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Petroleiros | Construir uma chapa para o Sindipetro-RJ que seja independente da empresa, do governo e da FUP, para lutar por nossas demandas e pela verdadeira unidade dos petroleiros

A FUP, defensora permanente da divisão da categoria, de conciliar com a empresa, de não lutar, que abre mãos dos direitos dos petroleiros para defender o governo Lula-Alckmin entrou na campanha junto a Resistência/PSOL. Precisamos do oposto do que eles defendem e implementam: construir desde já uma forte chapa de independência de classe, em base aos mais de mil petroleiros que assinaram o “Manifesto Independência de Verdade e Unidade para Lutar".

quarta-feira 6 de março | Edição do dia

A FUP, defensora permanente da divisão da categoria, de conciliar com a empresa, de não lutar, que abre mão dos direitos dos petroleiros para defender o governo Lula-Alckmin, essa personagem do que muitos petroleiros chamam de teatrinho, agora deixou explícito seu papel na eleição de nosso sindicato. O coordenador geral da FUP está convocando junto com o Resistência/PSOL a assembleia eleitoral do dia 7. O acordo da FUP com o Resistência era escondido para que fizessem um Manifesto falando de “independência” e dizerem a falsidade de que são pela “unidade da FNP”, para convencer os petroleiros a assinar. Agora já nem falam mais de independência no último material, e não podem mais esconder que são sócios da FUP. Precisamos urgentemente do oposto, construir desde já uma forte chapa de independência de classe, em base aos mais de mil petroleiros que assinaram o “Manifesto Independência de Verdade e Unidade para Lutar”, que nós do Movimento Nossa Classe impulsionamos junto a outros setores. Esse é o chamado que fazemos aos assinantes e em especial ao PSTU, corrente majoritária entre os impulsionadores do Manifesto, que tem a responsabilidade de sair com esse chamado.

O que significaria uma chapa e um sindicato da Resistência-FUP?

Significaria colocar o maior sindicato petroleiro do país, o Sindipetro-RJ, como um braço da FUP, debaixo das garras daqueles que rifam direitos dos petroleiros para sustentar a alta direção da empresa, seu apoio ao governo Lula-Alckmin. Isso foi o que se mostrou no recente acordo do ACT, onde para avançar neste acordo eleitoral com a FUP, o Resistência mostrou serviço, sendo mais “fupista que a FUP”, militando por um acordo que aprovou ataques aos aposentados como acontece num acordo sem aumento no salário base, que abandona subsidiárias em acordos coletivos prejudiciais a PBIO, Transpetro, TBG, e deixa todos petroleiros a ver navios. Está claro: a FUP manda, o Resistência obedece. Portanto, querem trazer para o Sindipetro-RJ o modus operandi da FUP que já conhecemos e que agora ganhou um aliado dentro da FNP, que atua dividindo e enfraquecendo a luta de todos os petroleiros e por suas demandas. Querem um sindicato corporativista que só olha quando muito para o bolso de algum setor, com medidas judiciais para que lhe apoie eleitoralmente, rifando todo o restante e especialmente os mais precários, os terceirizados em sua maioria em nosso país mulheres e negros. Seria tornar o sindicato uma agência de propaganda do governo e distante da base, dessa forma se enfraqueceria a oposição a FUP, que muitos sabem que são patronais, ou seja, servindo os interesses dos gestores, e não da classe trabalhadora como observado no último acordo coletivo. O Resistência, corrente do PSOL, partido integrante do governo Lula vem construindo essa localização, “remando para o outro lado” no Sindipetro-RJ e apresentando chapas separadas nos Congressos do Sindipetro RJ e da FNP, sempre priorizando a defesa do governo Lula-Alckmin e o diálogo com a FUP, em detrimento da luta da categoria e dos trabalhadores.

E por que é um problema não ter independência em relação ao governo Lula-Alckmin?

A Petrobras sob Lula e Prates segue com centenas de gestores bolsonaristas e organizada em benefício dos grandes acionistas privados, mesmo que não seja de forma tão acintosa como nos governos Bolsonaro e Temer. Demonstração disso está no último resultado financeiro disponível onde se diz que nos 9 primeiros meses de 2023 a empresa gastou US$747milhões em força de trabalho, enquanto teve um lucro líquido US$18,625 bilhões e uma receita de vendas US$ 75,302 bilhões. Isso é ou não é deixar intacto que a Petrobras sob Lula e Prates é ainda uma empresa gerida para os 52% de grandes acionistas estrangeiros detentores das ações preferenciais?

Um sindicato que não seja independente do governo será um sindicato que atuará em prol de manter essa estrutura, abandonar bandeiras históricas, aceitar ataques aos petroleiros, ou mesmo ajudar na sua implementação, como fez a FUP para ajudar empresa a impor um dos maiores ataques aos aposentados, a repactuação ocorrida nos Governo Lula 1 e 2, que tirou direitos de dezenas de milhares. Após mais de 1 ano do novo governo do PT, diversos ataques que sofremos na Petrobras desde a famigerada Lava Jato e o golpe institucional não foram revertidos e sequer foram questionados. É a mesma lógica que se expressa na postura do governo de não revogar a Reforma da Previdência, Trabalhista e privatizações e está disposto a discutir no congresso a reforma administrativa que só visa atacar ainda mais o funcionário público.

