O presidente interino golpista Michel Temer autorizou o envio de tropas do Exército para o Rio Grande do Norte para combater a onda de violência que vem acontecendo nos últimos dias.
domingo 31 de julho de 2016 | Edição do dia
O pedido ao governo federal foi feito pelo governado do estado Robinson Faria/PSD e Temer autorizou em um acordo verbal com Faria antes mesmo do pedido chegar oficialmente ao Planalto.
Segundo o governo, já foram registrados 54 ataques – entre incêndios de ônibus, tiros contra prédios públicos, depredações e uso de explosivos – espalhados em 20 cidades do estado. Os ataques começaram supostamente por parte de organizações do tráfico que teriam ficado contrariadas com a instalação de bloqueadores de sinal de celular nos presídios. Serão enviados 500 homens para a operação.
Não seria de se estranhar que, da mesma maneira que essa onda de violência começou, ela também acabe. Basta recordar quando, em 2006, o PCC também ficou insatisfeito com a mudança de regras nos presídios de São Paulo, dando início a uma série de ataques, ameaças e toque de recolher que geraram pânico por todo o estado.
Naquele momento, o governo PSDB, sob o comando de Geraldo Alckmin, firmou um acordo com o PCC para cessar os ataques. Porém, antes desse acordo acontecer, centenas de jovens foram assassinados, sobretudo pelas mãos da polícia nas periferias.
Esse acordo mostra a estreita relação entre o Estado e o narcotráfico, que selam alianças onde os grandes afetados serão sempre a juventude pobre e negra, que pagam com suas vidas. Não podemos depositar nenhuma confiança de que o Exército e as forças repressivas convocadas por Robinson Faria e Temer combaterão a violência, muito pelo contrário, serão usadas para reprimir os pobres e moradores de favelas e periferias em todo o estado, como fazem cotidianamente em todo país.
