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Três detidos | Apesar das provocações e das intimidações, a marcha avança na Argentina

Contra as ameaças do Governo, uma importante manifestação se dirige para a Praça de Maio, em Buenos Aires. Javier Milei segue a operação de dentro do Departamento de Polícia Federal junto de Patrícia Bullrich. Dezenas de organizações manifestam pelo direito de se manifestar e contra o ajuste. Até o momento há três detidos.

quarta-feira 20 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Na tarde desta quarta e apesar dos operativos de repressão e intimidações que o governo nacional está implementando desde de manhã, uma importante mobilização se dirige à Praça de Maio.

O governo nacional, com a presença de Javier Milei, Patricia Bullrich e Sandra Pettovello acompanha os acontecimentos desde o Departamento de Polícia, mostrando abertamente sua atitude repressiva. Querem aprovar um pacote de ajustes com repressão.

Contudo, dezenas de organizações sociais, políticas, sindicais, estudantis e de direitos humanos se manifestam em direção à Praça de Maio.

Inclusive, o governo implementou forças federais, como a Polícia Federal, na cidade de Buenos Aires, numa clara atitude ilegal.

Da coletiva de imprensa com a ministra da segurança, Patrícia Bullrich, os dirigentes da Frente de Esquerda saíram em resposta às ameaças de repressão e reiteraram a convocatória para esta quarta-feira, dia 20 de dezembro. A concentração está para às 16h30 simultaneamente desde a Diagonal Norte e Florida, e Diagonal Sul e Belgrano, o PTS se concentrará na Diagonal Norte e Esmeralda. Desde esses pontos se dirigirão à Praça de Maio. Será o primeiro protesto massivo contra o novo governo que acaba de lançar um ajuste brutal.

O ajuste e as medidas anunciadas por Caputo, que atingem milhões de pessoas em situação de pobreza e piorarão a já crítica situação social atual, agora se somam às ameaças públicas e inconstitucionais que realizou Patrícia Bullrich. Os anúncios da ministra, que mencionam por alto que o direito ao protesto é contemplado pela Constituição, são uma confissão de que o ajuste não será “contra as castas”, mas contra milhões de pessoas que vivem de seu trabalho e de seu salário e que terão suas condições de vida diretamente afetadas.

As declarações de Bullrich, ademais, mostram que o Governo pretende impor suas medidas de terrorismo econômico contra a população com ameaças, repressão e perseguição contra qualquer um que se manifeste contrário a esse plano. Um erro grosseiro que já foi cometido durante o macrismo, quando anunciou seu “protocolo antipiquetes” que naufragou rapidamente e deixou claro como não se pode conter os protestos através de um decreto enquanto se aumenta a pobreza e a miséria. Essa nova tentativa pretende ir pelo mesmo caminho, mas será difícil que consiga a aprovação necessária, sobretudo com o crescente descontentamento produto da situação social e da inflação descontrolada que generaliza a desvalorização e as tarifas elevadas.

Diante disso, os líderes da Frente de Esquerda (FIT-U) saíram para responder publicamente. “Neste dia 20 de dezembro estaremos mais uma vez nas ruas, acompanhando todas as reivindicações, exercendo o direito de manifestação e mostrando que somos milhares os que não aceitam que este ajuste brutal seja pago pelos trabalhadores”, disse Myriam Bregman.

Por sua vez, também acrescentou Nicolás del Caño e Christian Castillo, destacando que o ajuste e as medidas anunciadas esta semana são “para que poucos possam encher os bolsos” e afirmando que neste dia 20 de dezembro haverá “dezenas de milhares mobilizados, exercendo nosso direito constitucional de protestar".

Os dirigentes do Partido Obrero (PO) e do Polo Obrero também fizeram declarações públicas após os anúncios de Bullrich. Em coletiva de imprensa, reforçaram o chamado e questionaram a “ilegalidade” do que disse o ministro. “Há ameaças depois de um plano de guerra. Patrícia Bullrich veio ameaçar quem vai protestar”, disse Eduardo Belliboni. Gabriel Solano se expressou no mesmo sentido: “Reafirmamos o direito de protestar, de manifestação, que é o direito de se defender frente a tamanha agressão”.




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