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Greve nas federais | 5 pontos para debater como avançar a greve estudantil na UnB

Quase 10 cursos na UnB já votaram em favor da greve estudantil se juntando aos técnicos administrativos e professores já em greve. Existe disposição e a potencialidade de luta des estudantes, mas como fazer a greve estudantil avançar? Como fortalecer e massificar essa luta para que ela conquiste as demandas dos estudantes, mas também dos trabalhadores? Nós da Faísca Revolucionária queremos com esses 5 pontos abrir o debate com estudantes e ajudar a pensar formas de fortalecimento da greve.

quinta-feira 18 de abril | Edição do dia

1- Por uma assembleia geral dos estudantes e em cada curso! O DCE e os CAs precisam convocar assembleias para construir a greve estudantil pela base

Acreditamos na necessidade des estudantes se mobilizarem junto aos trabalhadores e por nossas demandas e por isso acreditamos na necessidade urgente de uma assembleia geral dos estudantes da UnB, para debater de maneira conjunta uma greve geral unificada na UnB, e possibilitando a unificação dos cursos que já estão em greve. Assim como permite a mobilização e um chamado aos cursos que não votaram greve que façam o mesmo.

As assembleias estudantis são os espaços de debate e deliberação dos estudantes, permite que de maneira democrática todes possam ter direito a voz e voto, fazer propostas e assim o conjunto da assembleia votar e decidir os rumos da mobilização e como lutar por nossas demandas e direitos. Com isso, a assembleia vota e executa suas deliberações, a partir da posição da maioria.

Entendemos que é fundamental o fortalecimento e aumento da mobilização das greves que já foram votadas. Uma assembleia pode permitir isso, visto que precisa ser construída pela base, convencendo cada estudantes da importância de participar, com panfletagem, cartazes e outras ideias, mas também para votar medidas para que conjuntamente es estudantes possam batalhar pela massificação da greve como um calendário de luta da greve que pode ter aulões públicos com professores em greve, um festival de arte e cultura, mobilizações, piquetes, etc, são várias possibilidades para que a universidade se mantenha movimentada e com atividades, isso é decisivo.

Por isso estamos fazendo um abaixo assinado por uma assembleia geral des estudantes. Assine aqui.

O DCE da UnB dirigido pelo Juntos/PSOL, Correnteza/UP e UJC/PCB, precisa o quanto antes convocar e construir uma assembleia geral pela base, assim como os CAs que já votaram greve como o CASESO e CASO - é uma responsabilidade fundamental das direções das entidades estudantis eleitas construírem esse espaço democrático, de debate e deliberação, ainda mais um momento de luta.

2 - Por um comando geral de greve de delegados eleitos e revogáveis e de cada curso

Precisamos de um comando de greve para organizar o dia a dia da nossa greve, sempre a partir do que es estudantes debatem e decidem em assembleia.

Mas o que é isso? Um comando de greve de delegados eleitos e revogáveis é um método histórico de organização da luta e greve, pois é uma forma de coordenação, organização e mobilização da luta no dia a dia.

É também um método democrático de organização e de direção da luta, visto que em assembleia todes estudantes que quiserem podem se candidatar e votar para o comando seus representantes. Assim, ajuda na mobilização e massificação da greve. O número de delegados/representantes geralmente são proporcionais ao número de estudantes do curso/universidade para que todes sejam representados. Assim, votam em um delegado que represente suas posições e de seu curso. Eles podem ser revogáveis, visto que se não cumprem e não representam os estudantes que o elegeram deixa de ser parte do comando e outro estudante é eleito. Nesse sentido, atua como direção de um processo de luta de maneira democrática levando a frente e garantindo que se concretize o que foi decidido por todes em assembleia como atividades e piquetes.

Muitos piquetes essa semana, como na Ciências Sociais e Serviço Social, não aconteceram por uma posição principalmente do Juntos, mas também do Correnteza e do Afronte, de que supostamente não haviam estudantes o suficiente e os piquetes iriam “desmobilizar os estudantes de outros cursos”, mesmo com a estudantes vindo para a UnB e querendo fazer os piquetes que foram, inclusive, discutidos e encaminhados nas assembleias de curso. Caso houvesse um comando de delegados eleitos, se a base visse que não se estava cumprindo as deliberações tiradas em assembleia, imediatamente poderia revogar e eleger outro representante que tivesse posições que fossem mais coerentes com as ideias dos estudantes, dando mais vazão para perspectivas anti-burocráticas e combativas.

