Humilhação | Em meio a enormes filas, governo prorroga prazo para atualização do Cadastro Único

Muitas famílias de trabalhadores se colocaram desde o dia de ontem, quinta-feira, 13 de outubro, em filas colossais para conseguir atualizar seus dados do Cadastro Único. O cadastro é um pré-requisito para que as pessoas possam ter acesso a programas como o Auxílio Brasil, o Benefício de Prestação Continuada, a Tarifa Social de Energia Elétrica e a ID Jovem.

Hoje, 14 de outubro, as filas se estenderam ainda mais. Algumas pessoas que chegaram ontem após o fim do expediente acamparam em frente ao Cras. Há relatos de pessoas que não conseguiram ser atendidas durante a semana inteira, e agora precisam resolver a situação no último dia.

Frente a essa situação, o Ministério da Cidadania tomou a decisão de prorrogar o prazo final para a atualização do CadÚnico. O governo exige que haja a atualização dos dados cada vez que acontece alguma coisa como morte de algum familiar, nascimento, separação, casamento, ou a atualização padrão a cada dois anos.

O tamanho das filas é expressão da crise que leva as pessoas a buscar qualquer tipo de renda em um contexto onde o desemprego bate índices de 9,3%, ou seja, mais de 10 milhões de brasileiros, e onde há um aumento expressivo dos tipos de trabalho informal e subempregos, e acabam tendo que se humilhar ficando horas em filas para garantir uma renda muito abaixo do necessário para sobreviver, que segundo o Dieese seria um salário mínimo de 5 mil reais.

Para fazer frente a esse cenário é necessário que as grandes centrais sindicais convoquem um verdadeiro plano de lutas para conseguir garantir o mínimo, que é a redução da jornada de trabalho para 30h semanais sem redução dos salários, para que seja possível dividir as horas de trabalho totais entre empregados e desempregados, para que consigamos com nossas forças reverter essa situação de humilhação sem aliança com nenhum patrão e nem com a direita.