força social hegemônica e independente das instituições avançando para romper os limites do regime capitalista e assumindo em suas mãos a luta contra o racismo e a opressão aos povos originários, contra o patriarcado e a opressão sexual, tomando em suas mãos a luta de todos os oprimidos contra as mazelas, a exploração e opressão produzidas pelo capitalismo.

Recuperar o debate de ideias e colocar marxismo na dianteira é parte fundamental de construir uma esquerda verdadeiramente socialista e revolucionária que esteja a altura de contribuir para organizar e mover para o combate essa enorme força social capaz de derrotar os capitalistas e fazer com que sejam eles que paguem pela crise.

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Para ver as duas temporadas do Esquerda em Debate e do Diálogos da Luta negra acesse o Youtube do Esquerda Diário e o Spotify do Esquerda em Debate.




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