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OCUPAÇÃO NO RS | Primeira escola ocupada do Rio Grande do Sul! Ocupa Massot!

A Escola Estadual Emilio Massot amanheceu ocupada pelos estudantes, e apoiada pelos professores. Já são mais de cem ocupações de escolas espalhadas pelo país. Estaremos vivendo um levante secundarista nacional?

quarta-feira 11 de maio de 2016 | Edição do dia

A manhã desta quarta-feira (11) começou com a Escola Estadual Coronel Emilio Afonso Massot, no bairro da Azenha em Porto Alegre, ocupada pelos estudantes. Entrando na escola, logo se vê uma faixa acima da porta de entrada escrito #TáLamentável. Passando pelo portão, diversas imagens de atos organizados pelos professores e pelos alunos de várias escolas contra a precarização do ensino público no estado, uma faixa escrito Fora Sartori e os estudantes se organizando para ver quem de fora podia entrar, que não podia, dando entrevistas para a mídia. Houve almoço organizado pelos estudantes e depois o período da tarde entrou.

Quem vê apenas as notícias da grande mídia muitas vezes acha que os estudantes ocupam suas escolas por pura “baderna”, como mostra a Globo, a Folha e o Estadão sobre as escolas técnicas ocupadas em SP recentemente. Mas qualquer um que entre em um dessas escolas ocupadas logo sente um clima de muita seriedade e organização por parte do estudantes, principalmente no que concerne às razões pela ocupação.

Em relatos concedidas ao Esquerda Diário e à Faísca (como se vê nos links aqui, aqui e aqui), os estudantes e professores mostraram a situação lamentável em que se encontra a escola - situação que se mostra ainda pior em comparação a outras escolas do estado. Não há professor de geografia no ensino médio, sem professor de ciências no ensino fundamental, sem professor do quinto ano, falta de monitores, há apenas uma merendeira no turno da tarde para servir cerca de 500 alunos, salários parcelados dos professores, de janeiro até maio a escola recebeu apenas um mês da verba estatal… Na palavra de uma aluna - “estamos vivendo uma situação de caos”.

Quando questionados quando pretendiam sair da ocupação, a resposta de Marcos, presidente do grêmio da escola, foi categórica: “não temos tempo determinado para parar, só vamos parar quando o governador resolver todas essas coisas”.

A nível estadual, essa primeira ocupação pode servir de motor de inspiração para outras ocupações no Rio Grande do Sul. Estudantes do Cristóvão de Mendoza, em Caxias do Sul, por exemplo, já vem se mobilizando desde o início do ano contra a também lamentável situação em que se encontra a escola. No início de Abril fizeram um ato de rua em que foram violentamente agredidos por um homem com uma barra de ferro junto a outro armado. Quando chamada a polícia, ela ficou do lado do agressor e concomitantemente a direção vem perseguindo estudantes que desejam se organizar. Eles estão organizando um manifesto pelo direito a manifestação dentro da escola e buscam apoio democrático para a sua luta.

Essa ocupação, a luta no Cristóvão e outras tantas escolas do estado podem fazer iniciar um verdadeiro levante em defesa da educação dentro do estado do RS. Os secundas de SP no ano passado mostraram como a sua própria organização conseguiu barrar o reacionário projeto do ladrão de merendas Geraldo Aclkmin de fechamento de salas e de escolas. A partir de um comando das escolas ocupadas, com representantes de cada escola eleitos democraticamente em assembleias, o movimento foi capaz de fazer tremer o governo do PSDB, bem como se enfrentar corajosamente com a PM. Agora no RJ já temos mais de 70 escolas ocupadas em defesa da educação. No Ceará já somam cerca de 30 escolas. Nesse ano em SP, também cerca de 30 escolas ocupadas. No ano passado vimos dezenas de escolas sendo ocupadas em Goiás contra a privatização do ensino público. Estaremos vivenciado um levante secundarista nacional?

Em meio a uma grave crise política que vive o país, a uma série de cortes sendo feitos na educação por parte dos governos do PT, PMDB e PSDB e no histórico dia de hoje marcado pela possibilidade do atual governo ser derrubado pelas mãos da direita mais repugnante que existe, exemplos como esses, de jovens estudantes que se atrevem a tomar nas próprias mãos o rumo da educação, é que vemos esperança para um futuro diferente.

Abaixo algumas fotos da ocupação

Pessoal limpando e organizando o banheiro da escola




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