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Reformas | Banqueiros e milionários celebram a aprovação da reforma tributária

Representantes dos grandes bancos e do capital financeiro estão comemorando a reforma tributária, que irá aumentar seus lucros e preservar seus interesses.

sexta-feira 7 de julho de 2023 | Edição do dia

A reforma tributária aprovada ontem (06) em dois turnos na Câmara dos Deputados está sendo comemorada por representantes dos grandes bancos e das grandes empresas. Os monopólios dos grandes meios de comunicação, como a Globo, o Estadão e a Folha de São Paulo, que representam esses setores, estão estampando o otimismo dos grandes milionários brasileiros com os rumos do governo Lula-Alckmin.

Em uma das inúmeras matérias comemorando a aprovação da reforma, o Estadão apresenta uma série de declarações dos representantes dos bancos e industriais, que ilustram esse entusiasmo. Vejamos o que estão dizendo os banqueiros:

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração do Bradesco: "O sistema tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, ganha frescor e modernidade".

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco: "A reforma ataca ponto central para o País, que é a simplificação tributária".

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual: "O momento nunca esteve tão propício como agora para avançarmos em reformas estruturantes".

Ana Paula Vescovi, economista-chefe do banco Santander: "Com a reforma, podemos ter um ambiente de negócios mais positivo, com menor custo de transações e com maior segurança jurídica".

Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp e acionista da Klabin: "Estou nisso há 25 anos. Uma saga espantosa, já que (a reforma) sempre foi impedida por grupos de interesse".

Rafael Furlanetti, sócio e diretor Institucional da XP: "O pagamento de tributos é um dos maiores entraves para se fazer negócios no Brasil".

Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG): "Agora temos de pensar na desoneração da folha e na reforma administrativa; tudo isso vai melhorar o ambiente de negócios".

Além deles, os empresários da fé ligados à bancada evangélica, como Edir Macedo e Silas Malafaia, também estão muito contentes com a reforma, já que seus negócios continuarão isentos e seus lucros preservados. Junto com eles, governadores provenientes do bolsonarismo como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema apoiaram e agora facilitam a reforma tributária.

O entusiasmo de setores de peso da burguesia brasileira se explica pelo fato de que a reforma preserva o sistema regressivo dos impostos no Brasil. Ele continua sendo um mecanismo de potencialização das desigualdades, uma vez que os trabalhadores e a população mais pobre seguirão pagando mais impostos proporcionalmente do que os mais ricos.

Foram esses mesmos os setores que apostaram na candidatura de Bolsonaro em 2018, porque naquele momento ele prometia realizar todas as reformas e privatizações que esse setor necessitava. Agora, o governo Lula-Alckmin não só preserva esses ataques, como implementa outros, como o novo teto de gastos do Arcabouço Fiscal, que garante o pagamento da dívida pública, que drena a enorme parte do orçamento público.

É junto com esses setores que estão os deputados do PSOL que votaram junto a reforma tributária. Não há o que comemorar junto à meia dúzia de capitalistas que estão animados pela otimização dos seus próprios negócios, enquanto impõem condições de trabalho super precarizadas para os trabalhadores. É preciso questionar o conjunto dessa arquitetura neoliberal e batalhar pelo fim de todas as reformas, ataques e pelo não pagamento da dívida pública.




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