terça-feira 25 de agosto de 2015 | 13:25
Apesar de querer se apresentar como alternativa de esquerda para grande parcela da população, a educação e a saúde dos alunos e funcionários não são prioridade para o PT. Os petistas adotaram o slogan “Pátria Educadora” para descrever sua atuação em nível nacional, mas não conseguem lidar de maneira digna nem mesmo em ambientes menos complexos do que um país, como uma cidade. O último exemplo disso é Guarulhos, situada na Grande São Paulo.
A Escola Municipal José Jorge Pereira, na Vila Flora, em Guarulhos foi interditada em julho por conta de contaminação do local por vazamento de gases tóxicos e metais pesados no piso da estrutura – situação que colocou em risco a saúde de alunos (a unidade atende crianças de nove meses a 11 anos) e funcionários. Com isso, o retorno das aulas atrasaram uma semana e os alunos só retornaram às atividades na semana passada, dia 10, em um local improvisado.
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o lençol freático que passa debaixo da unidade foi contaminado pela empresa de tecnologia de materiais Umicore. O problema foi notificado há quatro anos, mas só agora a Cetesb ordenou o fechamento da escola, que teve que retomar o ano letivo em uma casa alugada nos arredores e que, evidentemente, não apresenta condições ideais de ensino para alunos e professores.
O atraso, porém, torna-se um problema menor diante do risco à saúde que o vazamento representa. Exames de saúde realizados por alunos e funcionários da escola demonstraram contaminação por metais pesados como cobre, mercúrio e arsênio, colocando em risco é maior para as crianças, que ainda estão com seus órgãos em formação. A intoxicação desse tipo pode comprometer cérebro, pulmões, fígado, rins, aparelho digestivo e mãos.
Esse caso é mais um sintoma de que a prefeitura de Guarulhos, comandada por Sebastião Almeida (PT), pouco ou nada faz para fiscalizar as indústrias da cidade, temendo incomodar a burguesia que financia as campanhas, e tem um total descaso com a educação pública da cidade. Na educação, petistas rezam a mesma cartilha do PSDB: desvalorização dos profissionais, falta de estrutura e um total descaso com os trabalhadores e seus filhos.
Na rede estadual, o governador tucano Geraldo Alckmin nega aumento aos professores, descumpriu ordens judiciais ao não pagar dias de greve (já repostos por boa parte dos professores) e fecha salas, superlotando outras. A prefeitura de Almeida não faz diferente, expondo professores e crianças ao risco de contaminação, privilegiando o poder privado em detrimento ao interesse público. A escola fechou, mas a Umicore continua funcionando.
PT e PSDB disputam os mesmos cargos, vendendo-se como adversários para a população, mas atuam com as mesmas premissas e práticas na execução de políticas públicas, como podemos perceber em Guarulhos - tirar ambos do poder onde estiverem é a única solução possível, e esta solução passa por colocar a administração da educação na mão dos trabalhadores.
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