Juan ChiriocaRIO DE JANEIRO
domingo 4 de dezembro de 2016 | Edição do dia
Esse domingo 4 de dezembro foi convocado nas principais cidades brasileiras atos organizados pelo MBL e Vem pra Rua em defesa da Lavajato. Os atos não foram expressivos na maioria das cidades do país. Todos esvaziados exceto o que aconteceu na cabeça delirante dos organizadores do ato do Rio de Janeiro que estimaram em 600mil o número de presentes na orla de Copacabana.
Até para os doutores do MBL e do Vem pra Rua, 600mil em Copa é um pouco (bastante) fora da realidade. Só Rolling Stones, o aumento de 20 centavos ou o Papa consegue levar esse galera toda na Rua (e não protestar contra os resultados dos seus anteriores protestos).
Mas estimar em 600mil um ato que não passou dos 10mil (10mil incluindo esportistas, turistas, camelôs, porteiros e a galera da fila do banheiro) é um pequeno erro e até perdoamos o empolgamento da direita, pois o ato teve várias perolas, desde camisetas do Trump, milhares de "supermoros", lulas e dilmas presidiários que foram recorde de vendas esse domingo entre os camelôs. Até Sara Winter apareceu no ato voltando às ruas já recuperada da difícil greve de fome contra o aborto.
O humorista Marcelo Madureira lançou a seguinte perola "Todo o poder emana do povo. O povo brasileiro está reunido para dizer não aos corruptos, a esses incompetentes que enfiaram o Brasil nesse buraco sem fundo". Para Madureira o "povo reunido" são os aposentados, que se congregaram em massa no domingão da zona sul.
Na mesma linha de analise certeira da realidade econômica e política do brasil e do mundo o delegado da policia Federal Jorge Barbosa Pontes afirmou que "O que vimos nessa semana é um acinte, um tapa na cara com apenas 15 minutos de discussão. Ainda tem muita gente para ser presa. Ainda vamos ver a Polícia Federal prender o presidente do Senado" e conclui sentenciando que "O povo brasileiro é mais ator hoje da Lava Jato do que o próprio juiz Sérgio Moro".
Mas não tudo ta ruim segundo o engenheiro Bruno Coelho que vê com bons olhos a conjuntura nacional. "Acho saudável esse debate de extremos. Essa fase que o Brasil está passando é bastante positiva, porque as pessoas estão se envolvendo mais em política. Hoje sabemos nomes de ministros do Supremo que nunca nos preocupamos em saber antes", lembrou Coelho.
A professora de Ciências Políticas Maria Guadalupe Rodrigues, que leciona atualmente nos Estados Unidos, carregava um cartaz com os dizeres "#VetaTemer ou #ForaTemer". "Se ele não vetar a alteração nas 10 medidas contra a corrupção é porque ele optou pelo fisiologismo do PMDB. E se ele optou pelo fisiologismo do PMDB, fora!", exclamou a professora.
