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Violência institucional | Manifestações contra a repressão em toda a França

Em Paris, Marselha, Toulouse, Montpellier e muitas outras cidades, foram realizadas grandes manifestações contra a repressão policial, apesar da tentativa do ministro do Interior, Gerald Darmanin, que por ordem de Macron pretende proibi-las.

sexta-feira 31 de março de 2023 | Edição do dia
Nota traduzida do La Izquierda Diario Argentina, escrita por Gabriel Ichen. 30-03-2023

Na noite da última quinta-feira (horário da França), foram realizadas manifestações em várias cidades da França em solidariedade às vítimas da repressão policial em Sainte-Soline e ao movimento contra a reforma previdenciária.

Essas concentrações em frente às capitais de mais de 150 cidades do país, como Paris, Marselha, Toulouse, Montpellier, Bordeaux, Rennes, Metz ou Rouen, foram convocadas pela organização ambientalista Les Soulèvements de la Terre (Os levantamentos da Terra, em português), ameaçado de dissolução pelo Ministro do Interior Darmanin após a mobilização de Sainte-Soline. A convocação para manifestações foi assinada e apoiada por inúmeros sindicatos locais, ambientalistas e organizações de movimentos sociais.

Apesar da tentativa de Darmanin e do governo de impedir essas mobilizações proibindo marchas em grandes áreas de muitas cidades, os atos tiveram boa participação. De vários milhares em algumas grandes cidades a várias centenas em cidades menores. De acordo com Benoît Feuillu, porta-voz de Les Soulèvements de la Terre que participou do ato em Paris, 167 comícios foram realizados em toda a França na tarde de quinta-feira. Em algumas cidades, como Paris, Marselha, Bordéus, Montpellier e Rouen, quando o grosso da população se dispersou, grandes grupos de jovens marcharam posteriormente para outros lugares, também como um protesto espontâneo.

Em Paris, na praça da prefeitura (situada às margens do Rio Sena), vários milhares de jovens e trabalhadores se reuniram contra a repressão e para expressar sua solidariedade às vítimas da violência policial. Vários militantes de diferentes organizações ambientalistas, sindicais e antirracistas intervieram nesta manifestação para denunciar a brutal repressão institucional que atinge a mobilização ambientalista de Sainte-Soline contra os mega reservatórios, e atinge o movimento em curso contra a reforma da previdência, nas manifestações e em particular contra os grevistas nos piquetes.

Após o ato e os discursos, a mobilização continuou numa grande manifestação espontânea pelas ruas da capital, em torno da prefeitura, apesar da proibição de manifestações imposta pelo ministro Darmanin. Os manifestantes marcharam gritando "Darmanin assassino" e "Sainte-Soline, não esquecemos, não perdoamos".

Em Marselha, numerosos manifestantes também se reuniram em frente à prefeitura, onde foi prestada homenagem a Zineb Redouane, morto pela Polícia durante o movimento dos Coletes Amarelos, que se tornou um símbolo da luta contra a violência e da repressão policial. Como em Paris, muitos partiram após uma manifestação espontânea pelas ruas da cidade de Marselha.

Também em Montpellier a concentração foi especialmente importante e muitos manifestantes denunciaram a violência policial e o autoritarismo do governo Macron. Mais uma vez, a concentração logo se transformou em uma manifestação pelas ruas de Montpellier.

Em Toulouse, a concentração também foi significativa em frente à prefeitura. Pouco antes do ato, havia ocorrido no lugar outro ato contra o acordo de irmanamento da cidade de Toulouse e da cidade de Tel Aviv, em Israel. Alberta Nur, estudante e militante de Poing Levé e Révolution Permanente de Toulouse, interveio para denunciar a tentativa de Darmanin de dissolver o coletivo Palestina Vaincra (Palestina Vencerá, em português. Organização de solidariedade com o povo palestino).

Em muitas cidades francesas, de Marselha a Paris, a repressão e a figura de Darmanin, o policial de alta classe da França que reprime violentamente as manifestações e mobilizações em curso, cristalizaram e unificaram a raiva. Jovens, trabalhadores, sindicalistas, ambientalistas e militantes antirracistas foram numerosos a denunciar o mesmo governo e a mesma Polícia, que reprime violentamente as manifestações contra a reforma da previdência, os piquetes de lixeiros e refinadores, as mobilizações ambientalistas e que reprime nos bairros populares.

Essas manifestações são, portanto, uma importante resposta à repressão policial. Centenas e centenas de jovens que, sem se intimidar, saem às ruas contra as políticas do governo Macron.




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