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24J Argentina | Receoso com a massividade da mobilização, Milei prepara ameaças e perseguições aos trabalhadores

Rasgando diversas garantias democráticas, como o direito de reunião e manifestação, o presidente Milei tenta amedrontar as categorias que estão se mobilizando. A esquerda e o sindicalismo combativo repudiam essas tentativas e fazem coro pela continuidade de um plano de luta até que se derrotem os decretos repressivos e as leis de ajustes.

quinta-feira 18 de janeiro | Edição do dia

O governo criou um canal de denúncia anônima para intimidar os ativistas e a vanguarda dos locais de trabalho. O “0800-pelego” é administrado pelo Ministério da Segurança, nas mãos de Patricia Bullrich, ex-ministra de Mauricio Macri. Denominado de “O País não para”, convoca “empresários, comerciantes e trabalhadores autônomo. (...) se és um argentino que luta todos os dias para estar na frente e te usurpam ou te obrigam para que no 24 de janeiro paralise, defenda seus direitos fazendo uma denúncia no 134”. “É uma linha anônima e gratuita, não tenhas medo!”.

Essa medida lembra o 20 de dezembro, quando quiseram intimidar os trabalhadores com a campanha: “Quem piqueta, não ganha”, uma campanha fracassada que não segurou a raiva de distintos setores que estão sendo atacados diretamente ou que estão sofrendo pela disparada da inflação e pelos cortes nos subsídios fundamentais para alimentação e moradia.

Além dessa campanha, o porta-voz presidencial ameaçou cortar os salários de todos os trabalhadores estatais que pararem dia 24, violando diversas leis como a Constituição, a Lei de Contrato de Trabalho e das Associações Sindicais. As garantias que o governo Milei quer violar são conquistas plasmadas no terreno jurídico mas que tiveram sua origem na mobilização das ruas, fábricas, locais de trabalho e movimentos sociais e de milhares de trabalhadores mortos que resistiram à ditadura. Por isso, para além de rechaçar no plano jurídico essas ameaças, a esquerda reforça a necessidade que só a mobilização desde as bases, orientada num plano de luta para suspensão dos decretos a da Lei Ómnibus (lei dos ajustes), manterá essas conquistas.

Essa intransigência se reflete nos debates na Assembleia Nacional. Cortam o tempo de microfone, fazem reuniões escondidos, adiantam votações. No cronograma, há reuniões marcadas nos sábados, os temas são englobados em um único ponto para que se atropelem as discussões. Frente a isso, o deputado Nicolás Del Cano denunciou o silêncio dos deputados governistas e apoiadores do ajuste, que não exigem que o governo vá ao Legislativo explicar suas leis: “Pergunto a eles: Por acaso tem medo que a massividade da paralisação, da mobilização, gere uma mudança na opinião de deputadas e deputados que possam afetar muitos aspectos dessa lei?”

Desde o Esquerda Diário encampamos o chamado da CSP-Conlutas para um ato em apoio à paralisação nacional na Argentina no dia 24/01, contra os ataques de Milei. Repudiamos todas as ameaças aos ativistas e deputados que se mobilizam contra a intransigência do governo Milei.




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