3 - A revogação do Arcabouço Fiscal e dos cortes na educação precisam ser pauta central da greve

Os técnicos e professores em greve estão se enfrentando com o arrocho salarial do governo Lula-Alckmin. A raiz desse arrocho salarial se encontra no Arcabouço Fiscal que é um ajuste fiscal neoliberal do governo Lula-Alckmin, que funciona com um novo teto dos gastos, que foi inclusive elogiado por Bolsonaro (!). É o Arcabouço Fiscal que não permite o reajuste dos técnicos e professores, e impacta de conjunto no sucateamento da educação, visto que como não há recursos orçamentários, acaba promovendo mais cortes e claro que quem é mais precarizado são os setores mais precários da universidade com os estudantes que precisam de permanência. E também abre mais espaço para a privatização e precarização do trabalho como com a terceirização. Somado a isso, há anos que a educação é atacada pelos governos, esses ataques se aprofundaram muito nos anos do governo Bolsonaro, e hoje são mantidos pelo governo Lula-Alckmin. Isso é inadmissível e precisa ser pauta da nossa greve. Pela revogação imediata do Arcabouço Fiscal e dos cortes bilionários na educação já!

4 - Nenhuma confiança no governo Lula-Alckmin e na Reitoria, mas sim na aliança com os professores e técnicos em greve

Para conquistar essas e outras demandas como a revogação de todas as reformas como a do novo ensino médio, a trabalhista e da previdência, que precarizam nosso futuro, não podemos confiar no governo Lula-Alckmin, que mantém todas essas reformas, e que concilia com nossos inimigos, com a extrema-direita, o agronegócio. Exemplo disso, são os acenos que Lula faz ao bolsonarista Tarcísio em SP, dando bilhões de reais para a privatização do metrô, dos trens e da empresa de água. Essa conciliação abre espaço e fortalece a extrema-direita e não a combate. As greves e a aliança com os trabalhadores e professores que movem a universidade podem sim combater de fato e construir uma força real e na ruas contra os ataques e a extrema-direita

Esse debate é o que fazemos com os coletivos que estão na direção do nosso DCE da UnB como PSOL e seus coletivos do movimento estudantil como o Juntos e Afronte, e o movimento Correnteza e a UJC. Ao invés de subordinar nossa mobilização à espera passiva de que as negociações com a Reitoria suspenda o calendário acadêmico, ou “pressionar” o governo federal para “recompor o orçamento”, precisamos que sejam os estudantes junto dos técnicos e professores que decidam os rumos da sua luta, com seus próprios métodos.

O discurso do Juntos, por exemplo, seguido pelo Afronte, Correnteza e UJC com pequenas diferenças, de que a greve tem que funcionar para pressionar o governo mostra isso, assim como sua batalha para que o governo “dê certo” Esse governo não pode nos representar e nem pode dar certo pros trabalhadores e estudantes, ele está dando certo pros banqueiros e empresários.

5 - A UNE precisa romper com sua paralisia e organizar pela base um plano de lutas rumo a uma greve estudantil nacional

O que pode derrotar de fato a extrema direita e todo o legado de ataques que o bolsonarismo nos deixou - com cortes e reformas - é a força da nossa luta! A greve na UnB que foi a primeira a ser aprovada pode cumprir um papel fundamental na unificação das greves por todo o país.

É vergonhosa a posição da União Nacional do Estudantes (UNE), a maior entidade estudantil do país, dirigida pelo PT, UJS/PCdoB e Levante Popular, que segue em silêncio sobre as greves nas universidades. Depois de mais de um mês teve que fazer um vídeo no ato nacional dos técnicos em Brasilia que reuniu milhares, mas sem mencionar as greves estudantis e sem mover um esforço pra construir um apoio ativo aos técnicos. A UNE deveria estar construindo assembleias em todas as universidades do país para botar de pé uma forte greve nacional unificada entre estudantes, professores e trabalhadores. Mas prefere manter nossa entidade subordinada ao governo e controlar qualquer tipo de mobilização que possa questionar as bases da conciliação de classes de Lula, aliança com os militares, seu Arcabouço Fiscal e manutenção dos ataques. A direção da UNE atua para boicotar a greve e não fortalecê-la e massificá-la.

Infelizmente, os coletivos do movimento estudantil que se dizem “oposição de esquerda” à UNE e que hoje estão no DCE da UnB e em alguns CAs até agora não questionam nem exigiram posicionamento da UNE sobre a greve. Isso acaba por seguir os passos de paralisia da UNE e ajudando a subordinar a nossa luta aos limites impostos pelo governo. Seria de enorme importância, por exemplo, que os estudantes da UnB votassem em assembleia uma exigência à UNE de um plano de lutas rumo a um greve nacional unificada, isso mostraria o caminho para outras universidades.

Reafirmamos a importância da batalha por uma UNE independentes dos governo e Reitoria para em momentos como esses, de luta, possa fazer uma diferença de verdade em aliança com os trabalhadores.




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