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Petrobrás | Com redução nos preços, Petrobrás ainda serve para enriquecer acionistas

Com a nova medida de retirada da PPI, o governo busca reanimar a base, principalmente depois do anúncio do arcabouço fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda que a medida reduza, em certa medida, os preços dos combustíveis, é preciso avaliar o que de fato significa isso, bem como as concessões aos capitalistas e os revezes que os trabalhadores terão de arcar, em troca.

terça-feira 16 de maio de 2023 | Edição do dia

Nesta terça-feira (16), o governo anunciou o fim da PPI (preço de paridade de importação), o que significa que o preço dos combustíveis e do gás tende a ter redução com o fim da política de subordinação ao dólar na precificação, fazendo com que os preços praticados pelos combustíveis produzidos dentro do país fossem equiparados à combustíveis importados. Esta medida foi um ataque neoliberal implantado desde o governo Temer para descarregar preços abusivos no povo e realizar a manutenção da margem de lucro dos acionistas privados da empresa. De conjunto, a economia do país inteiro foi afetada, causando um impacto nos transportes, preços das demais mercadorias de todos os setores dependentes e consequentemente, contribuindo com a alta da inflação, que chegou a níveis astronômicos durante o governo Bolsonaro, e que segue, ainda, com altas de preço, principalmente nos produtos de primeira necessidade.

Mas porque o fim da PPI, por si só, não representa um grande avanço para os trabalhadores do país? No bojo da política do governo Lula-Alckmin, essa “concessão” na verdade vem apenas, primeiramente, igualar os preços praticados pela Petrobrás com os das refinarias privadas, como a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que foi privatizada e atualmente está sob controle da empresa privada Acelen. Na prática, os acionistas privados da Petrobras seguirão com margens imensas de lucros em cima da precificação dos combustíveis e das necessidades básicas dos trabalhadores. Para além disso, toda a política do governo vem amaciar os ânimos do empresariado, principalmente pela via do arcabouço fiscal, que coloca limites no investimento dos setores públicos para garantir os lucros dos setores privados e detentores da dívida pública e que, nesta semana, fez com que o governo federal entrasse em acordos com Arthur Lira por medidas de cortes de gastos, na nova política fiscal.

Por isso, defendemos que a Petrobras seja completamente estatal, para que os capitalistas rentistas parem de lucrar e especular com um setor tão caro aos trabalhadores, que impacta não somente nos preços dos combustíveis, mas de conjunto em diversos outros setores econômicos no país, sendo capaz de influenciar no custo e qualidade de vida de todos, no país. Ao contrário da política do governo Lula-Alckmin de manter intactos os interessas da burguesia no governo, que já avançaram sem precedência durante os últimos governos reacionários anteriores, precisam ser varridos dos setores estratégicos para o povo, para que as riquezas nacionais e a vida dos trabalhadores pare de ser especulação financeira e lucro aos capitalistas.




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