Em meio a tensões na Petrobras com a crise dos combustíveis, após a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência e a recusa de Adriano Pires; José Mauro Ferreira Coelho, ex- secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME) é o novo novo indicado por Bolsonaro para assumir a presidência, continuar a precarização e servindo aos lucros dos acionistas do mercado financeiro.
quinta-feira 7 de abril de 2022 | Edição do dia
Na última semana, Bolsonaro demitiu o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, após tensões entre o Bolsonaro e a Petrobras frente a crise que se abriu nas últimas semanas com o mega aumento dos preços dos combustíveis.
O mais cotado para a substituição do militar era o empresário Adriano Pires, que recusou o cargo após conflitos de interesses. Ontem, 6, foi anunciado que o novo indicado é José Mauro Ferreira Coelho, o nome deve ser confirmado pela assembleia geral ordinária da Petrobras, que será realizada em 13 de abril. Ferreira Coelho é ex- secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), e esteve por mais de um ano à frente do cargo (abril/ 2020 - outubro/2021), período onde não podemos deixar de nota, em que houve um enorme avanço na crise climática mundial, com expressões agudas no Brasil como com o aumento exponencial das queimadas, desastres ambientais, mineração, etc, sem contar com a escalada de ataques aos povos indígenas, quilombolas e suas terras.
O MME cumpre um papel importante na aplicação e sustentação de todos os ataques que são passados junto do Congresso e STF, garantindo o projeto de devastação ambiental de Bolsonaro e Guedes, em nome dos lucros do agronegócio e mercado financeiro. Um projeto que deu continuidade ao que já vinha sendo feito pela obra grotesca do golpe institucional de 2016.
O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo e alimentos do mundo, e nos encontramos diante de uma imensa escalada na inflação e na fome de um lado, e, claro, de lucros exorbitantes de acionistas por outro. Apesar da demagogia de Bolsonaro, que diz estar trocando a presidência da Petrobras para resolver o problema do mega aumento dos combustíveis, sabemos que o cenário calamitoso que avança é também reflexo das políticas privatistas e ataques aplicados por Bolsonaro e Guedes. Isso dentro do cenário da reacionária guerra na Ucrânia e as sanções da União Européia e os Estados Unidos à Rússia, se colocam de forma mais escancarada.
Leia mais: Efeitos da guerra: a crise dos combustíveis e alimentos no Brasil e a resposta dos trabalhadores
Bolsonaro seguirá atuando com seu programa reacionário para que a Petrobras continue sendo uma fonte de lucro dos capitalistas e acionistas, nesse sentido, a troca de presidentes, é apenas mudar uma peça por outra, mas as regras do jogo continuam à serviço da burguesia, e quem sai perdendo é a população, os trabalhadores e o povo pobre.
Com o aprofundamento da crise e da carestia de vida, fica mais claro que a única forma de combater a escalada inflacionária, resolver o problema dos combustíveis e da fome e enfrentar Bolsonaro, é através da nossa luta independente, batalhando por um programa político dos trabalhadores que enfrente as privatizações e a propriedade privada. Isso só pode ser levado a frente com a mobilização da nossa classe em unidade com os setores oprimidos e o povo pobre.
É urgente respostas que se enfrentem com a raiz do problema, como a luta pela imediata redução dos combustíveis através de uma Petrobras 100% estatal gerida pelos trabalhadores. Que não está descolada de batalhar pelo reajuste salarial de acordo com a inflação e emprego com direitos para todos. Assim como da luta internacionalista da nossa classe por uma saída independente dos trabalhadores que lute contra a guerra na Ucrânia, as tropas russas instaladas no país, o rechaço a Otan e ao rearmamento imperialista.
Diferentemente de Lula e o PT, que em seus governos também adotaram medidas para ajudar os acionistas privados da Petrobras e os importadores e sempre procurou auxiliar o agronegócio em seu enriquecimento, às custas do sangue indígena. E que hoje abraçam figuras neoliberais como Alckmin que continuarão com esse mesmo projeto.
Não podemos aceitar a espera passiva as eleições que buscam desviar nosso ódio para as urnas, essa é uma política consciente das Centrais Sindicais como a CUT e a CTB dirigidas pelo PT e PCdoB, e da UNE dirigida pelo PT, PCdoB e Levante Popular, que se expressa em não organizar assembleias de base em cada local de trabalho e estudos, batalhando pra unificar nossa luta com as lutas que ocorrem pelo país, como a greve da educação de MG, os garis do RJ, os povos indígenas em Brasília, que dão exemplo que o caminho é nossa mobilização!