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Pernambuco | A continuidade do projeto bolsonarista da Escola de Sargentos em Pernambuco pelo governo Lula Alckmin

Na última semana, um dos grandes temas de Recife foi a passagem de Lula pela cidade. Após participar da troca do Comando Militar do Nordeste, ocorreu a assinatura do termo de compromisso para a construção da Escola de Sargentos.

quinta-feira 25 de janeiro | Edição do dia

Como já discutimos antes nesse diário, a instalação da Escola de Sargentos em Pernambuco foi um projeto de Bolsonaro em aliança com o então governador Paulo Câmara, do PSB. Tinha como objetivo aumentar a presença do exército na região, assim como seu peso social reacionário, sendo também uma forma do então presidente tentar aumentar sua popularidade no Nordeste, justamente onde sua rejeição era maior. Além disso, a escola ficará numa área de preservação ambiental. Portanto, longe de representar um “desenvolvimento” para Pernambuco, como buscam apresentar no discurso oficial, se trata claramente de um projeto com objetivos reacionário e que ainda trará um enorme impacto ambiental para cidade.

Apesar de tudo isso, o governo Lula-Alckmin parece ter abraçado tal projeto bolsonarista com gosto. Mesmo fortemente criticado, o governo não apenas fez questão de mantê-lo, mas também o próprio Lula fez uma defesa enfática do mesmo, chegando ao absurdo de dizer que “temos que agradecer ao exército pois se não isso aqui seria tudo favela”. Ou seja, justamente nos pontos onde Lula parecia querer se diferenciar de Bolsonaro – na relação com os militares e na questão ambiental – vemos o governo defendendo uma destruição ambiental justamente para dar benesses aos militares. E ainda por cima culpando os pobres pela destruição ambiental, enquanto o garimpo segue desmatando a Amazônia e matando os Ianomâmis com a total complacência do exército.

Cabe dizer também que tal iniciativa se soma a uma série de benesses que o governo de frente ampla tem dado à militares nos últimos tempos, como inclusive o aumento deles em cargos dentro do governo, mesmo após a participação do exército no governo de Bolsonaro e toda sua responsabilidade no genocídio dos Ianomâmis que segue embaixo do nariz do exército, como está sendo amplamente denunciado. Mesmo após a clara conivência e até mesmo participação direto dos militares nos acampamentos bolsonaristas e no 8 de janeiro, os mesmos não apenas foram anistiados como também estão sendo premiados. Junto a eles, [também estão sendo beneficiados a PF e a PRF com aumento de 20%-:https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/12/30/governo-assina-acordo-para-reajustes-salariais-na-pf-e-prf.ghtml], que organizaram bloqueios de estradas para tentar impedir os eleitores de Lula de votar. Enquanto isso, o funcionalismo federal terá 0% de aumento e o orçamento das universidades esse ano será fortemente diminuído para garantir o “déficit 0”, ou seja, o lucro dos banqueiros com a dívida pública.

Além disso, a cereja do bolo foi o atual presidente reforçando seu apoio a governadora direitista Raquel Lyra, enquanto a mesma deixa escolas sem merenda e está atacando os servidores estaduais com a promessa de reajuste 0 pelo segundo ano consecutivo.

A prioridade de Lula em defender os militares, os banqueiros e a direitista Raquel Lyra em detrimento dos trabalhadores é uma mostra de como a conciliação de classes só fortalece a direita! Por isso, nós do MRT e do Esquerda Diário acreditamos ser necessário construir uma força de independência de classe, que lute pelo direito dos trabalhadores sem conciliação, deixando bem claro quem são nossos inimigos, como o alto comando do exército, os banqueiros e governadores direitistas como Raquel Lyra!




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