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Ironia da história | Deltan carrega 52 processos no MPF e pode ser barrado nas eleições pela Lei da Ficha Limpa

O procurador já respondeu a 52 processos no Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM), que fiscaliza integrantes do órgão. Segundo colunista, os processos serão arquivados após anúncio de sua saída, mas dois deles poderão complicar eventual candidatura de Dallagnol por causa da Ficha Limpa.

sexta-feira 5 de novembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A terra plana não gira, ela capota. A ironia da história pode ganhar um episódio especial com o procurador de Pato Branco, PR, Deltan Dallagnol. O paladino da ética e da justiça, exímio defensor da Lei da Ficha Limpa, pode ser barrado pela… Lei da Ficha Limpa.

Nós do Esquerda Diário sempre apontamos a arbitrariedade dessa lei que concede mais poder aos juízes poderem tutelar as eleições, reduzir a já degradada democracia (como em 2018, onde as eleições foram nitidamente manipuladas) e sequestrar o direito ao voto da população. Em mais outra ironia da história, o projeto da Ficha Limpa foi aprovado em 2010 com os votos do PT e tornada lei por Lula, o mesmo que foi perseguido anos depois por ela.

Agora pode se voltar contra Deltan. O lava-jatista despiu suas vestes mal-apanhadas de procurador e assumiu definitivamente a pele de político ao anunciar, ontem (4), que vai sair do MP e se candidatar a deputado federal. Acontece que o rapaz carrega nas costas 52 processos no CNMP, graças às arbitrariedades e barbaridades cometidas na condução da Operação Lava-Jato.

Um desses processos, por exemplo, se deu após Deltan dizer em entrevista que três ministros do STF faziam panelinha para conceder habeas corpus. Foi aberto um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) dentro do MPF com essa fala e, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, procuradores que respondem a PADs não podem concorrer a cargos públicos.

Segundo colunista da Folha, Mônica Bergamo, dois desses 52 processos ainda não foram arquivados e podem comprometer a candidatura do lava-jatista.

De ironia em ironia, a terra plana vai capotando. A Lava-Jato vai às urnas após destruir o país e, independentemente do resultado fracassado ou não, coisa boa não pode sair daí. Foram peça-chave no golpe em 2016, na privatização gradual da Petrobrás e na manipulação das eleições em 2018 que garantiu a vitória de Bolsonaro. Agora seus agentes se lançam à política em 2022 para seguir as barbaridades que vieram fazendo nos últimos anos e, de quebra, ganhar uma imunidade parlamentar.




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