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Argentina | Deputado de extrema-direita argentino ameaça com “prisão ou bala” a deputados da Frente de Esquerda

O deputado federal argentino, José Luis Espert, amante da repressão, ameaçou nas redes sociais a deputada federal da Frente de Esquerda – Unidade (FIT-U) e referência na luta pelos Direitos Humanos Myriam Bregman, assim como o seu companheiro de bancada Nicolás del Caño. As suas ameaças surgem depois de Mauricio Macri, ex-presidente Argentino e agora apoiador do governo de extrema-direita de Javier Milei, ter apelado à formação de grupos de choque contra os “orcos”, para se referir a todos aqueles que pretendem enfrentar com os ajustes que o novo governo quer aplicar contra a população trabalhadora. Os dirigentes da esquerda responderam firmemente nas redes sociais e convocaram uma audiência pública contra o protocolo de Bullrich, Ministra da Segurança, que tenta avançar sobre o direito ao protesto e poder perseguir manifestações sociais.

sábado 16 de dezembro de 2023 | Edição do dia

José Luis Espert (Juntos por el Cambio), aliado de Milei, também referido como liberal e defensor da mão dura, fez uma ameaça gravíssima contra a ex-candidata à Presidência e deputada federal Myriam Bregman (Partido dos Trabajadores Socialistas).

A ameaça ocorreu no mesmo dia em que a Ministra da Segurança do governo Milei, Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio), lançou um “Protocolo de Ordem Pública” que procura criminalizar todos aqueles que saiam a se mobilizar para enfrentar as políticas de ajuste deste governo de extrema-direita.

Depois disso, o direitista também ameaçou gravemente Nicolás del Caño.

Embora Espert finja não saber, Nicolás del Caño foi um trabalhador precário durante toda a vida, até se tornar membro do Congresso, onde ganha o mesmo que uma professora. É por isso que ele é reconhecido por milhões de pessoas em todo o país que se identificam com ele e não com os políticos aliados dos poderosos.

Os amigos de Milei procuram se mostrar encorajados após a vitória eleitoral do libertário, tal como fez o próprio Macri quando chamou a confrontar os “orcos” nas ruas para se referir a todos os setores populares que enfrentarão o ajuste. Agora, outro membro do Juntos por el Cambio pede “bala” contra a esquerda, digna dos admiradores da Triple A https://pt.wikipedia.org/wiki/Triple_A , que nos anos setenta se dedicou a perseguir a esquerda e os setores combativos no período que antecedeu o golpe cívico militar argentino.

Contudo, embora se posicionem como valentões, a combinação de ajustes e ameaças repressivas já começa a suscitar forte repúdio nos bairros, nas fábricas e nas universidades.

E longe de intimidar Myriam Bregman, ela respondeu com base na sua história de luta e na sua plena convicção de enfrentar as políticas deste governo.

O mesmo fizeram o próprio Del Caño, assim como Christian Castillo, que repudiaram as ameaças.

Para não deixar passar este tipo de ataques intimidadores desta direita desencadeada, na Argentina, a esquerda chama hoje a construir a mais ampla unidade contra os seus planos repressivos e o ajuste que já está em curso.

Os deputados federais da Frente de Izquierda Unidad chamaram, então, de forma unitária e imediata à realização de uma audiência pública no Congresso Nacional para rejeitar o protocolo anunciado por Patricia Bullrich.

A convocação é na próxima terça-feira, 19 de dezembro, onde se reunirão reconhecidos representantes dos direitos humanos, sindicais, estudantis e sociais, e de todos os setores afetados por esta medida. Diante da magnitude do ataque do governo Milei que combina um plano de ajuste brutal e o avanço para tentar reprimir nas ruas a resposta social que ele pode gerar, é fundamental que a declaração seja categórica e unificada para defender as garantias e direitos constitucionais que eles buscam passar por cima.

Também convocaram uma importante mobilização nas ruas para o próximo dia 20 contra as medidas anunciadas pelo governo Milei, que irão mergulhar milhões de pessoas na pobreza e aumentar a já crítica situação social actual, além de contra as ameaças públicas e inconstitucionais feitas por Patricia Bullrich

Os anúncios da ministra são uma confissão de que os ajustes não serão contra "a casta", que tanto Milei pagava de ser contra nas eleições, mas sim contra milhões de pessoas que vivem do seu trabalho e do seu salário, e que verão suas condições de vida e seu sustento seriamente afetados.

As declarações de Bullrich mostram também que o Governo pretende impor as suas medidas de terrorismo econômico contra a população com ameaças, repressão e perseguição contra quem se manifestar contra este plano. Um erro grosseiro que já cometeu durante o governo Macri, quando anunciou o seu “protocolo anti-piquetes” que rapidamente naufragou e deixou claro que os protestos não podem ser regulamentados através de um decreto enquanto a pobreza e a miséria aumentam. Esta nova tentativa pretende seguir o mesmo caminho mas será difícil obter o consenso necessário, especialmente se o descontentamento crescer rapidamente como resultado da situação social e da inflação descontrolada que a desvalorização e os aumentos de tarifas irão gerar.

Diante disso, os dirigentes da Frente de Esquerda saíram para responder publicamente. “Neste dia 20 de dezembro estaremos mais uma vez nas ruas, acompanhando todas as reivindicações, exercendo o direito de manifestação e mostrando que somos milhares que não aceitamos que este ajuste brutal seja pago pelos trabalhadores”, disse Myriam Bregman.

Por sua vez, também Nicolás del Caño e Christian Castillo destacaram que o ajuste e as medidas anunciadas esta semana são “para que poucos possam encher os bolsos” e anunciaram que neste dia 20 de dezembro haverá “dezenas de milhares mobilizados , exercendo nosso direito constitucional de protestar".




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