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METRÔ DE SÃO PAULO | “Erro de digitação” vai custar R$ 14,5 Milhões ao Metrô de São Paulo

terça-feira 7 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

A gestão do Metrô de São Paulo e do Governador Geraldo Alckmin alcançaram o ápice da falta de caráter ao anunciar nesta terça-feira, que os valores que envolvem o contrato de construção da Linha 17-Ouro, o monotrilho do Morumbi, zona sul da capital, assinado em maio de 2016, aumentaram em R$ 14,5 milhões acima de sua expectativa inicial devido a um erro de digitação na planilha de serviços e preços das estações Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan.

O contrato foi assinado com o consórcio TIDP, formado pelas empresas Tiisa Infraestrutura e Investimentos S/A e DP Barros Pavimentação e Construção Ltda., no valor de R$ 74,2 milhões. Com o aumento de 19,5%, o custo sobe para R$ 88,7 milhões. Antes disso governo Alckmin havia rompido em janeiro de 2016 o contrato com as empresas Andrade Gutierrez e CR Almeida, devido à paralisação das obras, que estavam previstas para serem entregues em 2012, visando a Copa do Mundo de Futebol, em 2014. As segundas colocadas na licitação, as construtoras Mendes Junior e Heleno & Fonseca, não quiseram assumir a obra.

O rompimento com o consórcio Andrade Gutierrez e CR Almeida, se deu sob a alegação de que as empreiteiras haviam abandonado o canteiro de obras. As empresas negaram o fato e afirmaram que já tinham tentado rescindir o contrato por causa de atrasos na liberação de frentes de obras e projetos executivos.
A obra da linha havia sido anunciada em 2010, com a previsão de término para 2012, e muito pouco havia sido entregue, frente a promessa era concluir 17,6 km de linha e 18 estações ligando a Linha 1-Azul, no Jabaquara, à Linha 4-Amarela, na futura estação São Paulo-Morumbi, em 2012. Nada foi entregue ainda.

Agora, a previsão é concluir menos da metade da linha (7 km e 7 estações), ligando o Aeroporto de Congonhas (zona sul) à Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da CPTM, passando pela Linha 5-Lilás do Metrô. Seis estações devem ser entregues em 2018 e a parada que conecta com a Linha 9 ainda não tem data para ser concluída.
O que mais chama atenção é que os planos de privatização das Linhas 17 – Ouro do monotrilho (Congonhas-Morumbi) e da Linha 5 – Lilás do Metrô (Capão Redondo-Largo Treze) segue a todo vapor. Este aumento de cerca de 15 milhões no orçamento da construção do monotrilho apenas se somam aos 10 Bilhões que serão gastos nos projetos de construção e expansão dessas linhas, que o Governo de Geraldo Alckmin e a direção do Metrô pretendem entregar à iniciativa privada por um lance mínimo equivalente a 1,2% do valor investido para construir o sistema. Serão pedidos apenas R$ 120 milhões aos interessados nas duas linhas Para Marília Cristina, diretora do Sindicato dos Metroviários, trata-se de “Uma provocação do Governo Alckmin com a inteligência da população, que terá que pagar por este ‘ajuste’ no valor da licitação. É chamar a todos nós, usuários e trabalhadores de imbecis”.

O valor cobrado pelo governo Alckmin também é equivalente a apenas cinco dos 26 novos trens adquiridos para a Linha 5-Lilás, que ao todo custaram R$ 630 milhões aos cofres paulistas, mas que estão sem utilização, por conta dos recorrentes atrasos nas obras (iniciadas em 1998).

Pela concessão – que terá vigência por 30 anos – será pedida somente a outorga onerosa mínima de R$ 120 milhões, mais 1% da arrecadação tarifária e 1% da receita com publicidade e utilização de espaços comerciais. Para Felipe Guarnieri, operador da Linha 1 – Azul (Jabaquara – Tucuruvi) “Este é um ataque ao transporte público e estatal! Serão 30 anos de exploração com lucro total para as empresas amigas do governo Tucano, pagos com dinheiro público. Devemos seguir o exemplo dos trabalhadores da CEDAE no Rio de Janeiro que fizeram um forte ato hoje em frente a assembleia legislativa carioca contra a privatização.”
Devemos fazer uma forte campanha por um sistema de transportes integrado, público e gratuito, que possa atender a população de maneira plena e que coloque o transporte como direito e não mais como mercadoria.

Contra a privatização do Metrô e do Monotrilho!!!
Estatização total dos transportes coletivos!!!




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