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CRISE ECONÔMICA | Queda na atividade econômica e no emprego na indústria pressionam por austeridade

IBC-BR (índice de atividade econômica do Banco Central), apresentou baixa de 0,76%. Além disso,o índice que mede o Emprego Industrial caiu 0,8% em agosto comparado a julho.

sábado 17 de outubro de 2015 | 02:01

Em relação ao IBC-Br, o índice recuou de 0,01% e em junho, de 0,85%, segundo dados revisados nesta sexta-feira, 16, pelo Banco Central). O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

O indicador de agosto de 2015 ante o mesmo mês de 2014 também mostrou um resultado um pouco pior do que o apontado pela mediana (-4,22%) das estimativas de 22 analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções. O intervalo esperado para esse indicador ia de -5,00% a -3,65%.

No Relatório Trimestral de Inflação de setembro, o BC revisou sua previsão de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 de -1,1% para -2,70%. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das expectativas para o PIB estava negativa em 2,97% para este ano.

Esses números já são apontados pelas agências de rating como standard and poor’s, e em geral, servem para pressionar o país para a aplicação de mais medidas de austeridade em período de crise. Na última semana, a agência Fitch rebaixou a nota brasileira, alegando as dificuldades do governo em “aplicar as medidas necessárias” contra a população. O IBR-Br, acaba vindo no mesmo caminho. Analistas e o próprio governo, se utilizam desses índices para justificar políticas de austeridade.

Emprego Industrial

Como reflexo da queda no ritmo da economia brasileira, o trabalho na indústria recuou 0,8% na passagem de julho para agosto, na séria livre de influências sazonais, informou nesta sexta-feita, 16, o IBGE.

Segundo o órgão, foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em todos os 18 ramos pesquisados na comparação interanual, com destaque para meios de transporte (-12,4%), máquinas e equipamentos (-10,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,4%), alimentos e bebidas (-3,3%) e produtos de metal (-10,3%).

O número de horas pagas pela indústria recuou 0,9% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, informou o IBGE. É o sexto resultado negativo consecutivo do índice. Com isso, o indicador acumula queda de 6,2% no ano e recuo de 5,8% em 12 meses.

Além disso, o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria caiu 1,3% em agosto ante julho, já descontados os efeitos sazonais. Com o resultado, o índice acumula queda de 6,5% no ano e redução de 5,6% em 12 meses.

Nas indústrias o plano de Proteção ao “Emprego” (PPE) já está sendo aplicado, onde as burocracias sindicais como CUT e CTB dirigem. E diretamente, são essas burocracias como a CUT, que estão levando esses acordos contra os funcionários, e de acordo com o plano da patronal. O aumento real, acima da inflação, parece cada vez mais distante de serem concedidas aos trabalhadores. Além disso, cresce o número de funcionários com carteira assinada que aceita reduzir os salários para tentar escapar do desemprego.

A crise econômica e política, já mostram seus efeitos sobre os trabalhadores, com redução do consumo de produtos básicos e aumento do endividamento nas contas de luz e água. Apesar de usarem o ministro da fazenda, Joaquim Levy, como desculpa dos ajustes, PT, PMDB, e outros partidos da burguesia, como o PC do B, estão à frente na questão de implementação dos ajustes e ataque aos trabalhadores.

Os trabalhadores precisam de uma alternativa anti-governista e classista

As novas articulações do PT, e de outros partidos como PSOL, na frente povo sem medo é mais uma tentativa de tirar a culpa da crise dos partidos da ordem. Por um lado, o governo federal se blinda dos ataques que vem fazendo, culpando a direita por eles, mas ignora o fato de que abriu caminho para os partidos conservadores, e aplica os ajustes tão bem quanto a direita. Por outro lado, outros partidos de esquerda como o PSOL se adaptam ao petismo, ou não levam até o fim as lutas onde estão como o PSTU, e deixam que os partidos da ordem implementem a austeridade.

Nesse sentido, os trabalhadores têm a tarefa de barrar esses ataques que ameaçam tanto seus empregos na indústria, como em outros setores que também vem sofrendo com a crise. Se faz necessário uma alternativa anti-governista e classista, que acabe com a burocracia sindical, incidindo em sua base, e fazendo com que os trabalhadores em torno dessas burocracias se coloquem para fazer de fato uma terceira via, nem do PT nem com a oposição de direita.




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