A verdade é que a conciliação promovida pelo PT fortalece a extrema direita. O aumento do financiamento do agronegócio via Plano Safra o fortalece para exigir mais ataques e fortalecer-se politicamente; com financiamento do BNDES ajuda às privatizações que o Bolsonarista Tarcísio faz em SP, entre outros exemplos. Uma luta efetiva contra a extrema direita exige independência de classe diante não somente do governo que concilia e ajuda material e politicamente a extrema-direita, como das próprias instituições do Estado e regime, como o STF. Nós trabalhadores devemos confiar em nossas próprias forças.

Construamos já uma forte chapa dos que são pela independência do governo, da empresa e da FUP, a única que pode defender os interesses dos petroleiros

Não vamos avançar na luta pelas demandas dos petroleiros, tanto as mais elementares, como as estruturais de nossa classe, sem independência em relação ao governo, da empresa e da FUP. Basta pensar como demandas imediatas e mínimas não são garantidas, como: falta de pessoal, cumprimento do ACT, do fim dos descontos da Petros à garantia dos direitos dos aposentados e pensionistas, garantia de horas extras de troca turno, a todas demandas mais abrangentes e estruturais.

Para lutar contra os assédios morais e sexuais, contra o racismo e a lgbtfobia, etarismo e capacitismo, também é preciso a independência do governo e da empresa. Suas palestras, sua ouvidoria são repetidas vezes criticadas pelos petroleiros por seu descaso. Cada caso mais sério só é apurado depois de críticas, denúncias e organização de petroleiras e petroleiros. Não podemos deixar que cada luta contra a opressão seja conduzida para o beco sem saída do que a empresa aceita fazer institucionalmente sem mexer no que é estrutural. E é justamente a esse limite e “parceria” com a empresa que a Resistência e a FUP conduzem a luta dos setores oprimidos. Precisamos de um sindicato independente para, em cada terreno, promover a unidade, organização pela base e mobilização em prol dos interesses da categoria.

Nós do Movimento Nossa Classe viemos atuando nos congressos da categoria junto a outros grupos, o Petroleiros Socialistas organizado pelo PSTU e independentes, o Inimigos do Rei, o grupo Aposentado, Presente!, para juntos batalhar em defesa da independência do sindicato diante do governo Lula. Juntos impulsionamos o “Manifesto em Defesa do Sindipetro-RJ: Independência de Verdade e Unidade para Lutar”, que chamamos a ler, apoiar, difundir e assinar, como já fizeram mais de 1.000 petroleiros.

Essa unidade que construímos ao redor deste Manifesto é uma conquista muito importante e precisamos fortalecê-la, dando novos passos à frente, pois somente a política defendida por estes setores será capaz de construir a unidade de todos os petroleiros para lutar, independente de qual federação está, de sindicalizados e não sindicalizados, ativa e aposentados, ou seja, de toda a categoria, como parte da luta por unir o conjunto da classe trabalhadora.

É preciso garantir uma maioria na assembleia eleitoral do dia 7, para impedir fraudes que as burocracias costumam fazer. Mas o passo mais importante a dar é construir uma forte chapa de independência de classe, diante do governo Lula-Alckmin, da empresa e da burocracia sindical que dirige a FUP, com quem o Resistência se unificou. Chamamos o PSTU, que é o maior grupo deste “campo”, e todos demais grupos e ativistas a construirmos essa chapa juntos, desde já. A vacilação do PSTU em não se definir pela construção imediata de uma chapa de independência de classe abre espaço pra FUP.

Dentro de uma chapa assim nós do Movimento Nossa Classe batalharemos também, como fazemos fora do sindicato, pela unidade de todos petroleiros, unindo setores, Holding e subsidiárias, ativa e aposentados e uma forte atuação para unidade de todos petroleiros incluindo os terceirizados que batalhamos para que tenham os mesmos direitos que nós efetivos e sejam incorporados às empresas sem necessidade de concurso. Onde atuamos buscamos contribuir nessa unidade e na organização democrática e pela base, como se mostrou na greve da Apropriação-Transpetro. Defendemos um sindicato que não seja corporativista, que não olhe só para o umbigo de tal ou qual setor, mas procure apoiar as lutas do conjunto dos trabalhadores e setores oprimidos do país, ou seja, que avance no classismo. Precisamos de um sindicato que procure fazer da nossa classe porta-voz dos interesses de outros setores. Nós petroleiros que movemos a energia deste país, podemos na luta por uma Petrobras 100% estatal e gerida democraticamente pelos trabalhadores mostrarmos como somos nós que podemos garantir combustíveis baratos à toda população, desenvolver tecnologias, oferecer uma relação completamente diferente em relação ao meio-ambiente e aos povos afetados pelas atividades petrolíferas e colocar essas imensas riquezas à serviço do povo trabalhador brasileiro. Isso que queremos construir no dia a dia e numa forte chapa.




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