Três das vítimas tinham menos de 18 anos de idade, sendo uma delas uma menina adolescente de 15 anos. As Fazendas Olhos D’Água e Klem possuem selos de supostas boas práticas socioambientais. Chegam ao mercados da Europa e América do Norte com embalagens luxuosas e selos de qualidade e sustentabilidade da a Rainforest Alliance (organização internacional que fiscaliza cadeias produtivas de alimentos e atesta boas práticas socioambientais) e selo de origem Cerrado Mineiro (credencial para exportação e comercialização sob denominação da região).
quarta-feira 26 de outubro de 2022 | Edição do dia
Uma das empresas é a Ally Coffee (Grupo Montesanto Tavares) uma das maiores empresas do agro no Brasil, além da multinacional NKG, fornecedora de gigantes do café, como Nestlé e Lavazza. Lembramos que Ally Coffee ganhou o 3 lugar na 3º Edição do Prêmio Fazenda Sustentável (2016), da Rede Globo. Esse é o agro sustentável que a falasse nos debates da rede globo, que embala seus produtos com selos e certificados, mas na outra ponta mantem trabalhadores em condições de escravidão.
A lista de prêmios das Fazendas contrasta com a situação trabalhista encontrada nas lavouras. A Fazenda Klem, os trabalhadores foram resgatados colhendo café de meias e descalços, sem nenhum EPI, nem mesmo registro na carteira de trabalho ou qualquer garantia de direitos trabalhistas. As vítimas eram aliciadas por um intermediário que atuava na região. Não tinham carteira de trabalho assinada e nem pagamento regular dos salários.Além de não ter banheiro, também faziam suas refeições no chão. Já o alojamento da fazenda era totalmente precário, a água da torneira era de má qualidade. O fazendeiro parasita, Marcelo Assis Nogueira, foi autuado pelas violações indicadas e teve que custear a passagem de volta dos trabalhadores para a Bahia, além de realizar o pagamento de multas. Após explorar por meses esses trabalhadores, esse nefasto parasita teve que somente pagar uma multa e custear a passagem deles de volta para casa. Essa é a justiça burguesa, a serviço dos patrões, que podem fazer o que quiser para lucrar às custas de nossa classe.
