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Anúncios de Milei | Argentina: por aumento de salários e contra o ajuste, coordenemos empregados, desempregados e setores em luta

Em seu primeiro discurso, Milei confirmou que implementará um "ajuste de choque" a favor dos empresários e do FMI. Esta semana serão conhecidas as medidas. É urgente se organizar para defender o salário real, os empregos e o direito ao protesto. Veja a primeira carta do Movimento de Agrupações Classistas às organizações combativas e à classe trabalhadora da Argentina.

quarta-feira 13 de dezembro de 2023 | Edição do dia
  • Para apoiar cada conflito e organizar e a resistência: se tocam em um, tocam em todos. Defendamos o direito ao protesto.
  • Por aumento emergencial de salários, planos e aposentadorias, atualizado automaticamente de acordo com a inflação; nenhuma demissão, trabalho com direitos para todos e todas; renda de emergência para informais e desempregados; efetivação de contratados, terceirizados, monotributistas e negociações salariais para todos; não ao pagamento da dívida, não aos tarifaços; por todas as demandas operárias e populares. Que os capitalistas paguem pela crise.
  • Pela realização de um grande Encontro Nacional de setores em luta, de organizações sindicais e de piqueteiros, combativos e da esquerda. É necessário impor às centrais sindicais um plano de luta.

Em 10 de dezembro, Javier Milei assumiu o governo. Seu primeiro discurso foi uma chantagem para nos fazer acreditar que é "ajuste de choque ou caos". Ele confirma seu plano de guerra contra o povo trabalhador: mais desvalorização que irá pulverizar os rendimentos populares; demissões no Estado e setores afetados pela "estanflação" (recessão e aumento dos preços); mais privatizações; liberação de preços e aumento da inflação; expansão do "modelo UOCRA" de demissões baratas; ataque aos acordos coletivos; liberação das tarifas; continuação do pagamento da dívida fraudulenta ao FMI. Não somente vem para atacar as condições de vida de milhões, desde a classe trabalhadora até as classes médias empobrecidas, mas também para atacar os direitos sociais, democráticos, ambientais, das mulheres e diversidades. Esta semana serão conhecidas as primeiras medidas.

O "plano motosserra" não é um plano para que os patrões ganhem alguns pesos a mais: eles querem dar um salto no saque do país e da classe trabalhadora a favor dos empresários e do imperialismo. E ele já adiantou que fará isso com repressão, se necessário.

Isso é o que está em jogo.

O peronismo, com seu governo de ajuste e a cumplicidade de suas lideranças sindicais, contribuiu para o avanço da direita e agora negocia a transição. Desde o segundo turno, desvalorizou a moeda, permitiu o aumento da inflação e os ataques empresariais, entregando dezenas de milhares de funcionários públicos contratados ao "plano motosserra". Além disso, está negociando no Congresso e até nomeou funcionários que, há um mês, eram considerados "fascistas": Scioli, Royón, Lavagna e uma longa lista. A CGT, a CTA e a UTEP fazem discursos críticos, mas há 4 anos não movem um dedo e esperam uma negociação com Milei.

Não podemos esperar. Precisamos começar a nos organizar e resistir. A classe trabalhadora tem força para deter esse plano. Somos a imensa maioria, aqueles que movem o país. Apesar do papel das cúpulas sindicais, derrotamos as reformas macristas em 2017, lideramos uma rebelião como em Jujuy e as ondas de lutas em 2020 e 2021. Nas últimas semanas, muitos continuaram lutando. Nos meios de comunicação públicos, há assembleias. Conflito na indústria de pneus e na Mondelez. Plenários estaduais contra ameaças de demissões. Clínica Virreyes contra o fechamento. Marchas de protesto. Mas, acima de tudo, há um estado de alerta.

As organizações sindicais e sociais combativas, os lutadores e a esquerda, têm uma responsabilidade: cercar cada luta com solidariedade, impulsionar e exigir assembleias em cada sindicato, coordenar-se com os setores que serão atacados e conquistar para a resistência milhões de trabalhadores, trabalhadoras e jovens que votaram contra Milei, mas suas lideranças dizem para "ficarem em casa" (também para aqueles que votaram esperando uma "mudança" para melhor).

Por isso, estamos convencidos de que se realmente queremos derrotar o plano de guerra, cada ação dos setores combativos e da esquerda deve ter como objetivo avançar na unidade e na coordenação. Para nós, há uma proposta muito concreta para alcançar isso: um Grande Encontro ou Congresso Nacional de trabalhadores ocupados, desocupados e setores em luta, somando-se ao movimento de mulheres e à juventude combativa. Que a esquerda seja parte, assim como as bancadas da Frente de Izquierda serão parte da resistência. Um encontro amplo, com o protagonismo dos setores em luta, onde discutamos democraticamente o programa e o plano de luta que possa derrotar os ataques. E que também se proponha impor às lideranças sindicais (e sociais) do peronismo a convocação de uma greve geral ativa.

Acreditamos que a mobilização proposta para 20 de dezembro deve ser um primeiro passo. Deve ser unitária, agregar todos os setores atacados e propor como próximo passo o Encontro ou Congresso Nacional, se necessário, preparado por plenários regionais. A AMSAFE Rosario (Sindicato de Professores de Santa Fé) já divulgou uma proposta nesse sentido. Também a ATEN Capital - Neuquén (Associação de Trabalhadores da Educação de Neuquén)

Desde o sindicalismo combativo e da esquerda, levaremos um conjunto de reivindicações: um aumento de emergência para salários, planos e aposentadorias, que cubra a cesta básica e se atualize automaticamente com a inflação; renda de emergência para trabalhadores informais e desempregados; proibição de demissões; redução da jornada para 6 horas e distribuição das horas para gerar empregos com direitos; efetivação dos contratados, monotributistas, terceirizados, com negociações salariais para todos e todas; revogação dos aumentos abusivos nas tarifas e do acordo com o FMI; em defesa da educação e da saúde pública; pelos direitos democráticos, das mulheres e diversidades, entre outras demandas.

Movimento de Agrupações Classistas (PTS-FITU), Argentina, dezembro de 2023




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